+ Política Outonal +

1.4K 160 284
                                    

Eu levei mais de uma semana pra desenvolver esse capítulo.
😭✋

Acho que é o capítulo mais longo que eu já escrevi. Sério, 7 mil palavras. Eu pensei em dividir em duas partes, mas ficaria estranho, então vai tudo de uma vez.
Espero que leiam e não abandonem pela metade
:(
Não esqueçam do voto, e comentem bastante. Adoro ler a opinião e a reação do leitor.

Boa leitura!!




🔥🌘



Passando-se os dias, Velarie se viu sozinha novamente. Com a ausência de seu irmão em Velaris, ela não via o porquê de sair de seus aposentos. Seus primos também não estavam por perto, ou pelo menos, escolhiam não estar. Em sua mente, ela só conseguia pensar que realmente não estava sendo uma boa companhia para ninguém, nem pra si mesma. Então, no fim das contas, era compreensível.

Noeli tinha ficado por perto durante alguns dias, até o fim de semana em que tinham combinado de sair com Meywen e Karlie. As jovens tinham passado uma única noite na Corte Noturna, aproveitando coisas das quais apenas a noite estrelada poderia oferecer. Foi a primeira vez em muito tempo, em que elas se davam bem, ou pelo menos, em que Velarie tentava ser amigável com a herdeira invernal. Porém, essa noite também passou, rapidamente, e a Archeron mais jovem se viu sozinha novamente.

A semana se passou tão rápida quanto a noite com as colegas. Ela se arrastava nas tarefas, sem sentir animação ou contentamento em uma ação sequer. Seu corpo, cansado, repousava em sua cama, mas seus olhos não fechavam; ficavam encarando o dócel lilás balançar ao vento, com a sensação estranha em seu peito de não pertencimento. Parecia que aquele lugar era estranho, que não era seu, e era difícil contestar tamanha rejeição a tudo que um dia conhecera.

Tudo bem ter uma rotina da qual não o satisfaz mais, tudo bem não ter planos pras próximas décadas. Mas, não se sentir bem e confortável em sua própria casa ou em lugar algum? Era demais. E mesmo assim, não era tudo que andava enfrentando. Velarie podia jurar que os moradores de Velaris não a reconheciam mais desde sua volta, como se sentissem medo ou repulsa, como se seus sorrisos e atos gentis fossem puramente falsos.

Com o acréscimo de todas essas coisas sobre seus ossos, no dia em que deveria visitar Helena, sua aprendiz, Velarie teve que pensar duas vezes antes de levantar da cama. E assim, sem dormir ou tomar seu desjejum, ela partiu para Outonal, cedo demais para o combinado. Perambulou pela floresta das macieiras, ouvindo o canto dos pássaros e sentindo o cheiro doce e terroso do lugar. Naquele dia, Helena mostrou-se preparada para iniciar outros exercícios e posições iniciais de luta. Enquanto esperava, Velarie fez seus exercícios, até a exaustão. Porque ela pensava que era disso que precisava, limpar a mente, e o exercício proporcionava isso. Mas quando sua vista escureceu e ela precisou se apoiar na parede mais próxima, acabou decidindo que bastava por aquele dia. Era o suficiente.

Por consequência disto, Velarie acabou o treino antes do normal, sendo gentil e pedindo para que Helena desse sequência em mais duas séries de seu próprio exercícios. Nos corredores, ela acabou esbarrando em um dos filhos odiosos da fêmea, o que havia atirado uma flecha em seu rosto. Ele disse algo que ela não se esforçou em ouvir, provavelmente tentando arrumar uma briga em que ela não estava disposta a entrar. E enquanto ela deixava o subsolo, praticamente fugindo daquele lugar antes que desmaiasse, se esforçou para lembrar o nome do macho, mas sua mente parecia tão cansada quanto seu corpo.

E naquele mesmo dia, durante o jantar, Valerie sentiu ciúmes de seus pais. A mesa gritava a ausência de sua família, era terrível estar em uma casa tão grande e tão mal preenchida de vida. Mas o que ela poderia fazer? As pessoas que ela amava e conhecia, estavam vivendo suas vidas, enquanto ela torcia em silêncio pela felicidade de cada um. Mas alí, assistindo todo o romance e flerte de Rhysand e Feyre, Velarie não sentiu nada além de inveja; por eles terem um ao outro, por não estarem sozinhos no mundo, como ela estava.

𝐀 𝐂𝐨𝐮𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐖𝐢𝐥𝐝𝐞𝐬𝐭 𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 | Eris Vanserra Where stories live. Discover now