𝐀 𝐂𝐨𝐮𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐖𝐢𝐥𝐝𝐞𝐬𝐭 𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 | Eris Vanserra

+ Prólogo - Prythian +

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Dois anos após o nascimento de Nyx, as coisas começaram a ficar estranhas na Corte Noturna. Elain, a segunda mais velha das irmãs Archeron, era pega diversas vezes, pela noite, voltando de lugares aos quais ninguém tinha o conhecimento. Feyre, a irmã mais nova e Grã Senhora da Corte, ordenou ao seu mestre espião que parasse de pensar sobre o assunto. É claro, ela e o parceiro escolheram agir de boa fé, pois, não havia mal algum no pensamento de sua irmã estar seguindo em frente e conhecendo alguém.

Bem, quem poderia prever a traição vinda da irmã mais amável, delicada e gentil, não é mesmo? Justamente ela, que, parecia ter seguido em frente de forma tão natural e saudável.

Acontece que, Elain estava quieta por um motivo. Arquitetando seu plano dia após dia, ela atuou, e atuou muito bem. Ela procurou por Korschei, o imortal, desejando vingança; não sabia muito bem pelo quê: se pelo desprezo de seu ex noivo, se por ter sido transformada em feérica. Não importava. E claro, o imortal usou e abusou de sua vingança cega e burra. Elain era melhor do que qualquer plano que jamais tivera bolado para destruir Prythian, roubar o caldeirão e assumir seu poder por toda a terra.

Então, ao lado de Beron, armaram uma emboscada, que acabou reunindo todas as Cortes no território Outonal. O Grão Senhor fingiu sequestrar Elain, exigindo a localização do caldeirão, enganado pelas promessas do mago imortal. Mas, as coisas não acabaram bem para nenhum deles.

A luta ficou conhecida como "A batalha dos três dias". No primeiro dia, Elain foi morta, pelas próprias mãos do Grão Senhor da Primaveril, como se fosse um inseto, um incomodo insignificante. Aconteceu de forma tão rápida que, nem mesmo teve tempo de reagir ou gritar. Mas, ahh... O grito de Lucien ecoou por todo o palácio construído sob a árvore, aterrorizando até mesmo a mente do feérico mais destemido e forte do local. E, com apenas algumas horas de diferença, mesmo com toda sua guarda ao seu lado, Beron foi morto pelo próprio filho, Eris, que fingiu estar ao seu lado. Um de seus irmãos também foi morto no processo, por ter tentado tomar o trono para si quando percebeu toda a tramóia do mais velho.

No amanhecer do segundo dia, quando Eris adentrou a lona de estratégias montada aos arredores do território, todos perceberam de imediato. A carcaça cansada do ruivo exalava um poder que ele chegara a pensar não conseguir carregar por muito tempo. Pesava os ombros, sufocava e suprimia em seu peito. E até mesmo as pessoas mais alheias aos últimos acontecimentos não precisaram ouvir a história toda. Mesmo com a ausência de uma coroa, sua simples presença já dizia o que estava mais que explícito. E quando olharam em seus olhos, viram, tiveram a certeza de que as coisas seriam diferentes daquele momento em diante. Os séculos de tirania e crueldade de Beron tinham chegado ao fim, finalmente.

Ao decorrer do segundo dia, as cortes discutiram sobre o mago, pois perceberam que ele não morreria de forma convencional. Passaram, então, horas procurando por uma solução. Nunca, na história de Prythian, as Cortes lutaram tão unidas contra uma força tão grande. E ao terceiro dia, houve a batalha mais sangrenta de todas, foram perdidos muitos feéricos; muitos deles sendo Valquírias e sacerdotisas, que deram suas vidas para salvar suas terras, lideradas em uma missão quase suicída por Nestha Archeron, grávida de sua primeira filha.

Ao fim do dia, Korschei, o imortal, foi esquartejado. Dividido em sete partes, cada Grão Senhor se encarregando de esconder ou dar um fim em um pedaço, sendo assim, se tornaria difícil de juntá-los, o impedindo de recuperar seu poder.

Passaram-se poucos anos. A Corte Noturna estava em paz novamente. Muitas parcerias foram atadas. Cassian e Nestha criavam alegremente sua pequena e geniosa Alina, que era uma cópia exata da mãe, com exceção da pele bronzeada. Gwyn e Azriel também se tornaram pais, alguns poucos anos após saberem do laço; Zion era pálido, de cabelos negros e olhos que transitavam entre o amêndoa do pai e o azul da mãe, sem dúvidas, uma mistura perfeita. Ele nascera apenas um ano após Alina, que nascera três anos após Nyx.

E até mesmo Mor estava vivendo feliz ao lado de sua parceira, Emerie, em um apartamento beirando o rio Sidra. Tudo estava na mais perfeita paz.

Dois anos se passaram harmoniosamente entre os territórios, com muito deles fazendo novos acordos e parcerias econômicas. Ninguém desejava lutar tão cedo novamente. Prythian estava em paz, finalmente, tanto que, os Grão Senhores da Corte Noturna decidiram ter mais um filho. Essa criança, seria um símbolo de resistência, de esperança e fé de que as coisas só melhorariam, por isso, ao nascer, levou no nome uma homenagem a sua cidade natal; Velaris, a cidade da luz estelar.

Aquela pequenina criatura, mais frágil que seu irmão em nascimento, fez a terra tremer e as montanhas rugirem quando abriu os pequenos olhos; ela era tão perfeita. Todos se olharam, surpresos, espantados. O caldeirão tinha escolhido Nyx como herdeiro direto ainda em seus primeiros anos de vida, mas aquela garotinha possuía um poder desmedido. Ela realmente era filha de quem dizia ser; Feyre, a Quebradora da Maldição e Grã Senhora da Corte Noturna, e Rhysand, o Grão Senhor mais poderoso de Prythian. E todos saberiam disso, todos sentiriam em seus ossos apenas com sua presença.

Seu destino estava selado e a própria mãe parecia observar seu mais novo feito com orgulho, enquanto todo aquele poder destrutivo se apossava da recém nascida. Não precisou mais que um olhar trocado naquele quarto para que, tanto os tios e tias, quanto o pai e a mãe, entendessem e concordassem em silêncio.

Velarie Archeron seria gigante.

- Sei que disse que Nyx daria trabalho... - Falou Cassian, segurando a neném nos braços. Alina, com seus adoráveis quatro anos, sorria, pendurada no ombro do pai, olhando para a mais nova prima.

- Vamos redobrar a atenção nesta aí. - Rhysand disse risonho, segurando um copo d'água enquanto Feyre bebia, ainda muito trêmula e exausta pelo recente esforço.

- Porcos. - Disse Amren de um canto.