Capítulo 24

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•• Cristina Megalos ••

Minha cabeça começou a doer muito forte, antes mesmo que eu abrisse meus olhos, a dor piorou quando a claridade invadiu a minha vista, resmunguei um pouco e fui abrindo os olhos lentamente mais uma vez.

O ambiente onde eu estava era totalmente estranho. Um quarto de cor vermelho sangue, uma cama enorme parecendo com uma cama de princesa pois possuía cortinas transparentes e muito lindas por sinal, além de tudo isso, a cama era muito confortável e fofa. O resto do quarto era um tanto quanto intrigante, o espelho enorme na parede em frente a cama, a mobília escura, os quadros, um mine sofá em forma de "S"…

Eu era tão curiosa em relação a ambientes novos e diferentes que ficava sempre olhando tudo a minha volta e julgando o que poderia ser, mas este me faz pensar besteira.

Este lugar também me faz pensar no Alex e no que poderíamos fazer aqui, mas como em um passe de mágicas me livrei dos meus devaneios e me lembrei do que aconteceu quando eu ainda estava consciente.

Me levantei rapidamente daquela cama e eu não podia acreditar no que eu estava vestindo, era uma minúscula lingerie de cor vinho, com um pouco de transparência, renda e algumas tiras ao redor da minha cintura e das minhas coxas. Olhei mais atentamente o quarto á procura de algo mais decente para vestir, mas não encontrei. Corri para a cama novamente e me enrolei.

Um misto de medo e preocupação me invadiu fazendo com que meu coração batesse compulsivamente. Fechei meus olhos e comecei a falar o nome do Alex, queria que de alguma forma ele pudesse me ouvir e me tirasse daqui.

Depois de algumas horas eu escutei alguém destrancando a porta e imediatamente fingi estar dormindo mas deixei uma brechinha dos meus olhos abertos para ver quem estava entrando, era uma mulher da mesma faixa etária que eu, cabelos pretos, pele clara e visivelmente abatida. Comecei a "acordar" e ela me olhou.

— Ainda bem que você acordou! — ela falou e trancou a porta.

— Onde eu estou? — questionei e me sentei na cama.

— No navio do Fábio! — ela afirmou e eu gesticulei para que sentasse na cama comigo.

— Quem me vestiu assim? — perguntei e mostrei a lingerie.

— Foi eu. Ordem do Erick! — ela falou.

— Quem é Erick? — questionei, eu tinha mil e uma perguntas.

— O homem que te trouxe aqui, ele trabalha para o Fábio e antes que me pergunte quem é Fábio, eu vou lhe dizer, ele é um mafioso e sua principal fonte de renda é a venda de mulheres! — ela falou tudo de uma vez e eu a olhei completamente espantada.

— Como você veio parar aqui? — minha curiosidade venceu mais uma vez.

— Fui sequestrada, colocaram uma lingerie parecida com a sua e me fizeram desfilar no teatro do navio, todas as cadeiras estavam ocupadas por homens… — Ela respirou fundo e eu imagino o quão doloroso foi tudo isso.

— É tipo um leilão? — perguntei e ela assentiu.

— Ninguém quis me comprar e então eu fiquei como uma das responsáveis por cuidar das novatas! — ela falou. — Era isso ou a morte…

 — Como eu posso fugir daqui? — perguntei pra mudar de assunto.

— Sozinha você não pode fugir, é impossível sair daqui sem ajuda de alguém de fora. — Ela afirmou.

— Eu tenho certeza que irão vir me buscar e eu quero que você venha comigo! — falei e segurei suas mãos.

— Sério? — ela questionou com os olhos marejados.

— Claro que sim, quando sairmos daqui a gente vê as outras coisas que você precisa tá bom? — ela assentiu e me abraçou com força.

— Muito obrigada! — ela agradeceu.

— Não precisa agradecer! — falei e sorri.

— Daqui a alguns minutos, alguns homens irão vir te buscar. Me mandaram aqui pra te drogar e assim vc não entenderia o que estaria acontecendo, mas eu não queria fazer isso, então você vai ter que fingir, vou te ensinar a fazer isso e depois você preste atenção nas outras garotas que estarão desfilando com você tá bom? — ela falou e eu fiquei prestando atenção em cada detalhe.

— Antes que eu esqueça, qual é o seu nome? — perguntei e ela sorriu.

— Paula, e o seu? — ela questionou.

— Me chamo Cristina! — falei e sorri.

Paula imediatamente começou a me explicar como deveria agir quando os homens viessem me buscar. Após sua explicação deitamos na cama e ficamos fitando o teto em silêncio.

Fico pensando em quantas mulheres já passaram por isso que a Paula está passando e me assusta ter que passar por isso também, a única coisa que me tranquiliza é ter a certeza que o Alex irá vir atrás de mim, irá me salvar. 

Mas é deprimente saber que existe um mercado de mulheres no qual elas são obrigadas a serem entretenimento de vários imbecis, é revoltante perceber que os homens ainda são como animais e que nós mulheres somos tão frágeis.

Quando eu sair daqui, irei fazer de tudo para desmanchar essa quadrilha e esse mercado. Não posso ficar de braços cruzados sabendo da existência de algo tão grotesco.

Eu sempre quis viver e ver como a vida realmente é, sempre quis sair da minha bolha e agora que estou conquistando isso aos poucos, percebo que há um mundo sombrio que poucas pessoas sabem da existência. Parece que tudo isso é um mundo paralelo, parece que entrei em um portal e vim parar aqui.

— Falta dez minutos para eles vir te buscar! — Paula falou enquanto olhava o relógio de parede.

— Certo, fique sempre por perto pois não sei como vai ser o meu resgate, se for preciso correr, corra também tá bom? — questionei e ela assentiu.

Alguns minutos depois escutamos batidas na porta e a Paula foi abrir, fiquei do jeito que ela me orientou e logo depois dois homens de terno entraram no quarto.

— Ela está pronta? — um deles questionou.

— Está sim! — Paula falou e eles vinheram em minha direção.

Paula me orientou a fingir loucura, ficar elogiando eles como se estivesse bêbada e quando estivesse no palco deveria dançar de força excitante. A droga que eles usam nas mulheres causa alucinações e as deixam, realmente, como se estivessem bêbadas.

— Nossa como vocês são gatos! — falei quando eles chegaram perto de mim e comecei a rir logo em seguida, também passei a mão neles. — Uuuuuu, gostosos!

— Se eu tivesse dinheiro eu comprava essa aqui viu, carinha de neném e uma tremenda gostosa! — um deles comentou enquanto olhava meu corpo.

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Oiiiii ❤

Dessa vez eu não demorei muito kkkkk

Gente, o capítulo anterior, esse capítulo e o próximo capítulo são complementares pois se trata da mesma situação, por isso eles serão um pouco menores em comparação com outros capítulos bom?

Lembrando que estou apenas escrevendo e publicando assim que termino, não estou revisando e por isso vocês certamente encontrarão algum erro pois escrevo no celular.

Peço a compreensão de vocês. Quando eu terminar de escrever o livro, pretendo revisa-lo e deixar os capítulos maiores. ❤

Beijos e até o próximo capítulo 😙

Para Sempre Seu ProtetorWhere stories live. Discover now