CAPÍTULO_9

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Marco não conhecia aquela mulher, mas imaginou que ela fosse a tia de Alan. Marta também não conhecia aquele homem, e nem esperava que fosse com ele que o sobrinho iria morar, por isso estranhou quando o viu entrar na casa com tanta naturalidade. Discretamente, ela afastou o garoto de seu peito e fez com que ele percebesse que havia outra pessoa na sala. Meio envergonhado por estar com o rosto molhado, Alan se esforçou para agir normalmente.

— Marco, essa é minha tia Marta.

Um ensaio da camgirl Aurora
Marco estendeu a mão para a mulher e a cumprimentou:

— É uma satisfação conhecer a senhora, dona Marta.

Ainda sem ter certeza de que era aquele o homem com quem o sobrinho tinha um relacionamento, ela apertou a mão dele.

— Obrigada, senhor Marco — e ficou esperando que um dos dois dissesse mais alguma coisa.

— Tia Marta, o Marco é a pessoa com quem eu estou indo morar. Ele é o engenheiro da obra onde eu tô trabalhando. A gente se conheceu lá…

Marta havia imaginado que Alan estava se unindo a algum rapaz que também fosse jovem e simples como ele, alguém com quem ele iria somar os esforços para tentar crescer juntos. Mas era visível que aquele homem tinha um alto padrão de vida, muito diferente do padrão de seu sobrinho. Mesmo intrigada, ela sabia que não deveria se intrometer na vida deles e se limitou a dizer:

— Compreendo.

— Dona Marta, eu agradeço muito à senhora por ter cuidado do Alan. — disse Marco com sinceridade.

Constrangida com a fala daquele homem e sem se considerar merecedora daquele agradecimento, Marta olhou para o sobrinho e, já se preparando para sair, estendeu uma sacola para ele:

— Eu não fiz mais do que a minha obrigação. Mas agora eu preciso ir. Alan, eu trouxe isso para você. É de chocolate, como você gosta.

Alan pegou a sacola, agradeceu e ficou ao lado do namorado. Ao vê-los lado a lado, Marta os observou com muita atenção, o que deixou Marco meio incomodado. Finalmente, ela desviou o olhar e se encaminhou para a porta.

— Dona Marta, depois o Alan mandará o nosso endereço, para quando a senhora quiser nos visitar. Será uma satisfação receber sua visita. — falou Marco educadamente.

— Obrigada. Eu aparecerei sim. Se precisarem de alguma coisa...

Quando ela saiu, Marco olhou curioso ao redor e comentou:

— Alan, onde estão suas coisas? A casa já está já vazia!

— Eu já dei fim a tudo! Consegui vender a tralha toda! Até que deu um dinheiro bom!

— Cara! Você não perdeu tempo!

— Eu não ia levar aquela tralha para sua casa, né? Tudo coisa velha! Só vou levar a bike. Posso?

Olhando para a pequena casa vazia, Marco percebeu o quanto Alan estava sendo corajoso em se desfazer de todas as suas coisas para ir embora com ele. No chão, havia três sacolas com os únicos pertences que ele levaria para sua nova vida, e Marco imaginou como ele estava se sentindo com aquela mudança. Nas últimas noites, quando se falavam por telefone, o garoto sempre comentava que quase não conseguia dormir, de tanta ansiedade.

— A partir de hoje, você também mora naquele apartamento. E sua bike estará muito segura no condomínio, eu sei o quanto você se preocupa com ela.

— Eu desmontei para ver se dá para a gente levar no seu carro. Pode ser?

— Cara, para de me perguntar se pode isso ou aquilo!

 COINCIDÊNCIAS DO DESTINOWhere stories live. Discover now