Cap. 43 - Em Esquecimento

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    Às vezes parece que o mundo sempre tem algo preparado para você, seja bom ou ruim. O universo sempre vai dar um jeito de te surpreender e isso vai acontecer quando você menos esperar, nos lugares mais aleatórios. Eu acredito que coisas ruins irão sempre acontecer quando você está ludibriado de alegria, sonhando acordado e pensando que sua vida vai continuar naquele ritmo feliz.

   Corra. Lute.
   Vá embora. Enfrente.
   Saia. Fique.

   A nossa própria mente nos atrasa. Quando deveríamos tomar uma atitude; seja ela corajosa ou não, nossa cabeça fica confusa, entra em pânico. Não se mexa. Mexa-se agora.

   Eu deveria fazer alguma coisa. Eu quero gritar, chorar, atacar, bater. Mas só estou aqui, parada e encarando a mulher que estragou a minha vida.

— Do que você me chamou? — Ela deu um passo para perto e eu um passo para longe.

    Eu sou uma adulta, mas estou tremendo de medo. Sasuke. Sasuke. Minhas mãos trêmulas se fecham tentando buscar algum controle.

  Sasuke, Sasuke! Minha mente inútil chama como se ele magicamente fosse aparecer aqui. Eu o quero aqui, porque sei que ele vai me proteger do que quer que eu esteja temendo.

   A mulher que me colocou no mundo. E a que o destruiu para mim.

— Você está bem? — Perguntou, como se fosse importante.

— Senhora Haruno!

   Nós duas viramos. Você não é uma Haruno, sua idiota. Meu consciente advertiu. Eles te deserdaram.

  Ainda assim, olhei para a jovem mulher que veio correndo em minha direção.

Sim? — Perguntei, a voz falha e a mente ainda em pânico.

— Oh, estou aqui, querida. — A mulher se cabelos grisalhos na minha frente disse, então virou-se para mim. — Você se chama Haruno também, querida? — Ela riu alegremente e eu quis vomitar. — Estranhamente, combina.

   Por que ela está fazendo isso? Me tratando como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse me exilado de casa porque eu matei seu primogênito. Como se não... Me conhecesse.

— Senhora Haruno. — A jovem ofegou. — Você não pode sair assim, senhora. Eu estava preocupada.

— Não é como se eu fosse desaparecer, só estou passeando na loja. — Ela apontou para mim. — Olhe para está jovem, como é bonita! Ela é minha nova amiga, não é, querida?

  Saia. Você está tendo um pesadelo, acorde! Minhas mãos estavam suadas. Eu estava tremendo horrivelmente. Minha bile doía. Não é um pesadelo.

   Se fosse, eu já teria acordado gritando.

   A jovem segurou o braço da mais velha e sorriu para mim.

— Desculpe por isso.

   E saiu andando, carregando com ela a mulher que um dia chamei de mãe. Percebi que deixei a palavra escapar entre meus lábios e engoli em seco. Por anos eu tentei esquecer dela e do nome que carrego, por anos tentei fingir que nada aconteceu. E quando finalmente estou feliz, ela aparece como uma sombra fria do passado e me devasta.

   Ainda estou parada olhando elas se afastarem quando sigo em outra direção. Na direção da saída, preciso de ar. Percebo que meus pulmões estão queimando e meu rosto deve estar roxo. Segurei a respiração como um bebê assustado.

24 Horas - SasuSaku Onde as histórias ganham vida. Descobre agora