No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)

Capítulo 13 Lago Azul

Yava estremeceu ao ouvir o ruído da porta fechando e novas lágrimas começaram a cair. Sentia raiva de Thranduil e de si mesma. Sempre fora determinada cheia de coragem e agora se via ali, vulnerável sem condições de escapar das vistas do rei.
O elfo a queria e certamente planejou tudo. Custava acreditar que por baixo de sua prepotência e orgulho, alguém como ele, podia a desejar, fantasiar qualquer momento com ela. Por quê? O que uma simples mortal, poderia o oferecer além de uma noite com ele?

Ela respirou fundo, fechou os olhos lutando com todos pensamentos que não paravam de surgir e as perguntas insistentes.

Thranduil foi em direção ao trono. O rosto corado e altivez de sempre, mascaravam seu fervor interno. Ter tocado os lábios da híbrida, fizera seu corpo inflamar de desejo. O que por um lado o realizava, mas o fazia se sentir tolo. Reconhecer que a mortal possuía poder sobre ele, mesmo tendo atitudes grosseiras era ainda, uma grande prova para si. Porém, ele sabia o real motivo e precisava agir o quanto antes.

Havia agido mais do que ele próprio imaginou. Fizera sua parte e seria bom ela começar a lamentar o ato da fuga, que custara um soldado e seu tempo. Feren o devia lealdade, um de seus melhores homens e até julgava não haver nada entre os dois, todavia não ia aceitar traidores. Yava nem mesmo merecia seu apreço e consideração. A ajudou, porque muito vira pessoas feridas em suas guerras. Ele havia usado seus conhecimentos élficos para a despertar da pancada na cabeça que poderia demorar dias e até mesmo custar sua vida. Eles morrem, afinal são mortais, pensou ele ao lembrar das palavras ditas a Tauriel. A ironia do destino cruzava seu caminho de maneira inesperada. Ele não queria ver a jovem morrer em seus braços e entendeu o sofrimento da capitã pela morte do anão.

O evento da fuga corria todas as bocas do palácio inclusive sobre sua atitude diante do mensageiro. Dessa vez, pensou o elfo preocupado, as coisas estavam fugindo de seu controle. A atitude de levá-la para seus cômodos, garantia mais segurança. Os servos jamais entravam sem sua permissão. O lago natural com efeito cicatrizante, daria a possibilidade de vê-la recuperada mais rápido. A ideia de a levar para outro lugar, também ocorreu, porém com tantos eventos que mereciam sua atenção nos últimos dias, não teria como se afastar do reino. Poderia a deixar em outro cômodo, mas a liberdade que as servas tinham com a mortal; aumentaria os murmurinhos pelo palácio, algo que desejava evitar.

A visão, em seu lago não se desfazia. Tê-la espionado era algo de que possuía plena consciência ser errado, como a desejar ardentemente. O elfo soberano não reconhecia seus gestos, a forma como vinha lidando com a situação o incomodava. Yava era uma novidade para ele, um desafio a sua alma imortal que lutava por negar a si mesmo.

Ele queria prazer, tirar sua castidade e mesmo que tais sentimentos fossem hediondos para um elfo, seus desejos somente aumentavam. Queria seu corpo, uma noite com ela para o satisfazer, um chance de a possuir e seguir sua vida em paz.

As poucas coisas da mortal, foram levadas para seus cômodos. Aletria fez questão de preparar tudo, seguindo as orientações do monarca. Por ser serva antiga e de sua profunda confiança, cabia a ela ser sigilosa.

Experiente, a elfa havia desconfiado do interesse do rei, mas não ousou levantar hipótese ou tocar no assunto com as demais servas, que muito agitadas tinham curiosidade pela mortal, desde quando chegara ao reino e principalmente após saberem de sua fuga.

Anar foi a primeira a dar sua opinião, pois desconfiava que havia algo errado:

-Por mais que você tente esconder de nós o que está acontecendo, está mais claro do que os rios de Valinor.

-Eu não vejo razão para você se preocupar. Yava está se recuperando. -soltou Aletria querendo fugir de suas insinuações.

-É claro que vou me preocupar. Ela é minha amiga e você devia pensar o mesmo. Não são ordens do rei a servir? Ela não devia ser proibida de receber visitas. Como acho estranho, as curas élficas não a terem feito melhorar ainda. -tornou Anar intrigada.