Capítulo 23

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[Louis POV]

Quando eu cheguei em casa na manhã seguinte, meus olhos estavam pesados e parecia que eu estava prestes a arrancá-los do meu rosto. Minha visão estava um pouco embaçada e eu estava completamente exausto da noite anterior com Harry. A noite passada com ele fora muito gostosa e conhecê-lo em um nível muito mais pessoal e vulnerável era incrível.

Nós acabamos a noite com uma explosão - e não, não houve fogos de artifícios na cidade. Para resumir, eu havia alegremente definido que eu era bottom e Harry era top. Nenhuma reclamação.

Eu o deixei na casa dele há pouco tempo antes de voltar para a minha casa. Ele disse que queria conversar com Gemma antes de ir conversar com Zayn sobre alguma coisa. Claro, eu queria passar mais tempo com ele, mas eu não me importava. Eu amava o quão próximo ele era de Gemma e Zayn.

Eu fiz uma nota mental para ligar para Liam e Niall depois para ver se eles queriam fazer alguma coisa no shopping ou algo do tipo. Garotos podem gostar de shopping também, não enche. Já que era próximo do centro da cidade principal de San Diego, haviam vários shopping e lojas legais pela cidade e nos subúrbios perto da minha casa também.

Eu entrei pela porta da frente, não me importando muito com o paradeiro dos meus pais. O carro deles estava na garagem já que eles dividiam um, então eles estavam em casa - provavelmente no quarto. Eu chutei meus sapatos para longe e peguei uma banana na cozinha porque eu estava com fome; talvez Niall e Liam poderiam estar afim de um almoço também. Niall parecia ser o tipo de pessoa que poderia comer um cavalo em qualquer momento, e Liam também tinha um bom apetite.

Harry e eu ficamos acordados até tarde na noite passada e acabamos dormindo na grama, abraçadinhos e envoltos por cobertores para ficarmos quentinhos na brisa fria. Os cobertores estavam no meu carro, e tinham o cheiro de Harry, assim como as minhas roupas. Era um cheiro fraco, mas o doce da baunilha e o tabaco eram como uma droga e me inebriavam.

Minhas costas estavam meio doloridas por eu ter dormido na grama ontem a noite, então eu segui para o banheiro do meu quarto para tentar relaxar com um banho quente.

***

Depois do banho, eu percebi que eu não tinha uma toalha limpa no meu banheiro. A reserva que eu mantinha embaixo da pia se fora porque eu a havia dado para Harry usar quando ele estava aqui e eu esqueci de repor. Chacoalhando o excesso de água do meu corpo e jogando o meu cabelo para trás com os meus dedos, eu coloquei uma calça de moletom cinza e saí do quarto, indo para o corredor.

Meus pais estavam no quarto deles com a porta fechada, e eu revirei meus olhos, tentando ignorar os barulhos estrangulados e estranhos que vinham daquela direção.

Em vez disso, eu fui até o banheiro de visitas do outro lado do corredor já que era ali que as toalhas extras ficavam. Eu peguei uma verde escura, que me lembrava dos olhos de esmeralda de Harry, e sorri.

Eu fechei a porta para tirar a calça de moletom e me secar. Uma vez seco, eu coloquei as calças de volta e joguei a toalha sobre meu ombro para levá-la de volta para o meu quarto. Parando para me olhar no espelho, eu arrumei meu cabelo mais uma vez com meus dedos e aconteceu de eu baixar o olhar para a pia quando fui usar a toalha de rosto ao lado dela.

A pia tinha uma mancha fraca vermelha, que eu achava estranha e levemente incômoda. A patente, a pia, o balcão e o box estavam sempre perfeitamente brancos já que eu os limpava toda semana para não deixar a casa toda suja. Parecia que algum líquido vermelho escuro havia sido derramado na pia, tipo vinho ou coisa do tipo. Também havia vários produtos de maquiagem alinhados no balcão.

Por que a minha mãe não coloca a maquiagem dela no banheiro da suíte deles? Ela vem em casa e coloca as merdas dela em todo lugar, que porra?

A quantidade de produtos era absurda, mas depois de um pouco mais de inspeção, havia de pouca a nenhuma variedade. Montanhas e montanhas de corretivo cobriam o balcão - uma quantidade um tanto chocante, na verdade. Eu olhei em volta, e encontrei apenas um rímel entre os corretivos.

De todas as garotas com quem eu costumava passar a noite, elas traziam tanta maquiagem com elas e cobriam o rosto com tudo aquilo sem nenhuma razão. Eu via o que elas traziam, e era sempre mais tipos de produtos do que eu sabia que existia.

A única razão pela qual eu prestava atenção em primeiro lugar era que eu havia visto alguns tutoriais de maquiagem - claro, ninguém sabia disso e eu não planejava contar para ninguém durante um bom tempo a menos que de alguma maneira, isso venha à tona - e eu estava pesquisando sobre quais produtos uma garota normal usava e quais eu reconhecia. Eu não tenho nenhuma maquiagem, mas eu também não seria contrário a isso se algum dia eu me sentisse confortável o suficiente. É como arte em seu rosto que você mesmo pode criar como as pessoas dos vídeos de beleza fazem.

Uma pena eu não ser um artista.

Essa coleção de maquiagem não era nada como as que as garotas tinham - a quantidade de corretivo era assustadora, e nem toda espinha ou mancha do mundo era suficiente para precisar de tanto corretivo assim. Eu empurrei todos eles para onde o balcão encontrava a parede para abrir um pouco de espaço porque a bagunça estava me incomodando e eu não conseguia ignorar aquilo.

Meus joelhos estavam quase cedendo quando eu vi o que estava por baixo deles. Não eram os anéis bronzeados de corretivo aguado que estavam embaixo dos potinhos que estavam agora espalhados pelo granito branco, que normalmente teriam me incomodado já que era eu quem teria que limpar o balcão.

Era sangue.

Eu quase gritei quando a onda de compreensão caiu em cima de mim. A cabana, a falta de comunicação, o olhar assustado da minha mãe, os barulhos estranhos, os barulhos de tapas, o corretivo, o sangue...

Oh, meu Deus, minha mãe está sendo abusada.

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