Capítulo 8

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Com cuidado e silenciosamente, Krystal se aproximou de sua presa. Assim como sua irmã gêmea, ela usava um capuz preto, e o manteve sobre a cabeça para que o Mascarado não visse sua aparência nada comum. O cabelo loiro claro e os olhos quase transparentes chamavam muita atenção num lugar onde as pessoas tinham características físicas opostas às dela.

Ele não se mexia, paralisado de medo. A flecha o mantinha preso na árvore pela roupa, mas não tinha causado nenhum ferimento, Krystal observou. Ela chegou perto o bastante do Mascarado e envolveu a flecha espetada com as mãos, sem removê-la.

- O que faz por aqui? - ela olhou nos olhos dele de um jeito nada amigável.

- Eu estava caminhando até ser atacado por você! - o Mascarado respondeu, num tom de voz alto. O peito dele subia e descia rapidamente.

- Atacado? Que absurdo. - Krystal sorriu - Você passou na frente da minha flecha. - ela justificou, apertando mais o objeto em suas mãos e franziu o cenho - Teve sorte de não se machucar.

Então ela arrancou com tudo a flecha da árvore, rasgando parte de cima da camisa preta dele. O Mascarado colocou as mãos no peito, assustado e aliviado por finalmente estar livre.

Ou não.

- Você acha mesmo que vou te deixar ir embora? - ela perguntou, espalmando uma mão no tronco dele, empurrando-o de volta para trás.

- M-mas... o que você quer de mim? - ele choramingou.

- Respostas. - Krystal começou a brincar com a corrente de prata, enrolando-a nos dedos - Você vai me contar tudo o que as pessoas não sabem sobre os Mascarados.

- Não posso fazer isso. - e a respiração dele voltou a acelerar.

- Claro que pode! - os olhos dela o percorreram por inteiro, examinando cada detalhe. Os boatos eram verdadeiros, pelo menos com relação à aparência deles. Ela gostou muito do que viu, mas queria ver o que a máscara escondia. - Seus companheiros devem estar por perto, se você está aqui. E eu acho que não vão abandoná-lo.

A camisa rasgada deu uma ideia à garota. Ela não podia levá-lo para o acampamento e entregar sua localização, afinal, ela não sabia quais eram as intenções dele. Então, ela pegou o tecido solto perto do pescoço dele e o rasgou.

- Eu só estava procurando... - ele começou a dizer, mas parou. Talvez não quisesse entregar a informação verdadeira assim, tão rápido.

- Procurando o que? - ela o puxou pelas correntes e o encarou, muito próxima de seu rosto.

- Uau!

Ele tinha acabado de suspirar?

- O que você estava procurando? - ela insistiu, mas ele continuava a olhar nos olhos dela, sem piscar.

- Meus companheiros. Eles desceram para pegar água e comida, mas estavam demorando muito, então eu vim procurá-los.

- Pelo visto você não os encontrou.

- Não.

- Ótimo. Eles vão te encontrar.

O tecido preto nas mãos dela virou uma venda nos olhos dele.

- Por que me vendar? - ele resmungou.

- Não vou mostrar o caminho até o lugar onde você vai ficar. - Krystal uniu os punhos dele atrás das costas e os amarrou com uma corda.

- Não me mate, por favor.

Krystal soltou uma gargalhada.

- Não vou te matar. Pelo menos, não agora. Quero respostas primeiro. - ela sussurrou no ouvido do Mascarado, que sentiu um arrepio na espinha.

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