Capítulo 25

2.2K 289 230
                                    

Aretha Anders

— Qual seu maior sonho? — Perguntei para Zayn.

Nós ainda estávamos no banco perto da margem do lago, ele estava sentado e eu deitada com a cabeça no seu colo. Às vezes ele me fazia um cafuné singelo ou brincava com mexas soltas do meu coque. Eu brincava com as pulseiras de couro e os anéis que ele tinha.

— Não morrer tão novo. — Falou simples. — Eu quero fazer muita coisa, conhecer muitos lugares e pessoas antes de morrer.

— Entendi.

— E o seu? — Perguntou passando a mão na minha bochecha, um carinho simples que me deixava com muitas borboletas na barriga.

— Ser feliz. — Dei de ombros. — E casar com o Josh Beauchamp, beijar o Harry Styles e ser amante do Shawn Mendes e do Noah Urrea. — Completei fazendo ele rir.

— Esse é o seu tipo de cara? Cantores que nem sabem da sua existência? — Levantei brutalmente do banco o encarando com os braços cruzados e as sobrancelha arqueadas.

— Isso doeu ok? — Suspirei. — Você me odeia né? Por que você é tão insensível? Não precisa falar que eu nunca vou viver um romance de fanfic com caras extremamente gostosos.

— Eu sou gostoso. Podemos viver um romance de fanfic. — Deu de ombros e eu engoli em seco sentindo as minhas amigas borboletas voarem.

— Depende... — Respondi me aproximando, ele passou as mãos pela minha cintura enquanto encarava meu rosto. — Só se você fizer skin care comigo, comprar comida pra mim e assistir todos os filmes que marcaram minha infância.

— Isso é um pedido de casamento? Por que se for eu aceito. — Dei risada da forma que ele falava. — Minha irmã tá quase enlouquecendo porque eu não falei nada sobre aquele dia lá em casa. — Mudou de assunto, mesmo não tendo dado detalhes eu sabia que ele se referia ao nosso primeiro beijo.

— Ela me mandou várias mensagens também. — Comentei, nós tínhamos diminuído a frequência das cartas, mas não deixamos de conversar todos os dias por mensagem. — Eu só dei risada, não sabia o que explicar.

— O que ninguém sabe, ninguém estraga. — Falou sorrindo de lado.

Acabei sorrindo e me inclinei um pouco para beijá-lo, não sabia o que estava acontecendo entre nós, mas não precisava pensar muito sobre isso agora, eu gostava do que estava sentindo e era o suficiente.

— Tem horário pra voltar pra casa? — Perguntou, sua mão brincava com a barra da minha camiseta.

— Não. — Reforcei com um aceno. — Todo mundo lá em casa acha que eu enlouqueci. — Dei risada.

— Por que? — Perguntou curioso.

— Por que segundo eles eu estou mais feliz nesses últimos dias e por ter limpado a parte de trás da casa ontem. — Suspirei. — Eu quase não fui lá desde a morte dos nossos pais.

— Ah...

—  B, C, D... — Sorri irônica e ele pareceu confuso. — Não entendeu?

— Não. — Sorriu envergonhado.

— A, B, C... O alfabeto ué. — Dei de ombros.

— Ainda não entendi. — Suspirou. — Mas enfim... — Deu de ombros. — Quer ir jantar antes de ir pra casa?

— Claro. — Sorri animada o puxando pela mão na direção do carro, Zayn gargalhava enquanto eu o arrastava.

— Vou lembrar de comprar comida pra você sempre que quiser te deixar feliz. — Falou e eu parei de andar, virei encarando seus olhos.

— Eu amo comida, mas você não precisa comprar nada pra me deixar feliz. — Falei o olhando atentamente. — É só sorrir e eu já fico feliz.

— Depois dessa eu sinto a obrigação de me apaixonar por você. — Falou rindo.

— Legal, agora vamos ir jantar. — Respondi não querendo prolongar aquela conversa.

OU talvez eu só não quisesse sentir tudo o que senti só de imaginá-lo apaixonado por mim.

[...]

— Seu sorriso é tão bonito. — Zayn comentou enquanto aguardávamos alguém nos atender, estávamos no mesmo restaurante italiano de quando Hope passou mal.

— Obrigada. — Sorri se lado. — Eu gosto das suas tatuagens.

— Eu também gosto delas. — Deu de ombros.

— É meio lógico né... Se você não gostasse, não teria as feito. — Inclinei a cabeça para o lado.

— Nós somos péssimos nesse negócio de criar "climas" fofos e românticos. — Falou rindo.

— Talvez não combine tanto com a gente... — Comentei. Mas estaria mentido se dissesse que não gosto da forma que as nossas conversas fluem.

— É, talvez não.

— Boa noite. — O garçom se aproximou, ele era jovem e não era feio. Eu já tinha visto ele na cafeteria algumas vezes. — O que vão querer? — Ele sorriu para mim e pude perceber Zayn ficando sério e fechando as mãos sobre a mesa.

Nós falamos nossos pedidos e ele prontamente anotou, em seguida sorriu mais uma vez para mim. Já estava ficando chato essa quantidade de sorrisos.

— Trago seus pedidos em alguns minutos, com licença senhor e bela moça. — Ele se afastou e Zayn soltou o ar de forma bruta.

— Fala sério cara. — Revirou os olhos. — Que cara sem noção.

— Por que? — Fingi estar só curiosa, mas, na verdade, estava achando muito engraçada a sua reação.

— Você tá acompanhada e ele fica cheio de sorrisinhos pra ti. — Cruzou os braços. — Me atendeu na maior má vontade, mas quase beijou seus pés.

— Não foi assim também. — Mas, na verdade, tinha sido assim mesmo. O cara mal olhou para Zayn durante o atendimento e tinha sido totalmente errada a forma que me olhou e falou.

— É muita falta de ética e respeito. E se eu fosse seu namorado? Foi muito sem noção o que ele fez.

— Eu concordo com você. — Falei sinceramente, mas dois segundos depois estava sorrindo provocativa para ele. — Mas acho que você ficou com ciúmes.

— Eu? Ciúmes? — Perguntou debochado. - De jeito nenhum. — Cruzou os braços. — Não sinto ciúmes.

— Se você tá dizendo. — Dei de ombros. — Então não se importaria seu eu pedisse o número dele. — Arqueei a sobrancelha.

— Você é solteira Aretha, faz o que quiser. Eu não tenho o direito de me importar. — Desviou o olhar apertando a mão coberta por uma tatuagem no seu braço. Ele parecia realmente incomodado com a situação.

— Mas ainda bem que eu não quero o número dele. — Dei um sorriso leve, cansada dessa brincadeira boba. — No momento, o único cara que eu tô interessada tá aqui nessa mesa.

A expressão de Zayn passou de fechada e brava para leve e sorridente em dois segundos. Fato que me fez sorrir e balançar a cabeça em negação.

— Só posso dizer que você tem bom gosto. — Sorriu convencido levando a taça de vinho até os lábios. Revirei os olhos sem falar nada, eu realmente tinha bom gosto para homens.

O John a gente pode fingir que é um alienígena e eu nunca fiquei com ele.

Mas no resto, lê-se Zayn, eu tinha um bom gosto.

_____________
Continua...

Amor, Bolinhos E CaféWo Geschichten leben. Entdecke jetzt