|2| sozinho

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Dezesseis semanas de gravidez.

Faz dois meses que eu e Kihyun terminamos.

Soube que ele retornou ao Japão recentemente, mas em nenhum momento antes disso ele procurou saber como eu ou o bebê estávamos. Era como se nós não existíssemos mais para ele.

Não contei sobre meu término de relacionamento para minha mãe, ela iria surtar.

Então apenas procurei um lugar para ficar e começar minha nova jornada da vida.

Consegui alugar um apartamento não muito grande no centro de Seul, mas ele seria ótimo para apenas eu e meu bebê.

Havia três quartos: o meu, o que seria do bebê e o meu ateliê de pintura.

Lá já havia alguns quadros inacabados, então ficar trancado a maior parte do dia no cômodo era quase normal.

Também comecei meu pré-natal. Voltei a me consultar com o doutor Kim e ele me prescreveu alguns remédios e vitaminas necessários na gravidez e alguns exames para verificar como estava o desenvolvimento do bebê.

Já havia marcado os exames e iria fazê-los em breve, mas a ansiedade da primeira ultrassom estava me deixando sem dormir.

Só pensava em como meu bebê estava e em como ele seria.

Para não correr nenhum risco, o doutor me pediu para usar máscaras enquanto pintava, e que eu não ficasse mais que quatro horas inalando o cheiro de tinta, pois poderia fazer algum mal para nós dois.

Mas, admito, essa era uma parte é pouco difícil de seguir quando longe de Kihyun e da rotina que tínhamos, estou voltando a amar pintar meus quadros e isso me faz entregar tanto de mim que simplesmente esqueço as horas e elas passam despercebidas.

Havia muitas ideias novas em minha mente sobre as pinturas, e a maioria era sobre a vida e o nascimento.

O último quadro que eu estava pintando tinha alguns traços como uma flor desabrochando, e havia um brotinho no meio como se fosse um pequeno bebê ligado à flor.

Eu me sentia assim, ligado ao bebê além do literal. E mesmo sabendo tão pouco sobre ele, eu já o amava tanto que ficava horas imaginando um futuro com ele.

A vida de pai solo não estava tão ruim. Sentia-me bem, na verdade.

Também houve uma recente exposição de arte onde consegui expor nove quadros e desses vendi sete.

Minhas obras não eram nada muito elaboradas, mas tinham um toque único que as faziam valer muito.

Com o dinheiro das vendas, consegui o necessário para o quarto do bebê e do enxoval.

Ele iria precisar de um quartinho, fraldas, roupas, e todas as coisas que um bebê precisa, e eu iria fazer questão de comprar tudo sozinho, porque como o Kihyun deixou bem claro, esse bebê é meu. Ele disse com todas as palavras que não queria a "coisa".

Coisa... Como ele chama uma criança com o mesmo DNA que ele de "coisa"? Inaceitável.

Segui minha vida calmamente. Pintando, e vez ou outra parando em frente ao espelho apenas para verificar minha barriga, ainda pequena mas que já marcava por eu ser bem magro e que logo, logo estaria enorme.

ㅡ Você já me ouve? ㅡ alisei a barriga, falando com o bebê. ㅡ Acho que ainda não, né? Espero que esteja tudo certinho aí dentro. O papai já tomou todos os remedinhos que o doutor passou para você ficar bem fortinho e crescer bem. O papai está muito ansioso para ver você... Semana que vem será nossa primeira ultrassom. ㅡ Deitei no chão do ateliê e ergui a camisa, alisando o voluminho que tinha em minha barriga. ㅡ Será que já dá para ver o gênero? ㅡ Perguntei para mim mesmo. ㅡ O papai ainda não escolheu um nome para você, mas prometo pensar em um bem bonito, ok?

UNKNOWN - Jikook | MpregWhere stories live. Discover now