Esse capítulo tem muitas pistas, leia com atenção!
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Depois da certeza de que meus pais tinham se recolhido, eu me aprontei com a velocidade de um furacão. Um pouco antes disso, enquanto ainda podia ouvir o borburinho de risadas e conversas no andar debaixo, mandei três papéis, convidando as feéricas de meu convívio para a noite na Outonal. E é claro, as jovens aceitaram prontamente, com exceção de Meywen, que não costumava concordar com saídas furtivas.
Entretanto, lá estávamos nós quatro, caminhando em meio a floresta em tom de vinho, dada a hora. Nossas diferenças eram gritantes em relação as vestes. Parecia que iríamos comparecer à eventos diferentes. Chegava a ser cômico.
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- Vai chover. - Meymey constatou olhando pra cima, logo após um grupo de aves se deslocar no céu. Seus braços estavam pra trás, em uma mania inconsciente.
Eu sorri mínimo, me lembrando de que a própria jovem tinha me ensinado o fato das aves se deslocarem da costa ao anúncio de uma tempestade.
- Se isso for verdade, é bom que essa tal taverna esteja perto. - Karlie murmurou aborrecida. De nós quatro, ela era a que mais estava arrumada, e seus calçados não combinavam com a longa caminhada. Eu apenas revirei os olhos, não era a primeira vez que ela reclamava.
- A essa altura, estou começando a acreditar que Vell nem mesmo sabe onde estamos indo. - Noeli comentou, bufando risonha. A mesma chutou um bucado de terra em minhas botas que iam até o meio das panturrilhas. Sibilei um palavrão enquanto tentava desviar, tardiamente, da brincadeira estúpida de minha prima. - Vamos lá, Archeron! Assuma que está nos levando pra uma emboscada.
- Sim, vou matar todas vocês. - Eu comentei monótona, finalmente avistando luzes ao longe.
- Não pode me matar, ainda não terminei seus presentes de Solstício. - Meywen disse, em tom de defesa. Franzi o cenho em confusão e olhei para suas bochechas infladas de ar.
- Já estamos no verão, Meywen. - Eu lembrei, como se não pudesse ser mais óbvio. Sua boca se abriu, raivosa, e sua face se tornou incrédula.
- Ei?! O manuseio do ferro leva tempo, okay? - Ela protestou, cruzando os braços no peito. - E para seu respeito, também existe o Solstício de verão. - Evitei sorrir com seu comentário e ignorei seu dedo indicador quase em meu rosto. Olhei pra frente, apontando para o lugar mais aparente.
- É logo alí. - De fora, era uma taverna simples, de madeira e pedra. Os vidros das janelas possuíam um padrão trançado e as luzes feéricas eram baixas e acolhedoras - principalmente para o frio incomum da noite.
- Não acredito que você nos trouxe até aqui pra ficar com a ralé. - Karlie murmurou. Eu olhei pra mesma, olhei em seus olhos pela primeira vez em que chegamos. Ela sustentou o olhar, empinando o nariz.
