Capítulo 40

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Cristina Megalos

8 Meses Depois...

Dizem que o tempo é a melhor resposta, que ele responde qualquer dúvida e que até mesmo tem poder de cura, será que isso é verdade? Na minha humilde opinião, o tempo pode sim ter vários poderes, mas ele jamais acabará com a dor, com a angustia ou com o medo de qualquer ser humano. Confesso que ele pode sim dar uma ajuda, amenizar e conformar, mas jamais acabará por completo qualquer sentimento, seja ele bom ou ruim.

Depois de 8 meses longe do Alexandre, o amor que eu sentia por ele continua presente e cada vez mais perto de materializar com a chegada do nosso filho, sim, estou grávida de um menino e seu nome será Joaquim. Pensei que depois de tanto tempo, o sentimento que sinto pelo Alex seria outro, queria vê-lo como um simples amigo ou como alguém que amei muito no passado, mas eu ainda amo no presente e sinto falta cada vez mais.

Os meses longe de casa foram essenciais para minha saúde e felizmente passaram bem rápido, eu, minha mãe e a Paula nos divertimos muito, visitamos vários lugares e países diferentes, também doamos todas as nossas roupas e compramos um pouco em cada países que visitávamos. Eu decidi ter meu filho na França, em Paris, e já estamos aqui pois não posso continuar viajando de avião por causa do tempo de gestação, além disso, minha barriga está enorme e fica cansada frequentemente.

Parte de mim queria que o tempo passasse rapidamente para que eu pudesse ter meu filho em meus braços, uma criança que foi feita com muito amor e desejada pelo pai e pela mãe, que foi gerado dentro de mim, que esteve ao meu lado no momento mais difícil da minha vida e que me deu forças para continua. Mas por outro lado eu queria que o tempo passasse bem devagar para que assim eu tivesse minha mãe ao meu lado por mais tempo, cada dia que passa ela está mais fraca e eu sinto que a qualquer momento posso perde-la, vários dias chorei sozinha pensando nisso e hoje amanheci com uma sensação ruim.

Minha mãe, dona Isadora, é uma mulher que tenta ser forte o tempo todo e não quer ajuda de ninguém, eu nunca entendi o motivo pelo qual ela é assim, até que um dia eu aceitei que é o jeito dela, a personalidade dela. Durante esses meses fizemos visitas frequentes ao hospital e a vários médicos diferentes, alguns davam mais meses de vida, outros davam menos dias de vida, mas tinha uma coisa em comum, todos diziam que ela iria morrer. Mas ainda tenho esperança de que ela conheça meu filho.

- Criiiiiiiis! - escutei minha mãe chamar.

- Estou indo! - gritei e me levantei do sofá com uma certa dificuldade.

- Como você está? - ela perguntou assim que me viu entrar em seu quarto.

- Estou bem e a senhora? - questionei e dei um beijo em sua testa, logo depois me sentei ao seu lado.

- Estou ótima! - ela falou brincando e sorrimos. - Pega um pen drive que está dentro daquele armário por favor!

- Aqui! - fiz o que ela pediu e entreguei o pen drive a ela.

- Sente-se ao meu lado! - ela mandou e eu obedeci. - Me escute bem, dentro deste pen drive tem tudo que eu nunca te contei, você me conhecerá melhor e saberá quem é seu pai, peço desculpas por nunca ter te falado antes, mas eu queria te poupar...

Ela começou a tossir e eu comecei a chorar, as palavras dela foram super enigmáticas, confusas e desconcertantes.

- Não fale muito! - pedi e dei um pouco de água para ela.

- Eu que deveria estar cuidando de você! - ela falou e passou a mão em minha barriga. - Mas eu ainda não terminei de falar...

- Mãe... - falei com um pouco de tristeza.

- Apenas me escute. - ela mandou e logo depois voltou a falar. - Chamei um amigo meu para vir ficar com você e a Paula, ele irá proteger vocês de qualquer coisa, o nome dele é Gabriel!

