Maria Luíza, depois da morte de sua mãe, decide que está na hora de mudar de vida, e acaba aceitando a proposta de sua melhor amiga de dividir apartamento com a mesma em Nova York.
Junto com essa mudança, ela consegue também um emprego em um dos me...
"Paris é a capital das tentações divinas." - Zoé Valdés.
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Meio de novembro. 20:45hs; New York.
Eu estava cogitando a possibilidade de voltar para minha casa correndo.
Estávamos prestes a entrar dentro do avião e podia jurar que iria enlouquecer. Eu já estava começando a suar frio e minha respiração estava desregulada.
Eu estava orando para que Adam não notasse nada. Eu não queria preocupar ninguém com meus problemas.
Ele estava entregando as nossas malas para serem guardadas e eu estava próximo a porta do avião encarando aquele negócio enorme e que conseguia voar. Como se confia em uma coisa dessas?
Me assustei quando Adam parou ao meu lado e logo o olhei com os olhos arregalados.
-Malu, você está bem? - Perguntou e eu assenti incapaz de proferir uma palavra sequer. - Não, você não está nada bem. Vem, vamos tomar um pouco de água.
Ele pegou minha mão e me puxou devagar até dentro do avião, e mesmo relutante consegui entrar e sem ter um surto. Me sentei na poltrona ao lado dele e logo o mesmo me entregou uma garrafa de água que eu bebi quase toda de uma vez.
-Imaginei que estivesse nervosa. -O fitei depois de alguns minutos.
-E se o avião cair, e nós morrermos? - Perguntei finalmente expondo o que eu estava pensando a bom tempo. - Meu Deus, é isso! Eu vou morrer hoje.
-Calma, nós não vamos morrer! Pode ficar tranquila, nada vai acontecer, ok? - Perguntou olhando para mim, porém não consegui concordar em nada.
Era bem mais plausível para mim que o avião iria cair e eu iria morrer hoje mesmo.
-Meu Deus, por favor, cuide da Karen e não deixe ela fazer merda, porque ela faz muita! - Comecei a falar baixinho. - E cuida também da Grace, ela merece conhecer uma pessoa incrível…
-Malu, olhe para mim. Vai ficar tudo bem, ok?! O avião não vai cair, esse é um dos meios de transporte mais seguros que existem. - O encarei e vi que o mesmo estava sendo sincero. Assenti devagar e deitei minha cabeça no seu ombro.
Poucos minutos depois uma aeromoça se direcionou até nós, com um carrinho de comidas e bebidas. Aproveitei para pegar uma garrafa de chá de camomila e bebi a mesma aos poucos. Isso me ajudaria a dormir o vôo todo.
Depois disso apenas segurei a mão de Adam e deitei em seu ombro de novo, e fui fechando os olhos aos poucos e adormeci antes mesmo de ver o avião decolar.
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