Capítulo 35

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Alexandre Pachis

Nunca imaginei viver tantas coisas boas e amar tanto uma mulher como eu amo a Cristina, por muito tempo guardei esse sentimento e aos poucos comecei a me tornar uma pessoa amarga e fria, mas sempre que via ela, eu me rendia e, aparentemente, toda escuridão que insistia em se instalar em mim desaparecia.

A única coisa que falta para eu e a Cris sermos de fato felizes é contar para o senhor André sobre o meu relacionamento com a filha dele, já faz um bom tempo que estou pensando em me demitir e enfrentar ele de uma vez e creio que chegou o momento certo pois já faz um mês que a dona Isadora sabe da Luz e cada dia que passa se torna mais difícil esconder tudo. A dona Isadora por sinal é uma mulher incrível, sempre me apoiou com a Cris e agora cuida da Luz como se realmente fosse avó dela.

Ainda não falei com a Cris sobre enfrentar o pai dela e sendo bem sincero... Não pretendo contar, essa é uma batalha minha e não quero que ela se preocupe com isso, até porquê ela já fez de tudo para ficarmos juntos e eu sabia muito bem o que me aguardava caso eu quisesse algo com a Cristina, ela é a mulher da minha vida e eu preciso ser homem o suficiente para merece-la.

Irei aproveitar que a Cris foi resolver algo com a dona Isadora e com a amiga dela, a Júlia, e vou conversar com o André pois o mesmo não pretende sair de casa hoje. Me arrumei e fui a procura do André.

- Bom dia. - falei seriamente assim que o vi na sala, em sua poltrona e lendo o seu jornal.

- Bom dia. - ele respondeu sem desviar o olhar daquelas folhas em sua mão.

- Quero conversar sobre um assunto muito sério com o senhor! - falei.

- Vamos ao meu escritório! - ele falou, se levantou e seguiu para o escritório. - Pode falar do que se trata!

Nós dois nos sentamos e ficamos cara a cara, confesso que essa situação causa uma certa tensão e creio que só passando por isso para saber pois não imaginei que me sentiria tão tenso assim.

- Vou direto ao ponto pois não gosto de rodeios! - comecei.

- Também não gosto, diga logo! - ele falou seriamente.

- Quero pedir minha demissão e quero avisar que irei casar com sua filha, não estou pedindo a mão dela, estou apenas comunicando! - falei sem deixar ele perceber a minha tensão.

- Você a Cristina? - ele questionou, se jogou para trás em sua cadeira e começou a rir. - Vocês não podem ficar juntos!

Meu coração falhou uma batida com suas palavras e logo em seguida ele olhou seriamente para mim, sem piscar ou sorrir.

- Por qual motivo não podemos? - questionei e cruzei meus braços.

- Sabe porquê eu te tirei do presidio? Você nunca se fez essa pergunta? - ele fez essas perguntas sem sentido e dotou uma postura relaxada.

- Já me fiz sim essas perguntas, mas sempre achei uma resposta óbvia. - falei ainda sem entender.

- E qual era essa resposta óbvia? - ele perguntou e deu um leve sorriso.

- Que o senhor queria alguém que não tivesse mais nada a perder e que seria um servo leal pois foi o senhor que me libertou daquele inferno! - falei.

Enquanto ele me olha fixamente, meu coração só falta saltar pela boca e não consigo raciocinar direito, não sei se isso é um dom que o André possui ou o que ele tem que me afeta tanto.

- Eu queria você perto de mim! - ele falou e respirou fundo. - Sempre estive de olho em você desde que sua mãe ficou grávida!

Essa conversa está tomando um rumo que eu não esperava e eu não sei se ele está mentindo ou falando verdade.

- Porque todo esse interesse em mim e na minha mãe? - questionei e logo depois me arrependi.

André se levantou, foi até uma estante e começou a procurar algo entre os inúmeros papeis que tinham ali.

- Sua mãe era uma mulher linda e confesso que quase me rendi aos seus encantos, mas eu não queria estar com uma mulher por quem eu fosse apaixonado, você sabe que diante da minha "profissão" as pessoas que eu amo se tornam alvos também, eu precisava de um casamento de fachada! - ele falava enquanto procurava e meus pensamentos estão mais confusos do que nunca. - Mas mesmo assim ficamos nos encontrando por um tempo e ela me disse que estava grávida de um menino, ela queria saber o sexo do bebê antes de me dizer, ela não sabia quem eu era de verdade, ela pensava que eu realmente era um empresário...

- Para de falar! Essa conversa acaba aqui! - falei enquanto algumas lágrimas escorriam e me levantei.

- Eu tranquei a porta, você vai saber de tudo agora! - ele falou e eu o olhei furioso.

- Fale de uma vez então! - ordenei.

- Quando eu soube que iria ser pai de um menino fiquei muito feliz, sua mãe era uma pessoa fantástica, um doce de mulher mas a gente foi longe de mais... - ele me entregou uns papeis e percebi que algumas lágrimas escorreram de seus olhos também. - Algum tempo depois terminei com ela mas falei que iria dar uma boa pensão, ela disse que não queria nada que viesse de mim e que o filho era apenas dela. Eu amei sua mãe Alexandre!

- O que é isso? - perguntei sobre os papeis que ele me entregou.

- É o teste de DNA que fiz entre nós dois quando você nasceu, queria ter essa prova incontestável comigo, pode olhar a data do exame! - ele falou e assim eu fiz.

Realmente era a data do meu aniversário...

- Você está inventando tudo isso para que eu e a Cristina não fique juntos, você suspeitava e forjou tudo isso! - falei.

- Não forjei nada, se quiser pode pegar meu sangue e ir fazer o teste de DNA novamente! - ele falou. - Você e a Cris são irmão!

- Abra aquela porta, quero sair daqui! - ordenei e assim ele fez.

Saí daquele escritório desorientado, minha mente está a mil por hora, fui para o meu quarto e me deite.

Eu não consigo acreditar que o amor que eu sentia pela Cris era amor de irmãos...

Não consigo acreditar que me apaixonei por ela, sofri por ela, beijei ela, transei com ela e ainda planejamos uma vida juntos...

Isso tudo só pode ser um pesadelo!

Quando eu estava quase dormindo, alguém começou a bater na porta.

- Quem é? - perguntei.

- Sou eu, a Cris! - ela falou com sua voz doce.

Na mesma hora um nó se formou em minha garganta, preciso contar para ela agora pois não podemos continuar juntos. Abri a porta e na mesma hora ela tentou me beijar, mas eu desviei.

- Precisamos conversar! - falei

- Sim, eu tenho uma boa noticia... - Ela falou com uma expressão confusa por causa da minha recusa. - Mas fale primeiro!

- Não podemos continuar juntos, conversei com seu pai e acabei descobrindo que eu e você somos irmãos!

- Você está maluco? De onde tirou isso? - ela questionou.

- Peça para o André te contar tudo, diga que já falou comigo! - falei e ela saiu correndo e com os olhos marejados.

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Oi meus amores

Desculpem o atraso, estou tentando conciliar tudo ainda...

Confesso que eu estava ansiosa por este capitulo kkkkkk. Me digam o que acharam!

Beijos e até o próximo!

Para Sempre Seu ProtetorWhere stories live. Discover now