Capítulo 21

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Pov Rosé

Elas me trouxeram para o apartamento de Lisa a mando da mesma, jamais estive aqui antes, não sendo convidada para entrar. O gato de Lisa ficava me encarando, como se dissesse a Lisa que eu já tinha invadido aqui antes.

Jisoo e Jennie também estava por aqui, eu ainda estou abalada com isso, estou a meses achando que Jennie estava morta, e do nada ela está acompanhada da polícia me salvando.

Lisa me levou até o quarto dela, me entregou uma roupa confortável.

— Quer ajuda no banho? – Disse ela.

— Acho que consigo tomar sozinha.

Agradeci pelas roupas e fui até o banheiro. Quando a água caiu soltei um resmungo de dor. Tudo doía, estava sentindo dores em lugares que jamais imaginei sentir, que eu nem sabia que era possível sentir dor.

Ao concluir o banho, parei em frente a um espelho do banheiro que mostrava meu corpo inteiro.

Olhei os machucados e os roxos que eram muitos.

Vesti a calcinha e a camisa, ouvi uma batida na porta. Imaginei ser Jennie ou Lisa, pedi que entrasse.

Era Lisa.

Ela olhou para meu corpo machucado e suspirou.

— Me deixa cuidar de você?

Balancei minha cabeça em afirmação.

Ela pegou uma maleta de primeiros socorros, segurou minha mão, me guiando até a cama.

Me deitei, Lisa começou passando uma pomada em alguns machucados, colocando curativos nos mais profundos e amarrou uma atadura bem forte no meu pulso.

Me arrepiei quando ela colocou minhas pernas em cima do seu colo, fez uma massagem relaxante nos meus pés.

— Roseanne, consegue perceber o que está acontecendo? Você deveria ter parado, hoje foi essa gangue, amanhã pode ser outra, depois outra, depois a polícia

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— Roseanne, consegue perceber o que está acontecendo? Você deveria ter parado, hoje foi essa gangue, amanhã pode ser outra, depois outra, depois a polícia. Você está cercada de pessoas querendo sua cabeça.

— Você é uma dessas pessoas.

Lisa suspirou.

— Eu não posso te prender.

— O que te impede?

— Meus sentimentos por você.

Pisquei meus olhos algumas vezes.

— Me desculpe, fui idiota, eu deveria ter mantido distância de você. Só que, sempre teve algo que me puxava Lalisa, eu tinha curiosidade em você, gostava de te ter embaixo dos meus olhos. Eu não programei me envolver amorosamente, eu sinto muito. Nem sempre meus planos dão certo.

Eu estava com a cabeça baixa, senti dois dedos de Lisa no meu queixo, ela inclinou minha cabeça.

— O que você sente por mim?

— Algo bom.

— Amor?

— Não sei se sou capaz de amar alguém.

Ela piscou os olhos para mim, continuou com nossos olhares fixados um ao outro, como em uma batalha.

— É mais forte do que a raiva que sente de quem matou sua família?

Mexi minha boca pensativa.

— Ambos são sentimentos que não consigo controlar, a diferença é que são dispersos, eles me fazem sentir algo ruim, você é algo bom.

— Deixa eu curar suas feridas? – Ela passou o dedo sobre alguns dos meus hematomas. — Eu não estou falando sobre essas. – Ela me encarou. — Estou falando sobre essa. – Ela colocou a palma da mão sobre meu coração.

— Não acho que esse machucado aí tenha cura.

Lisa soltou uma respiração, se aproximou mais de mim, nossos rostos estavam grudados.

— Eu lembro da minha doce Chaeyoung, daquela garotinha linda que brincava comigo quando eu era criança, tão meiga, calma e cheia de vida. Lembro quando você chorava por não aceitar perder em algum joguinho, em como corria para dizer a minha mãe que eu estava roubando. Meu bem, não sei quando você se tornou tão fria, tão vazia, mas sei que a minha garota, a minha Chaeyoung está escondida em algum lugar no meio dessa escuridão. Ela só precisa pedir ajuda, para que alguém possa resgata-la de volta, e eu estou pronta para isso, nunca tive medo de escuro.

Senti meus olhos lacrimejar, Lisa segurou as duas maçãs do meu rosto e beijou cada uma das minhas faces.

Me aninhei em seu peito, sentindo suas mãos acariciar meus braços.

— Por que Lisa? Por que insiste? Eu sou o seu maior problema, sou a porra de uma assassina a sangue frio, já fiz coisas perversas, por que continua aqui?

— Você acha que eu nunca matei ninguém? A única diferença é que eu sou da polícia Roseanne, eu não levo a culpa quando mato bandidos em confrontos. Já fiz coisas perversas também, acredite, e olhe que eu trabalho a pouco tempo nisso.

— Está arriscando seu emprego ficando comigo.

— Me fale como aconteceu o seu sequestro.

Respirei fundo, me deitei na cama, encostei minha cabeça no colo de Lisa como se fosse um travesseiro.

— Foi tudo muito rápido e ensaiado. Atiraram um dardo tranquilizante, foi algo realmente profissional.

— Eles fizeram algo com você além desses machucados?

— Não chegaram a me tocar, só me deixaram presa por 2 dias, sem comer, beber, e me batendo. A ideia era me matar aos poucos, todos os dias me deixaram mais frágil.

— Você está sem comer a dois dias?

— Eu já passei muita fome na vida Lisa, não fiquei fraca por não me alimentar dois dias. Preciso bem mais que isso para realmente passar fome. Acho que o ódio é meu suplemento.

Lisa estreitou as sobrancelhas para mim.

— Vou pegar algo para você comer.

— Não, não precisa. Só fica aqui, me deixa dormir em seus braços, necessito de sono mais que de alimento.

— Tudo bem. Então durma um pouco, creio que sua amiga Jennie queira conversar com você, mas vamos deixar para depois, você precisa descansar.

Ainda não raciocinei muito bem sobre isso, e estou dividia entre querer agarrar Jennie em um grande abraço, e a matar por ter me feito acreditar que ela estava morta e sofrido sua perca, enquanto essa desgraçada tava por aí fazendo sei ali o que.

Migrei minha cabeça para o travesseiro, Lisa me abraço em conchinha, continuou alisando meu braço, deixava beijos no meu rosto ou no meu pescoço.

Talvez você esteja encontrando a garotinha perdida na minha escuridão Lalisa Manoban. Mas é tarde demais.

(.) (.)

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