Capítulo 40

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Seguindo o comando do capitão, Yeosang e San se aproximaram sorrateiramente da entrada da mansão de frente à praia, que era vigiada por dois guardas. Apenas uma cerca viva servia de proteção e apesar de ser bem alta e densa, era uma falha na segurança rigorosa da fortaleza de Akin.

Os guardas estavam tão confortáveis e despreocupados, que não perceberam a movimentação dos dois, que se dividiram; San indo pela direita e Yeosang pela esquerda. Um guarda para cada.

Não podiam errar. Os guardas eram mais altos e mais fortes do que eles; precisavam acertar o golpe de primeira, usando o fator surpresa como vantagem.

Eles cobriram o rosto com a máscara, de modo que apenas seus olhos ficaram visíveis.
Yeosang contou usando os dedos, fazendo contato visual com San que estava do lado oposto.

Um, dois, três...

Simultaneamente, os dois surgiram ao lado dos guardas, que assustaram como o esperado. Antes que pudessem reagir, atingiram ao mesmo tempo a lateral do pescoço dos homens, num golpe veloz e certeiro. A técnica consistia em golpear o pescoço, perto do ombro, interrompendo temporariamente o fluxo de sangue para a cabeça. Com o impacto, os guardas caíram desmaiados.

- Nem foi tão difícil! – San disse, depois de soltar a respiração presa por tempo demais.

- Ainda bem que deu certo, ou nós teríamos problemas. – Yeosang suspirou aliviado. Ele assoviou duas vezes, sinalizando para as meninas que o caminho estava livre.

Elas vieram rapidamente, respondendo ao chamado.

- Tomem cuidado. – Yeosang disse com um tom sério, dificilmente usado por ele.

As quatro agradeceram com um aceno de cabeça e correram para o lado de dentro da cerca viva, sem trocar nenhuma palavra com eles.

Liz e Aurora foram para o jardim da frente, enquanto as gêmeas ficaram nos fundos, indo para cantos opostos.

- Não se preocupe, ela vai ficar bem. – Yeosang deu uma batidinha no ombro de San, que olhava na direção em que Jade tinha ido. A preocupação era visível em seus olhos.

- É mais fácil falar do que fazer. – San respondeu, tentando se livrar do nó insistente na garganta.

- Esqueceu que ela tem uma faca? – argumentou Yeosang – Sua namorada pode ser perigosa.

Aquela palavra fez San sorrir por baixo da máscara.

- Ela não é minha namorada.

- Até parece! – Yeosang riu com deboche – Está querendo enganar quem?

- Jade não é minha namorada. – San deu uma risadinha – Ainda.

...

Ao chegarem ao jardim, Liz e Aurora se separaram depois de uma boa olhada ao redor. Se esgueiraram cautelosamente, nunca ficando expostas, usando as árvores e arbustos floridos para se esconder dos guardas que circulavam, fazendo a ronda.

O objetivo era fazer com que algumas lâmpadas caíssem no chão, num ponto onde seria possível que os guardas vissem o fogo das janelas do corredor, fazendo com que eles saíssem de dentro da mansão.

Liz olhou para cima, ainda sob a proteção de um arbusto podado em formato de círculo. As janelas grandes do primeiro andar estavam bem à sua frente.
Ela suspirou e verificou uma última vez, se certificando de que era seguro ir sair de seu esconderijo. Tudo limpo.

A lâmpada mais próxima estava pendurada no galho de uma árvore grande, que por sorte, estava numa altura fácil de ser alcançada. Liz a retirou com cuidado, sem fazer movimentos bruscos para que a chama não apagasse. E com cuidado, tombou a lâmpada no chão, deixando o óleo de dentro dela cair sobre um montinho de folhas secas que havia juntado. Não levou nem cinco segundos para o fogo começar a se alastrar, percorrendo o caminho de óleo que escorreu.

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