+ Um fardo +

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hey, autora aqui!!
eu só gostaria de fazer um apelo: seria bom deixar seu voto após ou antes da leitura de cada capítulo, isso faz a história subir na lista de tags e acaba sendo mais recomendada. só lembrando isso aqui, pq os capítulos alcançam em média 300/250 visualizações, e geralmente não passa de 40 votos :(






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Eu não conseguia me manter entretida por tanto tempo. Quer dizer, demorava tanto assim para refazer os feitiços de proteção de Velaris? Já se passaram três semanas desde que me mandaram para Corte Diurna, e eu simplesmente não aguentava mais. Não por Helion, que, apesar de ausente, sempre arrumava um jeito de me entreter. Sempre parecia haver algo novo, uma corrida com jovens locais, exercícios, apresentações ou bares. E as bibliotecas, sem dúvidas, as bibliotecas - era onde eu passava a maior parte do tempo.

Mas, eu não conseguia parar de pensar em minha vida como era. Eu queria minha rotina de volta, por mais que o emprego no teatro não estivesse mais a vista. Eu queria voltar à Outonal, queria seguir com as aulas, queria rever Eris - e a Mãe sabia o tanto de vezes em que aquele nome passava por minha mente. Porque, em um ato desesperado de culpa, pedi que não se comunicasse mais comigo. Eu não queria trair meu pai, não queria o decepcionar novamente. Mas agora, quem estava sofrendo era eu, arrependida por ter o afastado ao máximo, e sem saber como fazer uma aproximação segura. Eu não poderia mandar um bilhete, fingindo que nada tinha acontecido. Era complicado.

E agora, eu estava enchendo a cara com meu primo, Zion, em um bar de luzes brilhantes. Era patética a forma que minha família tentava ajudar em toda a situação, como se mandar meu primo para fazer companhia durante algumas horas mudasse algo. E Zion nunca fora o mais sociável de nós, o que não ajudava. Mas acontece que ele, muito provavelmente, era o único disponível, já que Alina se tornara distante e inalcançável após a infância, e Nyx, estava ocupado lutando contra rumores na Cidade Escavada - nem mesmo pense em Noeli, ela nunca seria uma opção.

Olhando o jovem pálido de soslaio, me veio em mente um pensamento absurdo. Quer dizer, eu sabia que ele não estava alí por vontade própria, nós nunca saíamos juntos - sempre fora Nyx, Alina e Zion, enquanto eu e Noeli ficávamos de fora pela idade - e eu não reclamava disso. Mas tê-lo alí parecia estranho, junto de todas aquelas sombras sobre seus ombros e asas, era estranho. O aprendiz e filho do mestre espião tinha os olhos azuis muito atentos, sempre olhando em volta, respondendo monótono às minhas perguntas. Eu olhei para sua bebida borbulhante. Sem álcool, diferente da que eu tinha pedido.

- Te mandaram para me espionar ou o quê? - Eu ladrei por cima do barulho ambiente. Ele me olhou, os olhos se arregalando levemente em surpresa ao meu tom nada usual.

- Do quê está falando? - Ele rebateu a pergunta. Meu sangue ferveu, esgotado por toda a situação, por estar longe de casa. - Arg... Velarie, você realmente acha que eu queria estar aqui?! - Ele perguntou, totalmente irritadiço, me pegando de surpresa. - Você tem sido um pé no saco nos últimos meses. - O jovem reclamou, jogando uma das mãos no ar, gesticulando severamente. Eu o olhei, sem fala por alguns segundos. Indignação líquida borbulhando em minhas veias.

- Sim, Zion, você se torna um pé no saco depois de quase ser assassinado duas vezes. - Eu disse, baixo, friamente. Sua expressão repleta de chateação juvenil desmoronando ao se arrepender, provavelmente por repensar sua fala, acrescentando os últimos acontecimentos.

- Velarie, olha eu-

- Não quero saber, você já pode ir. - Eu juro que desmoronaria em sua frente se ele continuasse me lançando aquele olhar de pena por mais um minuto que seja.

𝐀 𝐂𝐨𝐮𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐖𝐢𝐥𝐝𝐞𝐬𝐭 𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 | Eris Vanserra Where stories live. Discover now