Capítulo 34

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Aretha Anders

Sei un gran figlio di puttana. — Foi a primeira coisa que Hope falou quando eu e Jammie entramos no quarto do hospital onde ela estava.

— O que? — Perguntamos totalmente confusas.

— Eu tô aprendendo italiano. — Ela deu de ombros. — Eu tô realmente decepcionada com você, Aretha.

— Zayn já te contou né? — Questionei em um suspiro me aproximando da cama.

— É bom te ver melhor, Hope. — Jam falou segurando a mão da morena que sorriu para ela.

— Eu não podia perder a esperança né? — Questionou de forma divertida.

— Perder a esperança seria um crime contra você mesma. — Jammie continuou no mesmo tom.

— Agora voltando ao assunto inicial... — Ela me olhou apertando os olhos. — O que se passa nessa sua cabecinha maluca? Já pensei em várias teorias, mas ainda não entendi o que te levou a dispensar meu irmãozinho.

— Eu que sei os motivos ainda não consigo entender. — Jammie falou revirando os olhos. — Com todo o respeito do mundo, mas o Zayn é tudo de bom. Se um homem daquele aparece na minha vida eu agarro e não solto nunca mais.

— Eu só não me sinto pronta pra um relacionamento sério. — Dei de ombros ignorando o que Jammie falou.

Na realidade, dispensar Zayn foi muito mais difícil do que eu imaginava, mas eu não estava arrependida. Era melhor ser sincera e acabar antes que estivéssemos mais envolvidos.

— E você esperou meu irmão se apaixonar por você pra contar isso? — Hope questionou levantando as sobrancelhas e eu engoli em seco.

— Até hoje cedo eu não sabia que o que Zayn sentia por mim era tão... Forte. — Justifiquei. — Eu gosto dele Hope, não tenha dúvidas disso, mas eu passei os últimos anos fugindo de qualquer compromisso amoroso. Trabalhei tanto pra me sentir bem comigo mesma e sem precisar de um parceiro pra me deixar feliz... Não sei se quero jogar minha estabilidade pro alto pra viver um romance sem nem saber se o que eu sinto pode chegar a ser tão intenso quanto os sentimentos do seu irmão... — Desabafei tudo o que me sufocava. — Eu não quero quebrar a cara mais pra frente.

— Entendi... — Ela falou desviando o olhar para a parede. — É complicado! — Declarou nos fazendo rir. — É complicado mesmo, Aretha. Dessa vez eu não vou me meter, você não tem certeza do que sente e é melhor descobrir antes de ter qualquer relacionamento sério, seja com o Zayn ou qualquer outro. Meu irmão não vai morrer por ter levado um fora da menina que ele gosta desde criança. — Brincou, mas eu acabei me sentindo mal ao lembrar como estava confusa enquanto ele já gostava de mim a tanto tempo.

Jammie notando minha expressão resolveu mudar de assunto. Ela limpou a garganta olhando para a janela antes de fazer uma pergunta um tanto engraçada.

— Por que será que toda mãe ou avó acha que quando estamos doentes e damos risada nós automaticamente estamos melhores?

— Eu... — Parei para pensar por um tempo. — Realmente não sei.

— Vocês já pararam pra pensar que a preguiça é o ato de descansar antes de estar cansado? — Hope falou colocando a mão no queixo, como se estivesse pensando.

— Vocês já repararam que todo mundo fica mais feliz trabalhando na sexta-feira do que descansando no domingo a noite? — Perguntei algo que eu tinha notado recentemente.

— Os ursos polares adoram o frio... Os bipolares às vezes gostam e às vezes não. — Jammie falou nos fazendo rir, era tão ruim que chegava a ser engraçado.

— É muito triste ser rica, gostosa e bonita e ter um despertador pra estragar tudo isso. — Suspirei.

— Vocês já perceberam que a única pessoa que sempre escuta os dois lados de uma discussão é o vizinho da casa ou apartamento ao lado? — Jammie questionou fazendo careta. — Mó Maria Fifi.

— Na vida tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.... — Hope falou nos fazendo concordar imediatamente, era um ótimo ponto de vista. — Já foi inventado uma máquina pra atravessar paredes...

— Qual? — Perguntei curiosa.

— A porta! — Exclamou como se fosse óbvio. E de fato era.

— Por que cometer os erros antigos se há tantos novos pra escolher? — Jammie falou levantando as sobrancelhas várias vezes.

— Se nós podemos receber o troco do mercado em balas... Por que não podemos pagar as compras com balas também? — Perguntei apoiando meu queixo na mão, colocando meu cotovelo sobre a coxa.

— Se toda panela tem sua tampa, eu nasci sendo uma frigideira. — Hope deu de ombros.

— Tudo o que vai volta... Menos as canetas que eu emprestei na sala de aula. — Comentei triste.

— Em briga de saci qualquer chute é uma voadora. — Hope falou rindo.

— Que pecado. — Dei risada sendo acompanhada por Jammie.

— Vocês já pararam pra pensar que se for o dia da morte do piloto de um avião, provavelmente, todos os passageiros vão morrer também? — Jam falou fazendo careta.

— Por que o pinheiro não se perde na floresta. — Perguntei. — Porque ele tem uma pinha, entenderam? Mapinha...

— Entendi. — Jammie deu risada.

— Por que o jacaré tirou o filho da escola? — Hope perguntou e eu e minha amiga acenamos indicando não saber. — Porque ele réptil de ano. — Completou nos fazendo rir.

— Desculpa perguntar, mas... — A voz de uma enfermeira encostada no batente da porta nos assustou. — Qual o tipo de droga vocês usaram? É pro meu TCC.

— Não usamos nada não, senhora. — Expliquei rindo.

— Tem certeza? — Ela questionou com um sorriso desacreditado.

— Absoluta. — Jammie afirmou beijando os dedos em forma de promessa.

— Então acho melhor vocês passarem pela ala psiquiatra antes de sair do hospital. — Sorriu nervosa ajustando algo no soro de Hope.

— Pô tia, mas nós somos tããão normais. — Hope falou de forma irônica.

— Não foi o que eu ouvi quando entrei no quarto. — A senhorinha comentou sorrindo, ela estava conferindo alguns equipamentos perto da cama.

— Quer escutar umas piadas bem boas senhora? — Jammie perguntou e a senhora sorriu animada.

— Achei que não iriam me convidar. — Exclamou se sentando no pequeno sofá ao lado de Jammie.

— O que o rato fala quando se queima? — Perguntei e elas pensaram um pouco antes de negar com a cabeça. — Nossa, Mickey mei.

— Você conhece a piada do pônei? — Hope perguntou para a enfermeira que prontamente negou. — Pô nei eu.

E assim nós continuamos por algumas horas. Foi bom para esquecer um pouco dos problemas e me divertir ao lado das minhas amigas e a senhorinha que trabalhava ali, que acabou virando nossa amiga também.

_____________
Continua...

Esse capítulo foi escrito após eu passar algumas horas junto com meus amigos que usam drogas, não me responsabilizo pelo resultado dele. (MEME)

Amor, Bolinhos E CaféWhere stories live. Discover now