Capítulo 28

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Pela manhã, no domingo, perto das oito horas, Raul abriu os olhos no quarto de hóspedes e resolveu descer. Havia dormido com a mesma roupa, diferente de Kevin, adormecido ao seu lado, que vestia um pijama com detalhes verdes.

O jovem rapaz se sentia sonolento, pois não havia dormido mais do que 6 horas, porém, ainda assim, usou o banheiro do quarto e, então, seguiu para o primeiro andar, onde encontrou Lorena na cozinha, em pé ao lado da cafeteira.

— Bom dia — saudou Raul ao entrar.

Lorena, que estava distraída olhando para o chão, voltou o olhar para a entrada da cozinha e forçou um sorriso, saudando também:

— Bom dia, Raul. Dormiu bem?

— Eu dormi. E você?

A loira respirou fundo e se afastou da cafeteira, indo até o armário, a fim de apanhar duas xícaras. Seu semblante denunciava a falta de descanso.

— Não dormi direito. Você sabe, insônia — disse ela, estendendo uma xícara para Raul.

— É chato.

Lorena concordou e o serviu com o café, enquanto o jovem rapaz se preocupou:

— Mas... Está tudo bem?

— Não muito, viu? Eu passei a noite pensando em como eu vou resolver esse problema com a Luana. Ela já está me cansando e eu...

— Olha, não precisa tirar ela de lá se isso for causar ainda mais...

— Tá brincando, Raul? Aquele apartamento não é dela. Se eu deixar por isso mesmo, ela vai abusar ainda mais. O problema da Luana é esse, ninguém nunca deu limite para ela.

Lorena bebeu um pouco de café e pareceu pensar por alguns instantes, enquanto Raul a olhava.

— Eu não odeio a minha irmã, entende? Mas ela tira qualquer um do sério. E essa que aquela aprontou agora...

— Calma — Raul disse, se aproximando.

O jovem rapaz havia dito aquilo pois notara a inquietação de Lorena, que estava cada vez mais vermelha.

— Não vai te fazer nem um pouco bem ficar se irritando assim — continuou Raul.

— Fazer bem, não faz, mas... O que eu posso fazer?

Raul pensou e não conseguiu encontrar nenhuma resposta. De fato, parecia não haver outra saída, senão bater de frente com Luana.

— Enfim — Lorena retomou —,  vamos tomar café e aí veremos o que pode ser feito. E... Ah. Feliz aniversário!

O jovem rapaz sorriu torto e agradeceu:

— Obrigado.

— Eu tinha comprado um presente para você e o episódio de ontem serviu para reforçar a necessidade do que eu comprei. Espere aqui!

Lorena deixou sua xícara sobre a bancada e saiu da cozinha, voltando em menos de dois minutos com uma sacola preta e pequena.

— Lorena...

— Abre esse presente, Raul! — exclamou ela, divertida.

Então, assim como a loira, Raul deixou sua xícara sobre a bancada e abriu a sacola, apanhando uma pequena caixa que trazia gravada em si a logo da Apple.

— Você...
— Ontem, você teve que dar a volta ao mundo para falar comigo — explicou Lorena. — Ficou mais do que comprovado que você precisa de um celular.

— Mas... Esse é muito caro. Eu olhei o preço de um outro dia e me espantei. Estava quase 5 mil reais.

— Você merece, Raul.

O Malabarista - ConcluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora