Capitulo 49

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Jade 🌸

2k: Qual foi garota? Tu ta bem? -falou batendo na porta.

Jade: Me deixa Kaique, vai embora! -falei tentando disfarçar a voz de choro.

2k: Mas garota..... -eu o interrompi.

Jade: VAI EMBORA CARALHO! - gritei com ele.

Ele não falou mais nada, ficou um silêncio e depois de alguns minutos ouvi a porta da sala batendo.

Eu não consegui explicar o que eu estava sentindo, na hora em que tudo ia acontecer eu lembrei de tudo que passei com aquele homem.. um homem que deveria cuidar de mim, me amar. Mas que na verdade me destruiu.

Eu pensei que estava bem, que as consultas diárias com a psicóloga tinha dado certo. Mas quando o Kaique começou a passar à mão em mim, eu me senti suja, ou melhor, imunda.

Eu não sei o que fazer, não sei se agi errado com o Kaique. Mas caralho, na hora que ele tocou em mim, eu lembrei daquele monstro e me deu um ataque de pânico.

Levantei do chão e fui pro banheiro, tomei um banho, escovei os dentes, vesti um pijama e deitei na cama.

As lágrimas não paravam de descer, eu não parava de sentir nojo de mim. Eu não sei o que fiz pra merecer um pai como esse que eu tive, sempre tentei ser boa pra ele.

Fui tentando me acalmar, tentando parar de chorar e aos poucos fui pegando no sono.

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Acordei com o sol batendo no meu rosto, ontem nem ligar o ar-condicionado eu liguei, depois do dia em que "meu pai" me sequestrou eu não me lembrava de uma noite tão ruim quanto essa.

Sentei na cama pra levantar e parei assim que senti meu celular vibrar.

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Kaique: Coe morena, mais tarde vou brotar ai pra nós desenrolar? Ta melhor?

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Alice: fala mulher, como foi a noite? To preocupada, bjs , te amo ❤️

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Não estava com cabeça pra responder ninguém, eu não sabia como explicar pra eles como eu estava se nem eu mesma sabia o que estava acontecendo.

Tomei um banho e decidi sentar no portão, tem tempos que não boto nem a cara na rua.

Assim que sentei no portão vi que tinha um caminhão de mudança parado na casa ao lado, provavelmente alguém se mudando pra casa, estava vazia a algum tempo.

.. ..: Vambora Caio, caralho! Me ajuda a levar essas coisas pra dentro. -uma mulher disse tirando as coisas do caminhão e entregando pra um garoto.

.. ..: Ai mona, isso ta muito pesado, machucando minha mão de princesa. - ele respondeu botando as caixas no chão.

.. ..: Mona o caralho, eu sou tua mãe! Pra dar esse cu você não fala que ta machucando né?

.. ..: Claro que não, é gostoso! Ainda peço mais! - ele saiu correndo enquanto ela tacava o chinelo nele.

Eu observando aquilo e rindo.

.. ..: É assim que ela agradece por ter um filho lindo mona! - ele falou se aproximando de mim.- você mora aqui? -perguntou apontando pra minha casa e eu assenti.- ih, vai escutar todo dia os auê que essa mulher faz. -ele falou apontando pra mãe dele.- Prazer, Caio! E se tu vier com esse historinha de "prazer só na cama" vou te xoxar, aquela ali é minha mãe Roberta.

Jade: Prazer, Jade! - apertei a mão dele rindo.- primeira vez aqui no morro?

Caio: Sim, primeira vez em uma favela na verdade! A gente voltou pro rio depois de anos fora. Mas ouvi que aqui só tem homem gostoso e já me animei. -falou rebolando na minha frente.

Roberta: Não vai na onda desse garoto não menina, esse dai não vale o pau que chupa.

Caio: Eu valho, valo, valhi, ahh porra. Eu presto sim ta! - falou rindo.

De repente no Complexo da PenhaWhere stories live. Discover now