Para Sempre Seu Protetor

Capítulo 19

•• Alexandre Pachis ••

Não tinha como esconder o que sinto pela Cristina por mais tempo, eu tentei, mas percebi que o sentimento era recíproco e não podia perder alguém tão incrível quanto ela.

Enquanto ela está no shopping com a Júlia, eu estou indo ver o Romantini, amanhã eu preciso devolver a Luz para ele e pegar meu dinheiro, espero que ele tenha conseguido pelo menos metade, não vou ficar com a filha de ninguém.

Confesso que me apaguei a Luz durante esses poucos dias, apesar de ter passado pouco tempo com ela, é impossível não gostar dela.

Cheguei na casa do Romantini, desci do carro e bati na porta.

— Romantini?! — chamei por ele mas não obtive resposta.

Continuei chamando-o por dez minutos, mas estava um silêncio absurdo e então resolvi arrombar a porta. Me deparei com uma casa vazia, apenas os móveis mais pesados estavam ali, até a televisão não estava mais. Vasculhei a casa e não tinha alimentos e nem roupas.

Tudo isso só me faz pensar em uma coisa…
O Romantini fugiu!

Tudo que ele falou no dia que vim cobrar a dívida do Sebastian era mentira, tudo não passou de um teatro, ele não ama a Luz e na primeira oportunidade que teve se livrou dela.

Tão pequena e indefesa mas já possui uma realidade triste, não deveria ser assim, as pessoas deveriam pensar mil vezes antes de ter um filho.

Passei as mãos no cabelo e respirei fundo, não sei o que fazer com essa situação, quero ficar com a Luz, mas tem a Cristina e eu não quero continuar mentindo para ela.

Ainda não contei nada pra Cris porquê achei que a Luz voltaria para seu pai e com isso tudo voltaria ao normal. Todos os dias a Cris acha que eu durmo no meu quarto, mas na verdade eu espero um pouco e volto pro meu apartamento para ficar com a Luz, sempre que ela me vê, estende os bracinhos pedindo colo e isso acaba com qualquer sombra de tristeza que possa haver em mim.

Minha única solução é continuar do jeito que está, pois também estou mentindo para o André e preciso mentir mais ainda agora. 

Saí da casa rapidamente e fui ver a Luz, a Ester continua cuidado dela como sempre, tenho certeza que a Luz não poderia estar em melhores mãos, além do mais, a Ester me falou que a sua filha, Fernanda, ama brincar com a Luz. Mas agora preciso saber se a Ester aceita ser babá por tempo indeterminado, posso fixar a carteira e tudo que é necessário para um trabalho legalizado.

Ainda tenho duas horas para ficar com a minha pequenininha, agora ela é minha mesmo, minha filha graças ao destino que cruzou nossos caminhos. Isso me causa uma sensação estranha e feliz ao mesmo tempo, não consigo explicar.

— Ester?! — chamei enquanto batia na porta do apartamento dela.

— Já vou! — escutei ela gritar e esperei.

— Boa tarde! — falei quando ela abriu a porta.

— Boa tarde! — ela respondeu e a Luz que estava em seus braços se jogou em minha direção.

— Estava com saudades pequena? — questionei sorrindo quando a peguei.

— Pa! — escutei a Luz falar essa única sílaba e olhei pra Ester. 

— A Fernanda fica falando sílabas pra ela o dia inteiro, ficam brincando de professora, é uma graça! — A Ester explicou e eu sorri.

— Ester, precisamos conversar, está com tempo? — questionei.

— Estou sim, entre! — entrei e fui até a sala.

Ela gesticulou para que eu sentasse no sofá e logo depois a nossa conversa começou. Inventei que a Luz era filha de uma prima minha que estava muito doente e que por isso fiquei com ela esses dias, mas essa prima acabou falecendo e agora sou o responsável pela Luz, acrescentei que o pai da Luz era um bandido e largou as duas quando soube da gravidez.