O resultado

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     Fazia duas semanas desde que eu vi Lewis, ele havia tido uma corrida no México na última semana e terminado em segundo lugar, o que o deixou bem frustrado, pois era a terceira corrida seguida que ele não conseguia vencer e o campeonato estava bem disputado entre ele e o outro piloto que estava se destacando.
    Essa semana ele estava disputando no Brasil, apesar de eu também está no Brasil e ele ter me chamado para ir a São Paulo assistir, eu não pude novamente.
    Fazia duas semanas que estava no interior do Brasil lidando com os problemas na plantação e na exportação do café, por causa da crise no país.
    Não pude acompanhar o treino livre e a classificatória, pois estava ocupada nos horários, mas acabei vendo muita comoção na internet e liguei para comentar com ele que estava bem empolgado.
    Hoje era domingo e eu estava na fazenda visitando os novos moradores da comunidade e discutindo com os agrônomos a melhor solução para o problema com o café.
Quando chegou a hora do almoço estava pronta para fazer uma pausa e assistir a corrida que começaria às duas da tarde.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Lewis o incentivando e desejando boa sorte.
- Cadê Melissa? - meu avô gritou do quintal.
- Na frente da televisão a um tempo. - minha mãe respondeu da janela da cozinha. - não acho que ela saia de lá até ver o que espera ver. - ela completou com deboche e minha avó gargalhou.
- Faz tempo que não vejo essa menina ansiosa por algo. - minha avó disse.
- Fala com ela que o especialista da região chegou e está esperando por ela aqui fora. - meu avô disse da janela e eu bufei.
- Não agora. - reclamei. - a corrida vai começar. - tombei minha cabeça para trás em frustração.
Teria que ir lidar com isso e novamente iria perder mais uma corrida.
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Quando voltei a corrida já havia terminado, frustrada sentei em frente a tv e vi as entrevistas pós corrida para saber algo.
Quando Lewis apareceu na tela senti um frio na barriga e fiquei ansiosa. Ele ganhou a corrida, eu estava super feliz por ele, na entrevista seus olhos brilhavam de emoção.
A repórter pergunta sobre a corrida ele ter feito uma boa corrida e ele responde:
- Claro, eu deixei o melhor para o Brasil.
De uma forma boba eu me sentia conectada com esse momento, como se ele ganhar essa corrida tivesse algo a ver comigo.
Ele comentou sobre o momento emocionante em que ele fez uma homenagem a Ayrton Senna ao carregar a bandeira brasileira no fim da corrida, me senti orgulhosa por ele considerar tanto o meu país.
Ele diz em algum momento da entrevista que mesmo não tendo nascido no Brasil se sentia acolhido pelo país e pelo povo, eu ri da fala e mandei uma mensagem para ele.

"Vi sua entrevista, espero que você esteja se sentindo muito bem acolhido"

Ele tinha ganhado essa corrida na minha casa e tinha comemorado como se fosse na casa dele, sentia que esse momento era tão especial.
A repórter termina a entrevista dizendo que depois disso ele merecia ter um passaporte nacional e ele ri e diz que ele com certeza amaria, eu mandei outra mensagem.

"Eu amaria te arrumar um passaporte brasileiro... caso você queira"

Claro que ele sabia que o tom da mensagem era cômico e levaria na esportiva.
Ele respondeu apenas no fim do dia quando provavelmente teve tempo de checar suas mensagens.

"Podemos pensar sobre o passaporte. Pensei em você também quando levantei aquela bandeira, espero que você tenha visto"

Merda, meu coração estava como uma adolescente emocionada e isso não era bom, eu estava facilmente mexida.

    "Parabéns pela vitória, sei que foi muito merecido."

"Você ainda está no Brasil?" - ele me mandou logo depois.

     "Sim, estou no interior do país lidando com alguns problemas"

    "Hoje tenho uma festa, quer ir comigo?"

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