CAPÍTULO_19

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O dia amanheceu escuro, com uma forte chuva caindo sobre a cidade e um vento barulhento circulando o prédio. Depois de contemplar a paisagem através da vidraça, Alan foi para a cozinha, preparar o café da manhã, para quando seu pai acordasse. Naquela segunda-feira, eles não iriam à empresa; em casa mesmo, Marco resolveria algumas questões de trabalho e depois sairia com o marido, para tratar de alguns assuntos particulares.

Depois de ter ficado duas semanas em casa estudando intensivamente, Alan voltaria ao trabalho no dia seguinte e já estava acertado que, mesmo se conseguisse entrar na faculdade, continuaria trabalhando. Seria interessante que, durante o curso, ele estivesse atuando na área, para adquirir experiência e começar a fazer seu nome como engenheiro. Há alguns dias, Marco havia lhe dito:

Um ensaio da camgirl Aurora
— Por enquanto, você continua como técnico. A partir do quarto período, você começa a fazer estágio na área de engenharia, diretamente comigo.

— Mas antes eu preciso entrar na faculdade!

— Vai dar tudo certo! Você vai ser meu assistente, como eu fui assistente do meu pai. Nós vamos dividir a mesma sala, vamos passar o tempo todo juntos! Será que vamos enjoar um do outro?

— Enjoar não, mas eu não sei se vou conseguir me controlar. Você corre o risco de levar muita rola em cima da sua mesa de trabalho!

— Hummmmm. Já está pensando besteira! Ali é lugar de trabalho, lugar sério. Mas, até que a ideia é boa! Depois do expediente, só nós dois na Ventura, numa transa espetacular na nossa sala de trabalho! Eu vou querer sentar no seu pau na minha cadeira de diretor da empresa!

— Doutor Atílio vai morrer de novo presenciando essa cena! Em cima da mesa em que ele elaborava seus projetos, o neto metendo a rola no filho dele! Ele vai achar que a descendência dele está perdida!

— Alan, você está ficando igual a mim! Você está brincando com o falecido Atílio Ventura! Mas vai ser gostoso mesmo!

Enquanto ele terminava de preparar o café, Marco estava no banho, sentindo-se muito disposto naquela manhã. A água quente caía sobre seu cabelo, descia como uma cascata por seu peito e escorria por suas pernas. De um jeito sensual, ele passou as mãos cheias de espuma pelo corpo e, delicadamente, ensaboou a bunda grande e dura, que dava muito prazer ao seu filho.

Ao se abaixar para esfregar os pés, ele deixou as nádegas cobertas de espuma viradas para cima e desejou que, como já havia feito outras vezes, o garoto entrasse de surpresa no banheiro e o pegasse naquela posição para uma foda rápida e barulhenta. Mas Alan não apareceu, e ele começou a massagear o caralho, enquanto cantava uma música de uma banda britânica.

— How can they see the love in our eyes? And still they don't believe us?

Marco assistiu ao show dessa banda quando ainda ia fazer dezoito anos, numa viagem a Londres com a mãe. E foi justamente no dia daquele show que, sem que ele fizesse a menor ideia, seu filho nasceu, sem ter uma mãe ou um pai para colocá-lo nos braços. No momento em que Alan chorou pela primeira vez, seu pai era um adolescente mimado e arrogante, pulando no meio de milhares de pessoas ao som de uma banda de rock.

Mas agora ele era um homem diferente e não conseguia imaginar como teria sido sua vida se aquela mulher o tivesse procurado para revelar que estava esperando um filho seu. Em suas fantasias, ele se via ainda adolescente, acalentando nos braços o pequeno Alan. Com orgulho, ele mostraria a todos que, mesmo sendo um homem muito jovem e gay, poderia ser um ótimo pai. Mas a mãe do seu filho não quis que fosse assim.

Enquanto se enxugava, Marco teve uma ideia: no aniversário de Alan, eles fariam uma viagem à Inglaterra, como uma lembrança daquele dia tão marcante. Só em imaginar as coisas que o filho diria diante da seriedade dos ingleses, ele já sentia vontade de rir. Pensando nisso, ele foi ao encontro do marido.

 COINCIDÊNCIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora