JIMIN
Mesmo sabendo que um dia a vida acabará, ninguém nunca está pronto para sentir a verdadeira dor da perda.
E eu estou sentindo-a agora, novamente.
Meu pai.
Perdi-o há quinze anos. Perdi-o há um dia.
Após anos fantasiando como seria se um dia eu pudesse novamente senti-lo e abraçá-lo, eu pude. E agora não poderei mais.
Receber a notícia de seu estado de saúde, vê-lo sobre uma cama hospitalar, e nem sequer ouvir novamente sua voz, fez meu coração se partir mais do que qualquer fez se partiu, mas eu fui forte.
Eu esqueci, por mim e por ele, todos os quinze anos, para apenas viver alguns dias, os últimos, bem ao lado dele.
Foram nove dias.
Nove dias em que eu pude falar sobre tudo, e contar sobre tudo para ele.
Eu via em seu rosto paralisado, e cheio de marca de tudo o que lhe havia acontecido, o quanto ele gostava de me ouvir, e após anos, eu pude descansar e entender que tinha o meu pai comigo.
Eu não cheguei a odiá-lo, mas jurei que não o amaria novamente. Mas a verdade é que por mais que tenha doído, e demorado, meu amor por ele nunca acabou, apenas havia adormecido sobre a camada da dor de se sentir abandonado, e só agora havia ressurgido.
Foram poucos dias, mas pude contar tudo o que estava me fazendo bem hoje, e isso consistiu em desabafos sobre Jiwan, Jungkook e arte, minhas três paixões.
Meus três amores.
Meu pai sorria toda vez em que eu me empolgava ao falar sobre eles, mas eu percebia seu esforço para estar ㅡ ao menos parecendo bem enquanto estava ali.
Jun-ho, o meu irmão mais novo, me contava sempre quando saia daquele quarto, o verdadeiro estado dele.
Heejin também, ela era envergonhada, talvez achasse que eu realmente a odiasse, mas sempre fazia questão de me contar o que estava de fato acontecendo.
Meu pai estava morrendo há muito tempo.
Eu esperava que algo já o acontecesse, estava ciente disso, só não esperava que fosse algo tão rápido, que não me desse a chance de passar mais um tempo com ele.
Receber a notícia de sua morte logo de manhã, fez todo o meu dia morrer também.
Talvez fosse uma coisa de que a vida gostasse de me fazer sentir. Dor.
Eu estava sentindo dor em meu coração novamente, mas essa era pior, maior, e não iria sumir nunca mais, porque era a perda.
A perda do meu pai.
Agradeci por ter Jungkook ao meu lado para me segurar e amparar, pois, tenho certeza que sem ele, eu já teria desabado.
Foram horas negando aquela notícia, enquanto me encolhia cada vez mais sobre a cama.
Minha mãe logo chegou, e veio ao meu encontro.
Após anos eu chorei em seu colo.
Ela não chorou, é uma mulher forte, sabe se controlar, mas como a boa mãe que sempre foi, me amparou, e limpou minhas lágrimas por horas, até que eu tive que enfim aceitar.
Jun-ho ligou para mim na manhã seguinte, e me explicou tudo sobre o funeral.
Eu teria pouco tempo para dar meu adeus, mas faria como eu achasse que ele queria que acontecesse, ao lado de Jun-ho, Yuna, e minha família.
KAMU SEDANG MEMBACA
UNKNOWN - Jikook | Mpreg
Fiksi PenggemarPark Jimin, um jovem pintor de vinte e seis anos, descobre que está à espera do seu primeiro bebê. Ele vê o sonho de ter a própria família no pequeno teste positivo de gravidez no momento em que o segura entre os dedos, mas a recusa de seu noivo, Yo...