Capítulo 23

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•• Alexandre Pachis ••

Após deixar a Cristina na faculdade, fui até a "empresa" do André conversar sobre a Luz. É melhor contar a verdade e ter a consciência limpa do que contar uma mentira e arcar com as suas consequências desastrosas.

Assim que cheguei no esconderijo do André fui á sua procura.

— Onde está o Sebastian? — perguntei a um dos guardas.

— No escritório! — concordei e fui até lá. 

Meu coração estava disparado, minhas mãos molhadas de suor e a respiração desregulada. Ninguém sabe o que esperar do Sebastian, tenho receio dele querer tirar a Luz de mim ou me demitir, quero continuar protegendo a Cristina mas também quero criar a Luz.

Se ele me pedir pra escolher uma das duas, eu fujo com elas e pronto, não vou perder nenhuma.

— Pode entrar! — Sebastian falou após eu bater na porta.

— Podemos conversar? — questionei e ele apontou a poltrona em sua frente para que eu sentasse.

— Diga! — ele falou.

— O senhor lembra que eu estava cuidando de uma bebê por uns dias? — questionei.

— A filha do seu amigo que estava com a esposa internada, né isso? — ele perguntou e eu assenti.

— A esposa dele não resistiu e faleceu, meu amigo por sua vez não suportou a ideia de viver sem ela e se matou. Eu estava pensando em ficar com a filha dele, não quero que ela vá para um orfanato! — contei uma meia mentira e comecei a rezar para que ele acreditasse.

Sebastian olhava no fundo dos meus olhos com uma expressão pensativa, eu não sabia dizer o que ele iria falar ou se ele acreditou no que falei.

— Você se apegou a ela não é mesmo? — sorri e assenti. — Pode ficar com ela desde que isso não afete o seu trabalho!

— Muito obrigado! — agradeci com um enorme sorriso e me levantei.

— Vou te ajudar com a documentação para que não tenha problemas. — ele falou me pegando totalmente de surpresa.

— Obrigado! — agradeci e apertei sua mão. 

Me surpreendi com a atitude pacífica do Sebastian pois ele não costuma ser tão bondoso, talvez exista algo por trás disso e eu vou ficar atento a qualquer sinal que seja.

(…)

Passei a manhã inteira brincando com a Luz, ficar com ela sem medo de perde-la é algo indescritível, mas esse medo não foi totalmente embora, a questão da documentação ainda não foi resolvida.

Estava tudo tão tranquilo que não percebi as horas passarem e quando finalmente me dei conta, eu já estava atrasado meia hora pra buscar a Cristina.

Mais uma vez sai correndo, deixei a Luz com a Ester e fui buscar a Cristina. Assim que cheguei na frente da faculdade me deparei com um prédio vazio e meu coração começou a bater compulsivamente, minha mente parecia o deserto e minha respiração parou por alguns segundos.

— Cristina! — falei, sai do carro e olhei para todos os lados.

Sabe quando você está em uma situação inesperada, preocupante e não sabe o que fazer? Eu estou assim!

Peguei o celular e liguei para ela, mas ninguém atendia. Liguei o rastreador do celular e procurei pelo celular da Cristina, estava se movendo e parecia estar indo em direção ao porto.

Pensei em ligar para o André mas preciso averiguar a situação primeiro, se ele souber que falhei na simples tarefa de buscar a Cristina na hora certa por causa da Luz, ele com certeza vai fazer de tudo para me tira-la.

Lembrei que a amiga da Cris está namorando com o Vinicius que também trabalha para o Sebastian, tenho certeza que ele pode me ajudar. Peguei o celular e liguei para ele.

— Oi Vinicius, vou direto ao assunto pois estou sem tempo, pergunta a Júlia se ela sabe onde a Cristina está, mas pergunta de uma forma discreta! — falei assim que ele atendeu.

— Pode deixar, assim que ela me falar eu te ligo, precisa de ajuda com mais alguma coisa? — ele questionou.

— Talvez sim, fica atento ao celular! — falei.

— Pode deixar! — ele falou e eu desliguei o celular.

Continuei seguindo o sinal do celular da Cristina e eu espero que ela esteja com ele, espero que ela esteja bem.

Com o passar dos minutos o raciocínio começou a funcionar e lembrei que nesta área existe a venda clandestina de mulheres, muitas acabam sendo vendidas para donos de prostibulos ou são usadas por uma única pessoa como escrava sexual. As vendas acontecem em um navio e o dono é um amigo do Sebastian, esse amigo paga uma pequena porcentagem ao Sebastian para que o mesmo permita o funcionamento dos negócios.

Se a Cristina estiver lá, talvez eu consiga me infiltrar, mas se ela foi sequestrada pelo dono e ele estiver afim de usa-la para chantagear ou confrontar o Sebastian, tudo estará terrivelmente perdido.

Meu celular começou a tocar, era o Vinicius.

— Oi?! — falei assim que atendi.

— A Júlia falou que saiu mais cedo da faculdade e a Cristina só sairia na última aula... — ele falou.

— Obrigado, eu tenho algumas ideias do que pode estar acontecendo, você pode vir ao porto? — questionei.

— Posso, chego já aí! — ele falou e desligou o celular.

Faltava alguns míseros quilômetros para chegar no local exato do sinal do celular da Cris. Tudo indica que a minha teoria está certa, alguns carros estão próximos ao navio que está ancorado e o sinal vem de algum desses carros.

Estacionei em um local um pouco afastado mas que tinha ampla visão dos veículos e do navio. Irei esperar o Vinicius para dar início ao plano.

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Oiiiii ❤

Eu sei que demorei, mas é que eu não estava com muita criatividade nesse capítulo  (acho que deu pra perceber) e por isso ele foi um pouquinho menor.

O livro está fluindo e eu estou muito feliz com isso, ainda tem muuuuitas surpresas pela frente e eu conto com a leitura de cada um de vocês. ❤

Obrigada a todos que estão acompanhando. ❤

Gostaria que vcs me falassem o que estão achando do livro, podem comentar nos capítulos ou no pv, eu sempre respondo.

É isso, beijos e até o próximo

Para Sempre Seu ProtetorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora