Parte 24

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                               Jade 👩🏻‍🦱

Acordei com uma gritaria lá em baixo, olhei o relógio e era 8h da manhã. Minha cabeça parecia que iria explodir e quando lembrei de ontem entendi o porque.

Estava procurando um remédio de dor de cabeça quando ouvi a voz da Alice na discussão.

Quando eu iria sair do quarto o pai de Alice abre a porta entrando no quarto e Alice entra atrás dele chorando.

Rodrigo: Você está aqui escondida do meu melhor cliente?

Alice: Pai, por favor, não! Você sabe o que ele fez! - ela diz chorando muito.

Rodrigo: Foda-se Alice, você sabe quanto em dinheiro ele me rende por mês? E essa garota é ao contrário só me da despesas. - diz apontando pra mim. - ele me ligou ontem a noite me contando o porque dela ter fugido, eu sinto muito Jade mas você não vai ficar mais aqui! Seu pai é um dos meus melhores clientes, não posso ficar escondendo a filha dele aqui. Ele quer você de volta!

Jade: Tio, por favor, eu imploro, ele vai me matar, não deixa ele me levar. -digo ajoelhando .

Rodrigo: Não só deixo como vou lá buscar ele pra vim te pegar, o carro dele está na oficina. -falou com um sorriso no rosto.- eu não aguento mais ficar te sustentando, nem minha filha é.

Até que a Cida entrou no quarto, ela parecia que tinha escutado tudo, aliás, não tinha como não escutar não é?

Ela, além da Alice era a única que sabia a verdadeira história ali daquela casa, a mãe de Alice nunca estava em casa e o pai dela, bom o pai dela é esse homem escroto ai que vocês viram.

Cida: Sr. Rodrigo, eu levo a menina pra minha casa. Ela vai ser criada e sustentada por mim. - ela disse me abraçando e eu devolvendo o abraço.

Rodrigo: ELA VAI COM O PAI DELA CARALHO! Vou botar alguém pra vigiar sua casa de vez em quando, e se eu souber que ela está lá a senhora perde esse emprego! Meu cliente quer a filha de volta e ele terá.

Desde que eles entraram no quarto Alice não sai do celular, não para de digitar, não sei o que ela ta fazendo mas eu precisava do apoio dela, não é hora dela conversar com o thalinho.

Rodrigo: estou indo lá buscar seu pai Jade, espero que todos tenham entendido que daqui ela só sai com o pai dela certo? - saiu de casa trancando a porta.

Cida: Ô minha filha, eu sinto muito eu queria tanto te ajudar mas preciso desse emprego pra sustentar meus filhos. Minha filha de 14 anos está grávida e o pai da criança nem ai, lá em casa é tudo eu. - disse me abraçando e eu assenti sorrindo pra ela.

Jade: Obrigada por tentar! Nunca vou esquecer o que a senhora fez por mim. - abaixei a cabeça.

Alice: amiga vamos fugir, eu vou com você! - ela disse vindo pra perto de mim e abaixando na minha frente.

Jade: Você ta doida? Você tem sua casa, eu não vou deixar vc sair daqui pra ficar por ai sem rumo comigo. Obrigada por tudo que fez por mim mas eu só tenho que aceitar meu destino. - disse abraçando ela.

Ela soltou meu abraço assim que o celular dela chegou notificação.

Alice: Resolvido! Você já tem um lugar pra ficar, vamos logo, daqui a pouco meu pai volta. Você tem que estar bem longe quando ele chegar aqui. - disse me puxando da cama.

Jade: Como assim? Eu vou pra onde? Com quem? - disse descendo as escadas rápido.

Quando Alice tentou abrir a porta estava trancada e minha última esperança tinha acabado, até que ela vasculhou em um vaso de planta que tinha ao lado da porta e pegou uma chave que parecia ser a reserva e abriu a porta me puxando pra fora.

Alice: eu não posso explicar muita coisa, mas você tem que ir. Mais tarde ou amanhã no máximo eu vou lá levar umas roupas pra você. - disse me virando pra portaria do condomínio onde tinha um carro preto muito bonito parado.

Quando eu me aproximei do carro que abaixou o vidro fumê, era ele, Kaique. PUTA QUE PARIU, eu esqueci de contar pra Alice o que tinha acontecido entre eu e ele.

Jade: Amiga , eu não vou! Ele não, por favor.- disse voltando pra perto dela.

Alice: Jade Fernandes, você prefere ele ou seu pai estuprador? Amiga é só até eu arranjar outro lugar pra você! Vai logo antes que meu pai chegue. Amanhã eu vou lá te ver. Eu te amo muito, vai passar e tudo vai dar certo. - ela disse me abraçando e colocou dentro do carro.

Ela estava certa, nada era pior do que meu pai...

O Kaique foi o caminho todo até o morro em silêncio e no carro só se ouvia o barulho do meu choro.

De repente no Complexo da PenhaOnde histórias criam vida. Descubra agora