- Por que a senhora chamou esse homem? - questionei.

- Você entenderá quando assistir tudo que tem no pen drive, mas eu só quero que você assista quando eu morrer! - ela falou tudo de uma vez e isso me desestabilizou totalmente.

- Mãe, não diz isso! - pedi enquanto as lágrimas escorriam.

- É a verda... - ela começou a tossir cada vez mais forte e não conseguia parar.

- PAULAAAAAAAAA!!!! - gritei.

- Oi?! - ela falou assim que entrou no quarto.

- Precisamos levar a minha mãe ao hospital! - eu falava e chorava ao mesmo tempo.

- Meu carro está lá em baixo, eu levo ela! - um homem alto e moreno falou, entrou no quarto e pegou minha mãe nos braços.

- Quem é você? - questionei enquanto andava atrás dele.

- Me chamo Gabriel! - ele falou.

Não tivemos muito tempo para conversar, tudo foi muito rápido, estávamos todos no carro do Gabriel indo para o hospital, essa era a única certeza que eu tinha. Dentro de poucos minutos nós chegamos e minha mãe foi levada as pressas para fazer exames, Gabriel ficou cuidando de tudo pois eu não tinha forças para nada, estava tentando me acalmar para que meu filho não sinta tudo isso.

- Quando esse homem chegou? - questionei bem baixinho no ouvido da Paula.

- Chegou hoje de manhã enquanto você conversava com a Isadora, não se preocupe, ele é uma boa pessoa! - Paula me tranquilizou e eu assenti.

Ficamos os três na sala de espera aguardando o doutor vir falar alguma coisa, mas cada minuto que passava parecia uma eternidade.

- Você está com quantos meses? - depois de duas horas em silêncio, o Gabriel o quebrou.

- Oito! - falei enquanto acariciava minha barriga.

- Parentes de Isadora Megalos? - o doutor chamou.

- Aqui! - falei e levantei a mão.

- Precisamos saber se algum de vocês é compatível com a dona Isadora, estamos precisando de um pouco de sangue, não é nada grave, mas precisamos! - ele foi direto ao ponto e eu logo me levantei.

- Eu sou filha dela! - falei.

- Venha comigo! - o doutor chamou e eu o segui. - Vamos fazer o teste de compatibilidade primeiro, ok?

- Não precisa, eu sou filha dela! - falei.

- É protocolo do hospital! - ele falou e eu revirei os olhos.

O doutor fez a coleta do meu sangue e pediu para que eu aguardasse novamente. Essas idas e vindas acabam comigo.

- Você vai poder doar? - Paula questionou assim que voltei.

- Creio que sim! - respondi.

- Cristina Megalos? - o doutor chamou novamente e eu fui até ele. - Você disse que era o quê da senhora Isadora?

- Filha! - falei sem entender a pergunta dele.

- Sinto muito, mas você não é filha dela! - ele falou enquanto olhava o papel.

- Como assim? - questionei e minha vista começou a ficar turva.

Coloquei a mão na parede ao meu lado na tentativa de me segurar, mas cada segundo que se passava a minha visão escurecia ainda mais. Quando eu achei que não conseguiria me segurar mais, senti braços fortes rodearem meu corpo e minhas forças irem embora por completo.

*************

OIIIIIIIII meus amores

Dessa vez eu não demorei tanto kkkkk

Queria explicar uma coisinha: eu decidi adiantar um pouco a história pois não tinha muito o que dizer das viagens que a Cris fez com a mãe e a Paula, era bem óbvio ne? E ainda tem muita coisa pra acontecer antes do livro acabar, por isso preferi adiantar e fazer apenas um breve resumo dos meses que se passaram.

Me digam o que estão achando e quais são as suposições de vocês! kkkkkkkk

Ps: irei demorar um pouco pra postar pois estou em semana de prova na faculdade, não desistam de mim!

BEIJOOOOOOS

Para Sempre Seu ProtetorWhere stories live. Discover now