|Eu e você|

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Admito que esperei por Jiwan por todo o tempo em que estive sentado nas cadeiras do aeroporto enquanto esperava o embarque para meu voo.

Eu olhava constantemente para a porta principal e esperava uma cena clichê onde ele entrava gritando o meu nome e a gente se beijaria e viajaria juntos.

Isso não aconteceu, é claro.

Esperei quieto o embarque e mesmo que meus pais estivessem falando e até mesmo chorando, eu só conseguia pensar nele.

A chamada de embarque foi feita, então me despedi dos meus pais e caminhei cabisbaixo até estar em meu assento. Meu peito doía porque ainda tinha o lugar vago de jiwan ao lado. Eu sabia que não poderia obrigá-lo a ir, mas eu desejei demais que ele fosse.

O avião decolou logo em seguida. Eu via a cidade se distanciar gradualmente através da janela, e quando meus fones de ouvido reproduziram a playlist cujo eu e jiwan havíamos montado para ouvirmos enquanto ficávamos no jardim apenas conversando ou vagamente nos beijando, eu não pude reprimir de pensar no nosso amor de horas atrás.

Eu nunca poderia imaginar que algo assim fosse acontecer, ainda mais a pedido dele. Mas admito, foi bom. Foi mais que bom, porque eu amei. Amei tocá-lo, beijá-lo e conhecê-lo. O corpo dele se encaixou tão bem ao meu e até nossos suspiros pareciam criar a própria sintonia.

Eu queria que ele estivesse aqui. Eu queria que fosse essa a nossa fase.

Mas não foi.

O voo demorou cerca de doze horas, me sentia cansado quando busquei por um táxi e fui até o apartamento que meus pais haviam alugado para mim. Eu iria conhecer a escola que estudaria por dois anos no dia seguinte. Não estava tão animado, mas sabia que era uma boa escola.

Quando adentrei o apartamento, deixei minhas malas no centro do lugar, caminhando até as grandes janelas que havia na sala e me deparando com a vista perfeita do lugar.

Haviam prédios ao redor, mas não eram altos o suficiente para que eu não conseguisse ver as ruas de Paris. Meu andar era o quinto, o último do prédio, e meu apartamento tinha uma boa visão da torre Eiffel.

Era uma boa localização, então eu deveria me sentir bem. Mas apenas chutei os sapatos para o lado e fui até a janela central. Ela tinha uma trava, junto a dois puxadores. Sabia que dava passagem para a sacada, então assim que a abri, senti o vento morno junto ao som de buzinas e vozes de franceses, tudo numa mistura absurda, me tocar.

Fui até o fim da sacada, o que não era tão longe. Talvez ela tivesse em torno de três metros de largura e uns dois de comprimento. A grade de proteção dali era baixa, então pude me debruçar para olhar melhor o lugar.

As ruas eram cinzas quase num padrão, mas haviam pessoas bem vestidas passeando pelas calçadas e isso deixava o lugar um tanto mais vivido.

Busquei meu celular no bolso e notei as diversas mensagens ali. Sorri ao ouvir o áudio de papai Yoon com toda a sua preocupação e voz ainda chorosa ao perguntar se já havia chegado e se tudo estava bem. Resolvi tranquilizá-los antes e até mesmo tirei uma selfie para enviá-los e constatar que já estava em casa.

Algumas mensagens de meus amigos também preenchia o lugar, mas foi direto no contato de Jiwan, vendo ainda a mensagem dele pedindo permissão para pular minha janela e logo em seguida, sua nova mensagem.

Jiwan:

|Você disse que me enviaria o seu endereço e ainda não enviou :(

|Eu quero te enviar um presente!

Jongin:

|É algo de comer? Porque estou cheio de fome.

UNKNOWN - Jikook | MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora