291° capítulo

955 106 10
                                    

Henrique.

Hoje fiz milhares de coisas que não gosto, a principal era ver Maria chorando.

Acho que veterinários precisam ser sensíveis, oque não foi o caso daquela clínica, eles ligaram falaram da Lily e foram grossos em relação a dizer sobre os riscos. Estava no viva voz, Maria ouviu tudo, cada palavra.

Sei que eles não tem culpa mas é assim que falam com seus clientes?

"Eu acho que ela não irá aguentar a segunda cirugia, o senhor desejaria levá-la de volta caso ela venha a óbito ou prefere assinar um termo para que a gente cuide disso pro senhor?".

Foram poucas palavras, mas o suficiente pra Maria entrar em um estado de choque enorme.

Ela chorou tudo que tinha pra chorar, sua mãe veio aqui, seu pai veio e trouxe Luigi, até mesmo Pedro veio por que achei que seria bom e até ajudou.

Depois fiz mais uma das coisas que não gosto: ver Maria doente e ter que dar remédio.

Ela teve febre mas não se queixou de falta de ar, graças a deus. Dei aquele remédio horrível pra ela na colher e esse não podia tomar água depois pra tirar o gosto ruim, se não não iria fazer o efeito.

É horrível, ela não tem culpa, tá assustada.

Agora torcemos pra que Lily volte pra casa, Maria não vai aguentar e morro de medo dela entrar em trabalho de parto, tá cedo e o choque pode causar isso.

Agora eram 2h da madrugada, Maria se acordou de um pesadelo mas tô acalmando ela aos pouquinhos.

Dava batidinhas no seu bumbum e ouvia ela soluçar, igual uma bebezinha e fico até feliz de sentir essa sensação, mas tô muito preocupado.

Ela não comeu nada o dia inteiro, literalmente, acordamos às 9h, ela comeu só Sucrilhos sem leite e ficou por isso mesmo, não quis almoçar, tomar café da tarde... Nem mesmo um nescauzinho ou iogurte.

É uma tortura pra mim e eu também mal comi por ver ela nesse estado.

Espero que amanhã ela sinta bastante fome e sei que irá comer, ela pensa na Helena tanto quanto pensa nela.

- hummm.. - se mexeu.

- xiii... - dei carinho nela.

- ela chegou? - suspirei.

- ainda não. - Maria iniciou um choro, do nada.

Foi a coisinha mais fofa por que acho ela de qualquer forma fofinha, mas era um dos piores choros, de dor, medo, tristeza e até saudade.

Abracei ela forte.

- vai ficar tudo bem, lembra do que o teu pai disse? - concordou fraquinho.

- uhum.. que se ela morresse... É por que... O-o... Papai do céu... Quis assim. - meu deus.

Fiquei dando carinho nela até sentir ela mais calma, estava super quente mas tirei o cobertor que cobria a gente e ela se queixou de calor, oque é bom. Quando se está quente e não tem certeza se é febre ou não, basta ver se está com frio ou calor, se tiver com frio é febre, se não não é.

Mas claro, o clima do dia precisa estar incluído.

Mas agora estava frio, Maria estava quente e com calor, isso não é febre, graças a deus.

Quando senti ela molinha, tive certeza de que dormiu e me levantei com cuidado pra ligar o ventilador e ir fazer xixi, ela não acordou.

Voltei pra cama morrendo de sono e Maria estava da metade pra cá, mas não irei colocá-la mais pro canto pra ela não acordar.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora