Capítulo 25

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[Louis POV]

Ah, meu Deus. Ah, meu Deus. Ah, meu Deus. Ah, meu Deus. Ah, meu Deus. Ah, meu Deus.

As palavras estavam praticamente gravadas no meu cérebro a esse ponto.

Já faziam dois dias desde que eu descobrira que o abuso estava acontecendo, ou pelo menos era o que eu suspeitava estar acontecendo, e eu não sabia o que fazer. Eu teria chamado a polícia, ma eu não sabia nada sobre a situação ou se eu estava simplesmente exagerando por causa de um pouco de sangue.

Quero dizer, talvez ela tenha se cortado, e isso explique o sangue? E muita espinha ou talvez ela tenha medo de ficar sem maquiagem ou estava na promoção ou algo do tipo? Pelo amor de Deus, talvez seja vinho - eu posso sonhar.

Todos os cenários possíveis eu queria que fossem verdade, mas eu sabia que, na realidade, era abuso. Eu precisava de um jeito de fazer a minha mãe conversar comigo em particular para que eu pudesse ajudá-la.

Todos os meus sentimentos em relação a ela pareciam ter sido dissipados no ar, e seu bem-estar era a única coisa ocupando a minha mente. Quanto ao meu pai, eu queria bater nele até a morte por machucar a minha mãe. Claro, eu não tinha absolutamente nenhuma ideia dos detalhes ou de quando começara, mas essa era a informação que eu precisava conseguir dela para que eu pudesse fazer com que ele fosse preso.

Eu não havia contado a ninguém sobre minhas suspeitas, caso houvesse a mínima chance de eu estar errado, mas toda a situação parecia uma bomba-relógio, e eu era o único que podia parar o cronômetro.

Se eu encontrar um jeito de conversar com mamãe fingindo não saber de nada, ela não vai suspeitar de nada. Tudo que eu preciso fazer é tirar ela de casa e fazê-la me contar o que está acontecendo.

Felizmente, meus pais ainda estavam em casa quando eu desci as escadas para tomar café no domingo de manhã. Eu dei um sorriso fraco para os dois, tentando parecer um pouco mais receptivo do que eu normalmente era. Precisei de toda minha força de vontade para não examinar o rosto da minha mãe em busca de qualquer machucado, corte, ou marcas que ela pudesse ter escondido com corretivo.

"Bom dia, Louis," minha mãe disse. "Dormiu bem?"

"Uhum, dormi, obrigado," eu disse, tirando o leite da geladeira.

"Louis," eu ouvi a voz fria e severa do meu pai vir da sala de estar.

Eu me virei para ver minha mãe sorrindo na mesa da cozinha enquanto ele estava sentado no sofá da sala assistindo algum filme de guerra aleatório na tv. Tinha uma tigela vazia de sabe Deus o que na mesinha de centro em sua frente, junto com um copo de água.

As pequenas gotículas de condensação pareciam se acumular na base do copo, e eu não queria mais nada além de atirar nele um rolo de papel toalha e fazê-lo enxugar aquilo. Mesmo que eles tenham comprado a casa, parece que eu sou o único que toma conta dela e a limpa, já que eu sou praticamente o único que mora nessa casa.

"O quê?" Eu retruquei - abaixe o tom, Louis, mantenha a calma.

"Alguém está irritado. Enfim, eu vou sair para ver alguns amigos que estão na cidade hoje à tarde," ele disse, e eu tentei segurar uma zombaria quando ele disse que tinha amigos.

E eu ligo porque...? Haha, eu não-

ESPERE, sim, eu ligo SIM. Essa é a oportunidade perfeita para fazer a minha mãe conversar comigo em particular, e o homem que eu estou tentando prender está me dando a oportunidade em um prato de ouro.

"Ok," eu disse passivamente. "Mãe, você quer sair para almoçar fora? Eu tenho uns problemas com minha namorada sobre os quais eu preciso conversar."

Merda, merda, merda, que desculpa mais estúpida. De todas as coisas, por que eu usei uma namorada falsa como desculpa para sair para almoçar? Eu devia apenas mentir para ela e dizer que eu realmente tenho uma namorada? Ela não pode saber sobre o Harry ainda... pode? Eu ao menos estou pronto para me assumir?

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