Maria Luíza, depois da morte de sua mãe, decide que está na hora de mudar de vida, e acaba aceitando a proposta de sua melhor amiga de dividir apartamento com a mesma em Nova York.
Junto com essa mudança, ela consegue também um emprego em um dos me...
Me sentei na em um dos bancos do avião e respirei fundo, na falha tentativa de tentar me acalmar.
Fechei meus olhos e tentei não entrar em pânico. Não era possível que eu fosse tão azarada ao ponto do avião cair logo no meu primeiro vôo. Pelo menos, assim espero.
Olhei pela a janela e vi que o céu estava bem limpo. Eram quase dez horas da manhã. Certamente, minha mãe já estaria preparando o almoço, com todo aquele capricho que somente ela tinha... Isso se ela estivesse viva.
Era estranho pensar que já faziam dois meses que eu não sentia mais um abraço dela, ou beijo na bochecha quando eu ia sair a procura de emprego, ou então a sua felicidade ao testar uma receita nova e acertar de primeira. Sorri ao lembrar.
Desde que aceitei a proposta de Karen, pra dividirmos o seu apartamento juntas em NYC, venho me perguntando se fiz a escolha certa. Será que minha mãe me apoiaria? Eu sei que ela sempre me criou para ser independente, porém, mudar de país seria uma mudança muita drástica para ela, ou talvez não? Minha vó paterna, Eliza, sempre me diz que ela está muito feliz e orgulhosa de mim, onde quer que esteja. Torço para que seja verdade. Decepcionar minha mãe, mesmo que a mesma esteja morta, está fora dos meus planos.
Mas se formos olhar por um lado, eu estou fazendo exatamente o que ela quer. Ela sempre me criou para ser dona de mim afinal. Sempre ouvia ela falar " Filha, estude para que você possa ter uma boa profissão para não depender de ninguém. Você precisa ser independente." E bom, foi exatamente o que eu fiz. Estudei, passei na faculdade de gastronomia, que era meu sonho desde pequena, e agora estou indo a NYC para tentar conseguir um vaga em um dos melhores restaurantes de Manhattan.
Karen me mandou uma mensagem, falando da tal vaga assim que soube, e isso foi a única coisa que me deu ânimo de verdade depois que minha mãe tinha morrido. Me assustei um pouco quando escutei a aeromoça me chamar para verificar o cinto de segurança. Logo que a mesma foi ajudar outro passageiro senti meu celular vibrar. Desbloqueei o celular e fui direto no aplicativo de mensagens. Era Karen.
Karen ❤ Eai, vaca? Já tá no avião?
09:51hs
Vaca é você! Estou sim! O vôo sai às dez. Mas agora tenho que desligar o celular. Te amodeio! ❤ 09:51hs
Karen ❤ Odeia nada! Seodiasse não estava vindomorar comigo! 09:52hs
Saindo do aviãoem 3...2...1 09:52hs
Karen ❤ Vc não tinhaque desligar né? 09:52hs
Tinha sim! Mas te encher o saco é mais legal! 09:53hs
Karen ❤ Tchau Maria Luíza!
Ri de Karen e comecei a pensar em como seria ser sua colega de quartode novo. Logo após a mãe de Karen falecer, quando a mesma tinha cerca de quatorze anos, minha mãe fez questão de "adotar" Karen como sua segunda filha. E nós que já éramos amigas, nos tornamos irmãs. Fazíamos tudo juntas; como: curso de inglês, atividades da escola, estudar para provas. Todas as oportunidades que tínhamos de estar coladas uma na outra nós o fazíamos.
Porém, felicidade de pobre dura pouco, e cá entre nós, não tínhamos lá essa condições. Eu e Karen só estudamos inglês porquê nossa escola ofereceu um curso gratuito, e tudo que é de graça é bom, então não perdemos tempo. Mas voltando... Karen logo depois de finalizar a faculdade resolveu se mudar para NY. Ela não estava conseguindo emprego, então pegou um pouco de dinheiro que tinha e se mudou. Ficamos nos falando somente através de chamadas de vídeo e ela vinha nós visitar nas festas de fim de ano sempre que podia, já que e minha mãe quase nunca conseguíamos juntar dinheiro o suficiente para uma viagem dessas.
Mas pouca antes da minha mãe falecer, a mesma me disse ter um certo dinheiro acumulado em sua conta no banco. Ela disse ter conseguido isso vendendo seus bolos e não tinha me contado por querer fazer uma surpresa. E ela realmente conseguiu! Eu pretendia juntar esse dinheiro para comprar um casa para nós duas... Mas nada saiu como planejado.
Então usei o dinheiro para essa mudança, comprei algumas coisas que estava precisando, e me certifiquei de não deixar nada pendente no Brasil. Era um novo ciclo que estava se iniciando na minha vida.
Ouvi a aeromoça anunciar que nós já iríamos decolar e verifiquei de que estava tudo seguro para viagem. Que esse avião não caia, Amém!
Pois é New York, eu estou chegando!
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Oi lindos e lindas da minha vida! Gostaram do prólogo? E a história da Maria Luíza, tensa né?! Mas a partir de agora é só coisa boa! ( Algumas nem tão boas assim...)