capítulo 13

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——— smile, the worst is yet to come
we'll be lucky if we ever see the sun
got nowhere to go, we can be here for a while
but the future is forgiving so smile!






Helion não iria voltar.

Nos primeiros meses após a reunião dele com Amarantha e os outros Grão-Senhores ela cogitou a volta dele, mesmo que nunca tivesse acreditado na redenção da agora Grã-Rainha ela ainda tinha esperança de que tudo fosse um engano e que a qualquer momento ele estaria de volta chamando-a de branquela e rindo de suas aventuras. Mas obviamente aquilo não aconteceu e quando se deu conta disso estabeleceu-se junto a sua tripulação no Palácio Dourado, os poucos funcionários que ficavam ali tentaram negar a estadia mas com apenas palavras firmes de Thalassa eles acataram e os deixaram em paz. A Capitã ainda mantinha a esperança de que poderia salvar seu padrinho, a pessoa que mais amava no mundo. Os habitantes de Aethel tinham evacuado, ao menos aqueles que podiam se refugiar em lugares secretos que apenas eles conheciam. Mas Makaela ficou ali, protegendo o Palácio Dourado, a casa de seu padrinho e sua tripulação, mesmo que não conhecessem Helion há tanto tempo ficaram ao seu lado batalhando dia após dia para manter aquele lugar seguro e achar uma forma de libertá-lo. O Capitão da Guarda, se chama Darion e havia ido junto a Helion naquela reunião, fazendo soldados perderem o rumo sem saber o que fazer, então eles se dividiram entre as cortes voltando para suas casas para proteger suas famílias, os poucos que haviam sobrado em Aethel precisavam urgentemente de orientação.

Eles haviam se dividido entre algumas cidades para procurarem nas enormes e recheadas bibliotecas. Thalassa procurava entres os sábios livros na biblioteca de Boneville quando sentiu aquela coisa gritante em seu peito a mandando sair dali, e ela deu voz àquilo. Quando saiu pelas grandes portas negras e envernizadas ela pode visualizar o cais e mais perto do que gostaria os navios estrangeiros, ela não precisava conhecê-los para saber que aqueles eram os navios de Amarantha, com velas negras e vermelhas surgindo no horizonte prontos para reduzir a Capital a cinzas e sabendo que não sobraria muita coisa ali ela olhou para os aldeões e comerciantes e soldados sem rumo - que assim como ela encarava o horizonte temerosos - e lhes implorou.

Eu..... — sua voz saiu fraca e embargada e vendo que aquilo não seria nem um pouco incentivador ela aumentou o tom de voz sendo firme sem gritar reunindo toda a coragem que seu patrono havia lhe dado - Eu sei que vocês estão cansados e sem esperança e não têm nenhum motivo para ouvir o que falo. Mas a verdade é que Helion, nosso Grão-Senhor, não vai voltar. Não por um bom tempo, os soldados se dispersaram e restam poucas pessoas para proteger a capital, mas o inimigo não tarda em bater à nossa porta e é por isso que eu vou ousar pedir que cada um que seja capaz de empunhar uma espada vá para o cais e mate o máximo de soldados que puderem.

Ao final os aldeões a olhavam embasbacados, com medo. Ela não esperava que a escutassem mas tinha a mínima esperança de que defenderiam sua casa, Thalassa ainda tinha esperança. Mas olhando para aquelas pessoas devastadas e sem rumo não os culpava por não tentarem.

Vocês não ouviram a moça? Sei que estão cansados mas resguardem suas lágrimas por mais um dia, agora quem puder venha comigo até o Quartel se equipar para que podemos expulsar esses desgraçados da nossa cidade. —Thalassa sabia quem era aquele, já havia visto Aleksander antes mesmo de Helion ficar encarcerado, era um simples soldado mas que dava o máximo que podia para defender aquelas pessoas. Seu cabelos eram negros, seu maxilar marcado e seus olhos do mais lindo verde oliva. Fez um gesto de agradecimento para o macho que foi retribuído com um sorriso ladinho.

Com as simples palavras do macho o povo acordou para a vida e o seguiu para o Quartel, homens e mulheres de variadas idades com apenas um propósito. Thalassa sabia que as chances eram mínimas mas de todo seu coração esperava que conseguissem impedir os soldados da vadia ruiva.

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