A desconfiança, assolou Thranduil, quando seus pensamentos se voltaram para pensar no reinado do pai e no ouro perdido que nunca tivera notícias. O que ele sempre considerou impossível existir, pois por ser um rei bem informado, ele seria o primeiro a saber sobre ele. O que o deixava inquieto, era a facilidade com que os elfos negros vinham se infiltrando em seus domínios, como a querer verificar alguma coisa ou até mesmo se vingar dele. Seria essa a explicação mais plausível, para tais ressurgimentos. E como Legolas, havia ressaltado, o regresso teria relação com algo que os despertou, mas seria exatamente o que? O rei, possuía sabedoria o suficiente para entender determinados sinais, avaliar certas coisas que nunca passaram despercebidas aos seus olhos, mas pela primeira vez, não conseguia identificar as razões.
Fazendo esforço para não perder o sua calma, o rei se dirigiu com sua guarnição élfica, até a província. Queria ver com seus próprios olhos o que de fato havia acontecido e tirar satisfação com o líder irresponsável que desobedeceu suas ordens, conhecido pelo nome de Cirdan. O pequeno lugar dava indícios de progresso, sendo um prenúncio de que novas vilas ou condados pudessem surgir diante da Floresta Verde que retomava sua força. O rei, sentia orgulho de ver seu povo progredir aos poucos, mas não contava com tais episódios e não queria se ver obrigado a impor banimentos.
O lugar estava agitado, cercado de elfos que ficaram surpresos ao ver o governante acompanhado de seus homens. O líder o recebeu prontamente, mas o diálogo entre os dois, virou discussão forçando o rei a tomar a atitude de o enviar a masmorra.
Os elfos negros que invadiram Calenardhon conseguiram escapar e Thranduil perdeu seu bom humor aquela manhã, tendo que se reunir ao conselho imediatamente. Novas estratégias, foram reforçadas, assim como alerta de punições severas caso descumprissem suas ordens.
Sentado à mesa do conselho, sentenciou de maneira enérgica:
—Reitero fechamento de todas as fronteiras. Planícies, rios e qualquer área que inclua meus domínios. Qualquer tipo de evento, está proibido e se alguém ousar descumprir uma de minhas ordens, não terei pena de cortar a cabeça.
Um elfo de cabelos castanhos e altura elevada, membro do conselho o fez sinal para falar:
—Fale, Ilonir. -fez o rei.
—Com vossa licença, majestade, quem ficará responsável por Calenardhon se Cirdan está preso?
Thranduil arqueou uma sobrancelha. Conhecia a língua afiada daquele conselheiro e sua petulância em o questionar. Esperava sua pergunta e teve prazer em dizer:
—Você.
—Mas...meu senhor-fez o elfo em espanto.
—Nem mais nem menos. Eu não quero ouvir sua voz. Trate hoje mesmo de se reunir a província. Será uma oportunidade única de seu potencial questionador ser bem aproveitado. -soltou o rei sem se preocupar com o rosto aborrecido do elfo, que mal conseguia engolir sua indignação.
Ilonir fez menção de mover os lábios para contestar, mas se calou, quando o rei o encarou friamente.
Ligeiro murmurinho se ouviu entre todos. Thranduil soltou o punho sobre a mesa e bradou:
—Alguém mais aqui, gostaria de fazer companhia a Cirdan em sua cela?
Todos se entreolharam e retomaram o silêncio imediatamente.
O monarca assinou alguns documentos e deu ordem de encerrar a sessão. Depois, acompanhado de seu guardas, deixou a sala do conselho, aceitando o pensamento sugestivo que vinha em sua mente, de se reunir a mortal e fazer sua refeição a sala do banquete. Não iria mais se sujeitar a sua consciência, como não havia motivos para a esconder de ninguém. Queria vê-la livre, permitir conhecer seus gostos e seu mundo e tomar a posição que ansiava.
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No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)
FantasyImortal e soberano.Thranduil vive sua vida reclusa governando seu reino e indiferente a qualquer sentimento de amor. Em uma tarde de Primavera, sua floresta é invadida por uma mortal desconhecida, que fugindo de um galeão; se esconde nas terras do...