Capítulo 37

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Cristina Megalos

Como eu estou? destroçada, acabada, sem chão, confusa e totalmente perdida. Será possível que eu me apaixonei pelo meu irmão? Isso é impossível, são amores diferentes e eu nunca enxerguei ele dessa forma.

Várias coisas estavam se passando pela minha cabeça neste momento enquanto eu chorava em silêncio e sozinha em meu quarto, dentro da minha banheira. Fazia tempo que eu não chorava dessa forma.

Agora eu carrego um serzinho dentro de mim e não poderei dizer ao pai, não posso dificultar ainda mais essa situação, agora minha vida será em prol deste bebê e com esse pensamento comecei a me acalmar e logo as lágrimas cessaram. Terminei meu banho, vesti uma roupa confortável e preta, agora essa será minha cor por tempo indeterminado, assim que terminei de me vestir e passar hidratante em minha barriga, alguém bateu na porta.

- Quem é? - questionei com a voz fria.

- Sou eu... - Escutei a voz do Alex baixinha e meu coração ficou apertado.

- Oi? - questionei bem séria assim que abri a porta.

- Precisamos conversar! - ele falou e eu só conseguia prestar atenção em seus olhos inchados e vermelhos.

- Claro, entre! - dei espaço e ele entrou. - Pode sentar na cama!

- Seu pai te contou? - ele questionou assim que nos sentamos um de frente para o outro.

- Sim, nosso pai me contou! - falei seriamente e o mais fria possível.

- Não fala assim... - ele pediu.

- Como você quer que eu fale? - questionei suavemente.

- Não sei Cris... Eu definitivamente não sei de mais nada, só consigo pensar em nós dois, nos nossos planos e no nosso amor!

- Para de dizer isso! - falei e não consegui conter as lágrimas.

- Eu te amo Cristina! - ele falou e me beijou.

Eu não me afastei, também queria este beijo tanto quanto ele, um beijo cheio de sentimentos lindos que a partir de amanhã farão parte do meu passado e não passará de boas e doloridas memórias.

- Vá embora e, por favor, me esqueça pois eu farei o mesmo! - falei com uma enorme dor em meu coração e as lágrimas escorrendo.

- Não diz isso... - ele pediu. - Deve ter algum engano!

Levantei da cama, fui até a porta e abri a mesma.

- Por favor! - pedi e indiquei a saída.

Alexandre saiu de cabeça baixa e chorando tanto quanto eu, nunca o ele tão fragilizado como agora e fico perdida entre tentar ajuda-lo e deixa-lo sozinho. Mas se eu o ajudar, quem vai me ajudar? E o meu bebê? Que situação.

Assim que ele saiu do quarto eu fechei a porta e me encostei na mesma, respirei fundo várias vezes no intuito de parar de chorar e funcionou, abri os olhos decidida a não derramar mais nenhuma lágrima. Eu sou uma mulher e preciso ser forte como tal, mas sei que se eu continuar mais um dia aqui nesta casa será como aceitar minha própria morte interna e isso não pode e nem vai acontecer. O toque do celular me tirou dos meus pensamentos e assim que peguei o aparelho vi que era a minha mãe.

- Seu pai me contou o que aconteceu, como você está minha princesa? - ela questionou com sua voz doce.

- Estou bem mãe! Mas quero adiantar nossa viagem pra amanhã madrugada, a senhora pode pedir pra alguém adiantar? - fui direto ao ponto.

- Posso meu amor, não se preocupe, faça suas malas e amanhã viajamos! - ela falou.

- Obrigada por sempre me apoiar! - agradeci e me senti orgulhosa por não desabar em lágrimas durante estes segundo de ligação.

- Você é e sempre será minha filha, estou aqui por você! - ela falou e conseguiu me emocionar.

- Mãe, eu te amo! - falei e ela disse que me ama também e desligou a ligação.

Respirei fundo, engoli o choro e comecei a fazer as malas, sei que não é legal fugir dos problemas e que devemos encara-los de cabeça erguida, mas como posso enfrentar essa situação? Preciso de um tempo longe e quem sabe um dia eu retorne com mais maturidade e sabedoria para lidar com tudo.

Antes de ir preciso ver a Luz e a Júlia, não posso partir sem vê-las. Larguei tudo que eu estava fazendo, tranquei a porta do quarto por fora e fui encontrar a Luz.

(...)

Passei um bom tempo brincando com a minha bonequinha e mais uma vez meu coração se partiu por ter que deixa-la, nunca pensei que viveria um dia tão doloroso como este em que tudo que acontece acaba comigo mais um pouco, um dia que negativo que vai ser impossível de esquecer. Me livrei de meus pensamentos e pedi pro meu motorista me levar até a casa da Júlia.

- Criiiiiiiiis!!!!! - ela gritou assim que abriu a porta e me viu.

- Podemos conversar? - questionei e ela me olhou confusa.

- Claro, entre! - entrei em sua casa e ela me puxou até seu quarto, não vi os pais dela em nenhum momento.

- Vou viajar amanhã bem cedo e vim me despedir! - falei de uma vez e ela me olhou assustada.

- Por que essa pressa? - ela questionou e eu comecei a explicar toda a situação pra ela. - Não sei o que te dizer...

Júlia ficou com uma feição triste após me ouvir e eu amo o fato de ter uma amiga com quem posso desabafar, que me entende e que sente o que eu sinto.

- Só o fato de você me ouvir já é o suficiente! - falei e fiz uma pausa.

- Mas e o neném? - ela perguntou.

- Será só meu e eu te peço que não comente isso com ninguém, ok?

- Ok! - Ela respondeu.

Após um bom tempo de uma conversa tranquilizadora, a gente se despediu e eu voltei para casa para arrumar minhas coisas.

Agora a única coisa que me resta é esperar a hora de ir, começarei uma nova vida e deixarei está no passado.

***********

Oiiiii meus amores.

Mais um capítulo e eu queria agradecer a todos que estão acompanhando.

Este capítulo foi um pouco menor pois foi continuação do capítulo anterior mas na visão da Cris. Espero que tenham gostado.

Beijos e até o próximo.

Para Sempre Seu ProtetorWhere stories live. Discover now