Capítulo 27

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•• Alexandre Pachis ••

Enquanto dirijo até a praia mais próxima, fico pensando em como levamos a vida no piloto automático, na maioria das vezes precisamos que alguém tome uma atitude para que depois possamos fazer algo, mas não deveria ser dessa forma.

— Amor? — Cris me chamou e me tirou dos meus devaneios.

— Oi? — questionei.

— Onde vamos? — ela me perguntou.

— Praia! — falei.

— Podemos ficar em um hotel? — Cris questionou.

— Não podemos amor, hotéis tem câmeras e seu pai tem amigos em todos os lugares! — por mais que eu quisesse estar em um bom hotel com ela, eu precisava tomar cuidado.

— Você está certo! — ela falou e voltou sua atenção para a estrada.

Nosso relacionamento não é normal, não é completamente tranquilo e não é o que eu gostaria de proporcionar a mulher que eu amo, a Cristina Megalos.  Sei que todos os relacionamentos são um pouco difíceis, passam por altos e baixos, mas eu creio que para um casal continuar juntos é necessário muita compreensão de ambas as partes e realmente querer o outro.

Vi alguns relacionamentos que os dois se amavam mas não estavam dispostos a permanecerem juntos, eles não sabiam ceder em brigas bobas, não sabiam evitar discussões e não se colocavam no lugar do outro, havia sim amor e desejo, mas só isso não é o suficiente.

Amor e desejo é o início do caminho e não o percurso inteiro.

Eu e a Cristina sempre nos damos bem, as vezes brigamos por bobagem, quando ela está naqueles dias qualquer coisa tira ela do sério, ela briga e depois chora. Sou grato a ela por deixar eu fazer parte de todos os momentos de sua vida e por me mostrar todas as suas versões, até mesmo essas versões de fragilidade,  uma mulher é um artigo de luxo e nesse quesito eu sou o homem mais rico do mundo.

Descobri que amo a Cristina três anos atrás, mais especificamente no meu aniversário de trinta anos, ela me parabenizou e me abraçou como sempre fazia, mas naquele dia nossos rostos ficaram próximos e nossos olhares presos um no outro. Desde então me sinto como um adolescente controlando seus impulsos e vontades, até pensei que era só desejo, mas a cada dia que se passava, a minha certeza aumentava.

Cris é bem mais nova e vive cercada de proteção que a torna ingênua demais pra vida real, confesso que tenho medo que ela se machuque ou que machuquem ela, mas também tenho medo de perde-la por proteger demais, por parecer controlador como o pai dela, mas eu não sou assim, só tenho medo de perder a mulher que eu amo.

— Chegamos! — falei e estacionei o carro.

— O cheiro e o barulho do mar são perfeitos! — Cris comentou quando saiu do carro.

— Vem cá! — chamei e abracei ela.

Queria ficar assim com ela o resto da vida...

Fomos mais pra perto do mar e nos sentamos na areia, o dia estava um pouco nublado e bem fresco por sinal. 

— Não se importa de ficarmos assim? — Cris questionou depois de alguns minutos.

— Não entendi muito bem a sua pergunta amor, seja mais específica! — Pedi.

— Não se importa de ficarmos apenas abraçados? Sem nenhum contato mais íntimo?! — ela falou e eu entendi o que quis dizer.

— Ficar apenas abraçados é um dos contatos mais íntimos que existe hoje em dia, já pensou na quantidade de relacionamentos que possui o sexo como base? Você acha que relacionamentos assim duram? — questionei.

Para Sempre Seu ProtetorDonde viven las historias. Descúbrelo ahora