Capítulo 5

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Naquela mesmo dia a noite Jennie me convidou a ir para uma baladinha com ela. Fazia tanto tempo que eu não ia em uma que acabei aceitando.

Vesti uma calça bem justa preta, um sapato e uma camisa preta gola alta de mangas até os pulsos. Coloquei pulseiras, anéis, perfume e por último uma jaqueta de couro também preta.

Me olhei no espelho e não estava nada mal, eu me pegaria.

Cheguei na sala, Jennie estava toda largada no sofá, com uma roupa super folgada, que se resumia a um vans, calça jeans e um casaco com capuz.

— Caralho Roseanne, vamos só em uma baladinha simples!

— Eu gosto de andar bonitinha. Jennie você devia andar mais feminina, uma saia da Chanel, salto alto, blusinha mostrando a barriga.

— Bonitinha minha patroa? Estou ficando com vontade de dar uma sentadinha em você. E eu não vou vestir esse tipo de roupa.

Abri um sorriso e mordi meu lábio inferior.

— Bom, se um dia você quiser dar essa sentadinha, tamos aí.

— Não quero, já passou a vontade.

— Nossa Jennie, você destrói a minha autoestima que nem existe!

Ela levantou do sofá e pegou a chave do carro.

— Podemos ir boiolinha fashion?

— Por favor senhora desleixada!

Ela saiu na frente, fechei a porta de casa e entrei no lado do carona. Jamais piloto um carro que Jennie Kim esteja dentro, ela é apaixonada pelo transporte.

Jennie me levou para uma baladinha classe média, onde as pessoas que frequentam provavelmente tem alguma estabilidade financeira.

Descemos do carro, pegamos uma pequena fila e logo conseguimos entrar.

Não acreditei quando percebi que era uma balada gay de strip.

— Não tinha um lugar mais hétero para me levar não? – Perguntei no ouvido dela.

— Pra que? Tu nem gosta de homem! Vai arrasar com essa roupinha deliciosa, as mulheres estão todas olhando pra você.

Coloquei meu chapéu na cabeça e baixei a frente até cobrir um pouco meus olhos. Não gosto de ser o centro das atenções.

Jennie saiu se infiltrando no meio das pessoas e foi para a pista de dança. Nunca que ela arriscaria ficar perto de mim em uma baladinha e correr o risco das mulheres pensar que ela está acompanhada, ainda mais que eu não tenho uma cara tão simpática assim.

Fui até o bar, vi uma moça sentada sozinha tomando uma bebida muito parecida com conhaque, sorri vendo aquela franja, a reconhecendo imediatamente. Me aproximei sem pensar duas vezes, essa noite eu ganhei na loteria.

Me sentei no banco ao lado dela, pedi um whisky com dois cubos de gelo. Virei meu rosto para ela, que está alheia viajando em pensamentos, deslizando o dedo seguidas vezes na borda do copo.

— Se você pensar que eu estou te seguindo, eu com certeza não irei te julgar. – Falei ganhando a atenção da moça.

— Uau! Lembro de você no barzinho mais cedo. – Ela sorriu. — Qual seu nome?

— Roseanne, mas pode me chamar de Rosé. – Respondi simples, peguei minha bebida e dei um gole no líquido da coragem. — E você?

— Lalisa, Lalisa Manoban!

Ofereci minha mão em um aperto, que ela logo retribuiu. Mão fina, sem nenhum machucado ou calo, sedosa, grande e atraente.

Olhei para o líquido no meu copo, eu não fazia ideia de como continuar um assunto com ela. Não sou muito de conversar, única pessoa que costumo fazer isso é bom Jennie. Quando estou interessada em alguma garota, apenas uso meu poder de sedução, sem muitas conversas, apenas alguns beijos e se der vontade um bom sexo rápido e adeus.

— Você é aqui de Seul mesmo? – Perguntou ela. Pelo visto ela sabe puxar assunto.

— Sim, eu moro em uma casa de campo. – Respondi — Gosto da calmaria. – Completei quando percebi que tinha sido uma resposta muito vaga.

— Nunca tinha te visto por aqui.

Olhei melhor para o rosto de Lisa, para apreciar a mulher belíssima a minha frente, alta, magra, mas com alguma massa muscular, a boca rosada, olhos incrivelmente alucinantes, uma pele tão clara que seria marcada com certa facilidade, seu cheiro amadeirado, cabelos longos e dentes alinhados. Lalisa Manoban é realmente lindíssima. Por foto é impecável, pessoalmente deveria ser presa, por humilhar tanto as pessoas por aí com sua beleza exuberante.

— Uma amiga minha me convidou. Realmente não gosto muito de baladas, o barulho alto me deixa um pouco estressada. – Respondi tentando não me mostrar alucinada com sua beleza.

— Você parece uma mulher bem culta e resolvida. – Lisa sorriu e tomou um gole de sua bebida, olhando bem em meus olhos.

Soltei um riso nasal. Uma mulher culta... É claro que sou Lalisa.

— Eu não teria muita certeza disso senhorita Manoban. – Pisquei um olho para ela e tomei um gole do meu whisky.

Vi os olhos dela descerem dos meus olhos e desfilarem por todo meu corpo.

— Deve fazer sucesso com os homens.

Me aproximei mais um pouco dela, e falei bem próximo a seu ouvido.

— Talvez... – Soltei um riso nasal e me afastei, era perigoso me manter próxima. — Você trabalha com o que? – Tentei prolongar nosso assunto, e fugir do antigo.

— Sou policial, e nas horas vagas costumo fazer umas corridas como taxista. É como um passatempo, além do dinheiro extra.

Informação nova.

— Opa, estou conversando com uma autoridade... – Falei em tom de brincadeira, ela sorriu.

— É bom andar na linha, ou teremos problemas. – Ela respondeu no mesmo tom de humor. — E você?

— Eu trabalho com negócios. – Ela me encarou esperando uma resposta mais complexa. — Meus pais morreram a um tempo atrás, eu era a única herdeira, meio que invisto o dinheiro na bolsa de valores.

Isso não era mentira, eu realmente faço investimentos para que meu dinheiro não acabe.

— Parece que estou conversando com uma mulher importante. – Ela sorriu, eu sorri de volta.

— Sou uma mulher bem simples Lalisa, por mais que eu tenha uma boa condição financeira. Não vivo no luxo, bem longe disso na verdade, acredite.

Pisquei o olho para ela, já tinha conversando mais que o suficiente, peguei minha bebida e sai pela boate. Encontrei Jennie na pista de dança agarrada com uma menina. Segurei o braço dela e a puxei para próximo a mim, para que pudesse falar em seu ouvido.

— Precisamos ir embora!

— Que? Por que? – Jennie literalmente gritou no meu ouvido.

Eu só saí a puxando pelo braço para a saída.

— Rosé o que foi?

— Precisamos ir embora, por favor!

— Que merda você fez?

— Nenhuma, mas vou fazer se ficarmos!

Jennie soltou uma alta respiração. Mas entrou no carro comigo e me trouxe para casa.

Não posso colocar tudo a perder por causa dessa maldita mulher sexy.

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The angel of Death Where stories live. Discover now