Cap. 39 - Saudade Cansa

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    Naquela manhã eu estava estressada. No dia anterior o que mais fiz foi tocar tecidos e passar eles no rosto pra sentir melhor a textura, testei tantos sapatos que meus pés ficaram doídos, dei tantas opiniões inúteis nas roupas de outras pessoas que fiquei completamente desgastada. Ainda tive que chegar em casa, tomar um banho gelado e dormir sozinha, pois Sasuke não deu as caras em casa. Já é de manhã, mas ele ainda não apareceu. Mandou algumas mensagens perguntando como estou e avisando que vai chegar tarde porque está ocupado com o trabalho. Desde que nos mudamos ele vive sumindo e aparecendo apenas para tomar banho, mudar de roupa e sumir novamente. Eu imaginei que morar junto nos aproximaria, mas parece que nos afastou.

   Para completar de encher o meu saco, Haru não sai do meu pé. Está a todo momento me perguntando se já marquei a porra da data do casamento, por Deus, estou quase perguntando se ele não quer casar no meu lugar. Eu sempre me considerei uma pessoa paciente, mas esses dias minha paciência e meu humor foram para a puta que me pariu!

— Que cara de enterro é essa? Credo. 

  Ah, e ainda tem Mei. Ela chega aqui logo cedo para organizar e decidir mais coisas para o casamento. Parece que Fugaku quer que Sasuke e eu casemos o mais rápido possível, Itachi me contou que ele andou comentando que se Sasuke não tomasse cuidado, eu escaparia entre seus dedos e ele não encontraria alguém como eu outra vez. Fiquei feliz e preocupada, meu sogro acha que posso desistir do casamento! Que saco!

   Viu? Meu humor está péssimo. Nem me dei ao trabalho de responder Mei.

— Aqui estão os modelos de buquês com camelias. — Ela disse com desgosto na voz. — Eu tive muito trabalho para encontrá-los, mas me esforcei já que Sasuke me pediu.

   Olhei para ela com uma sobrancelha arqueada, ela ainda teve a ousadia de me provocar com meu humor no pico da impaciência?

   Peguei o tablet da mão dela olhando os modelos. Eram bonitos, bem arranjados, as camélias eram lindas. Mas ela me provocou e eu odeio ser provocada, vou mostrar a ela quem é que manda.

— Não gostei. — Passei o dedo na tela com descaso. — São horríveis, não quero mais camélias.

  Ela me olhou chocada, o queixo dela caiu na hora, muito surpresa.

— Quero narcisos. Boa sorte em encontrar novos buquês.

   Ela juntou as sobrancelhas me olhando com extrema raiva, tomara que exploda. Desviei os olhos dela e comecei a olhar minhas unhas, cruzando as pernas. Ouvi ela respirar alto, se controlando.

— Você está sendo infantil. — Ela disse.

   Não a olhei, continuei checando minhas unhas. Acho que vou na manicure.

— Sakura, eu tive muito trabalho para encontrar alguém que fizesse buquês como esses, sabia?

— Claro, é o seu trabalho. — Respondi rapidamente.

   Antes que ela pudesse revidar, meu celular tocou, tirei-o do bolso e levantei do sofá.

— Com licença, preciso atender. — Sorri e fui até a cozinha, notando agora que quem me ligava era Haru.

   Respirei fundo, pensando se devia atender ou não. Hoje eu estou com a cabeça quente, não sei se devo falar com ele. Talvez eu deixe escapar algo que não deva.

  Mordi a ponta da unha, encarando o nome dele piscar na tela até desaparecer. Uma mensagem chegou, ele me convidava para almoçar em um restaurante pequeno, alegando que tinha algo importante para me dizer.

24 Horas - SasuSaku Onde as histórias ganham vida. Descobre agora