Capítulo 23

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No sábado seguinte, Lorena caiu nas graças de seu amigo Carlos e aceitou sair com ele para um barzinho juntamente com um casal de amigos em comum.

A loira aproveitou que seu pai havia levado Bernardo e Ícaro para um jogo de basquete e decidiu se divertir naquela noite. Desde seu recente divórcio, sentia-se incompleta e parte dela até sabia que não preencheria o seu vazio em uma noite de diversão, mas, ainda assim, ignorou sua consciência e foi.

O bar em questão ficava no mesmo bairro onde estava localizado o apartamento que havia cedido para Raul e Kevin. Mas a loira sequer pensou nisso. Estacionou seu carro em uma vaga debaixo de uma árvore e desceu.

— Quem te olha assim, até pensa que você é comportada — disse Monique quando Lorena alcançou a mesa que estava na calçada, em frente ao bar, referindo-se ao vestido florido e longo da loira.

Lorena cumprimentou Carlos com um beijo no rosto e, voltando-se para a amiga, esbanjou um sorriso provocativo, dizendo:

— Já você, nem se estiver vestida de freira.

— Você não vai me defender, amor? — Monique deu um leve tapa no braço de Guilherme, seu namorado, que riu das palavras de Lorena.

— Ele sabe que eu estou certa, Mona.

Monique estreitou os olhos e colocou uma mão no peito, fingindo estar ofendida.

— Eu só não te dou na cara em respeito à sua bebê.

Lorena riu e retrucou:

— Até porque você sabe que apanharia feio.

— Lembra daquela vez em Búzios? — Monique perguntou e segurou no braço do namorado, contando entre um riso e outro: — Lorena se embolou com uma garota...

— Sério? — Carlos se voltou para a loira, que riu e negou.

— É mentira.

— Mentira? — Monique arqueou as sobrancelhas.

— Claro que é mentira! Eu não "embolei" com a garota. A gente só discutiu.

— Embolou sim, Lorena! — Monique insistiu e, voltando-se para Carlos, disse: — Ela só está com vergonha de confessar que rolou no chão com uma garota por causa de um chope.

Lorena revirou os olhos, Monique sempre queimando seu filme, mas não deixou de rir.

— Realmente, eu não consigo te imaginar rolando no chão com alguém — comentou Carlos, que estava sentado em uma cadeira ao lado da loira e tinha um braço em volta de seus ombros.

— Isso é porque você não conhece a Lorena direito — intrometeu Monique.

A loira olhou para a amiga com os olhos estreitos e a viu sorrir de orelha a orelha, antes de virar um copo de cerveja na boca e completar olhando para Carlos:

— Não se deixe enganar com essa Lorena vestida de crente.

Todos à mesa explodiram na gargalhada, inclusive Lorena, que se inclinou para frente e acertou um leve tapa no ombro de Monique.

— O que você vai querer beber? - Carlos perguntou por fim, enquanto se levantava para ir até o balcão.

— Uma limonada rosa. Nada com álcool - respondeu Lorena mexendo em sua bolsa, em busca de seu celular.

— Vou trazer para você.

Carlos se afastou com Guilherme, que também foi buscar uma bebida, e, então, Monique não evitou os comentários maliciosos:

— Vocês dois formam um casal bonitinho.

— Não precisa dar uma de cupido, Monique. Você sabe muito bem que o Carlos e eu somos só amigos.

O Malabarista - ConcluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora