Capítulo 42

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Akin ficava cada vez mais desesperado à medida que o fogo avançava em direção a mansão. O vento dificultava muito o trabalho dos empregados e guardas, que tentavam a todo custo conter as chamas. Ele começava a desconfiar que o incêndio não foi resultado de um acidente, mas intencional.

À medida que construía seu império na pirataria, Akin fez muitos inimigos. Mas não restava nenhum deles para lhe causar problemas. Os homens mais perigosos de Kleure estavam sob seu comando. E muitos forasteiros dos reinos vizinhos também.

A única pessoa com coragem o suficiente para enfrentá-lo era Íris, mas ele duvidava que ela pudesse ter causado toda aquela confusão sozinha.

A garota tinha fortes razões para querer prejudicar Akin. O pai dela era um dos muitos piratas da sua poderosa frota. Mas se endividou quando a esposa adoeceu e pediu ajuda ao chefe, que lhe emprestou uma grande quantia; que ele nunca foi capaz de pagar. A esposa acabou falecendo e o pai de Íris não conseguiu voltar a trabalhar no navio, pois não podia deixar a filha sozinha. Sem prestar serviço e muito menos, sem condições de pagar o que devia, Akin resolveu tomar a filha como pagamento. O pai não poderia aceitar isso e tentou fugir com Íris, mas foi pego e morto na frente dela.

Íris tinha todos os motivos para tentar algo contra ele, mas ainda assim, Akin não acreditava que ela fosse capaz de fazer tudo aquilo. Contudo, ele foi até o quarto dela.

A porta estava destrancada e ele entrou sem bater. Íris parecia estar dormindo, alheia a todo o caos de fora. Ela não se mexeu, permanecendo quieta em sua cama.

Mas ela não estava dormindo. Prevendo que Akin viria primeiramente até ela, Íris não perdeu tempo e correu de volta para a cama assim que Yunho foi embora. O convite dele foi extremamente tentador, mas suas últimas tentativas de fuga foram frustradas. Não queria correr o risco de prejudicar mais pessoas por causa da obsessão de Akin por ela. Precisava dar um jeito de vingar a morte de seu pai antes de tentar fugir novamente. Por enquanto, estava satisfeita com a bagunça causada pelos Mascarados.

- Íris? – ele a chamou, sentando-se ao seu lado na cama.

Ela apenas virou a cabeça para encará-lo, esfregando os olhos como se tivesse sido acordada. Embora odiasse o homem a sua frente, Íris se forçava a parecer frágil e indefesa para seu próprio bem. Seria mais fácil se vingar de Akin se ele subestimasse sua força e habilidades. Antes de qualquer coisa, precisava conquistar a confiança dele.

- Não queria te acordar, mas há um incêndio lá fora. Estou preocupado que as chamas alcancem a casa. Levante-se e coloque uma roupa; fique pronta caso precisemos correr. – apesar de suas ações cruéis, Akin nunca a tratava com grosseria.

Íris se sentou na cama calmamente, ajeitando o cabelo bagunçado. Ainda não conseguia falar por causa do choque, então assentiu com a cabeça e apontou para a saída, pedindo por privacidade para se trocar.

Akin se levantou, caminhando até a porta. Mas parou antes de sair e olhou para ela.

- Por acaso, você viu alguma coisa estranha essa noite? – ele questionou, pronto para analisar cada misero detalhe diferente que ela pudesse mudar em sua expressão.

Não era alguma coisa, mas algumas pessoas. Que invadiram o gabinete e roubaram vários documentos, inclusive. Mas Íris piscou os olhos, fingindo confusão. Apontou para a própria cama, indicando que dormiu o tempo todo. Não, eu não vi absolutamente nada de estranho, porque desde que fui arrastada para cá, fui mantida dentro do quarto. Embora não pudesse dizer isso em palavras, ela conseguiu expressar com gestos.

- Certo. – Akin limpou a garganta e coçou a cabeça raspada – Fique pronta. Vou tentar conter o fogo, mas esteja preparada caso seja necessário sair.

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