Capítulo 36

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Yunho estava pensativo, observando o movimento das pessoas que circulavam por perto. Já tinha repassado o plano em sua cabeça muitas vezes, mas não deixava de ficar apreensivo conforme as horas passavam. Eles não poderiam falhar.
A segurança era extremamente reforçada e os guardas fortemente armados. Se fossem pegos, não sairiam vivos. Ele tentava disfarçar sua apreensão com o bom-humor, mas não conseguia deixar de se preocupar.

Inspirou e expirou com calma, se forçando a controlar sua ansiedade. Olhou para o mar, logo abaixo do parapeito, concentrando-se nas ondas suaves que batiam na areia. E quando se deu conta, já estava caminhando em direção à praia.
Precisava se acalmar, e não havia melhor lugar para isso do que a praia.

Havia muitas embarcações atracadas por perto. Ele procurou pelo navio deles, mesmo sabendo que estava longe demais para ser visto.

Se permitiu tirar a máscara, que começava a incomodar e fechou os olhos, ouvindo o barulho das ondas. Isso sempre o acalmava.

Mas a calmaria durou pouco.

Yunho levou um susto quando algo, ou melhor, quando alguém o atingiu. Ele cambaleou para trás, meio perdido, sem entender o que havia acontecido.

Uma garota passou por ele correndo, olhando para trás assustada. Parecia estar fugindo.

Curioso, Yunho olhou ao redor, procurando por alguém que pudesse estar atrás da moça, mas não encontrou ninguém. A praia estava vazia.

- Ei, moça! – ele a chamou, andando apressadamente em direção a ela, que continuava correndo.

Ela não fez menção de parar. Mas olhava para trás constantemente.

Não demorou muito até que Yunho a alcançasse. Ela não era muito alta e o vestido impedia que corresse muito rápido. Já ele, tinha pernas longas, o que era uma vantagem e tanto.

- Senhorita, está tudo bem? – ele perguntou, segurando-a pelo braço quando ela tropeçou em uma pedra.

Quando ela finalmente olhou para Yunho, ele demorou um pouco para voltar a piscar. Não teve tempo de observá-la de perto até aquele momento, já que ela passou correndo por ele como um furacão. Não tinha notado como ela era bela.

O cabelo preto caia em cachos apertados até a cintura, e estava um pouco bagunçado devido ao vento. Mas isso não o deixava menos bonito. A pele escura contrastava com o vestido branco, que balançava ao redor dela. Os olhos eram dourados como mel e as maçãs do rosto eram bem-marcadas.

Depois de um tempo, ele percebeu que estava a encarando como um idiota e se obrigou a se recompor.

- Você está bem? – Yunho perguntou novamente, ao ver os olhos dela marejados.

Mas a garota não respondeu.
Ele soltou o braço dela, relutante, com a certeza de que ela correria para longe novamente. Contudo, ela permaneceu no lugar, o estudando.

- Acho que não falamos o mesmo idioma. – ele deu uma risadinha, um pouco frustrado.

A garota tocou sua própria boca e balançou o indicador, em sinal de negação. Ele franziu a testa, em dúvida se ela estava querendo dizer o que ele havia dito, ou se queria dizer outra coisa.

Ela pegou um galho no chão e caminhou até a parte úmida de areia, o chamando com a mão. Yunho se aproximou dela, curioso.

Aos poucos, ele notou que a garota estava tentando se comunicar por meio de desenhos. Eles realmente não falavam o mesmo idioma, e seria inútil tentar escrever. Ela desenhou uma representação simples de si mesma, apontando para o desenho e em seguida batendo a mão de leve sobre o peito. Yunho afirmou com a cabeça, mostrando que estava entendendo o que ela estava fazendo.

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