Capítulo 35 Broche Élfico.

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Yava ficou observando atenta o movimento dos elfos. Sabia que treinavam com disciplina cumprindo os deveres reais, porém não seguiu focando neles, pois nada a demovia de sua preocupação.

Dois dias se seguiram arrastados sem contato algum com o rei e ela evitou procurá-lo. Mesmo doendo o coração, julgou o silêncio ser melhor para ambos. Agora, uma vida dentro dela merecia seu cuidado, tanto quanto ela, que devia se poupar de dissabores.

Durante aqueles dias, buscou fazer outras coisas tentando esquecer os problemas, obedecendo as orientações de Aletria que passou maior parte do tempo com ela, ainda sobre protestos de que se sentia vigiada.

Após o jantar se recolheu ao quarto. O frio intenso,exigiu o braseiro deixando a temperatura confortável, e ela agradeceu a generosidade da serva. Puxou as camadas de cobertas, uma a uma e buscou se distrair com a leitura.

Batidas na porta interromperam o silêncio e ordenou que entrasse. Thranduil lentamente adentrou o quarto. Yava continuou fixa no livro, ele alcançou o leito e tomou assento ficando diante dela.

-Pequena,-fez Thranduil observando sua relutância.- temos que conversar.
Ela prosseguiu em sua postura com o coração aos saltos, sem desfocar do livro.-Sei que tem todas as razões para exigir uma explicação...

-É...? -retrucou ela erguendo o olhar em sua direção-E esperava o que?

O rei suspirou abafado. Não queria questionamentos, menos ainda discussões, considerou:

-Admito que usei uma solução mágica. As vezes a usamos para nos prevenir.

Yava bufou revirando os olhos.

-Não funcionou conosco. Mas, eu torno a dizer que desejo esse filho mais que qualquer coisa. Entenda linda adaneth, não irei deixá-los.

-Posso até entender sua preocupação, mas jamais vou aceitar o que ouvi. Você é um mentiroso.-retrucou ela sem se conter.

-Não faça isso mel de abelhas...

-Eu eu uma completa idiota, mas agora você não precisa se preocupar.-zombou ela.-Talvez tenha tempo de usar uma nova poção mágica, assim pode fazer desaparecer a criança.

Thranduil apertou a mandíbula, com olhar furioso.

-Eu jamais faria isso.-argumentou ele evitando demonstrar amargura.
Ela virou o rosto não querendo vê-lo.

- Preciso confessar uma coisa e isso, é muito importante. Olhe pra mim. -e tomou seu queixo vendo ela com respiração pesada.

Ele fez uma pausa e prosseguiu:

-Recebi uma mensagem do líder dos elfos negros. Eles acreditam que a tumba selada com o ouro pode ser aberta por um de nós. Ameaçam ter um confronto, se não seguirmos o que exigem.

Os olhos do rei se perderam no infinito, como se voltassem a um lugar antigo, uma passagem negra de sua vida, ao qual assombrava sua alma e ele não atrevia-se a revelar.

Yava não pensou na possibilidade de regresso deles. Disse surpresa:

-A guerra? Irá aceitar isso?

-Não existe outra forma, mas nosso exército está muito bem preparado.

A garota fechou os olhos fazendo esforço para processar a informação.

-Quando pretende partir?-quis saber ela triste.

-Ao amanhecer.

A garota se manteve firme, ele ia partir para a guerra tendo a chance de nunca mais vê-lo. Mesmo sendo imortal, essa possibilidade não poderia ser extinta, entretanto, Thranduil intrinsecamente poderia se importar com o ouro mesmo que não deixasse claro. Seria isso de fato?

No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora