Epílogo

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CINCO MESES DEPOIS

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CINCO MESES DEPOIS

— Meu Deus, como eles são pequenos! — Raul exclamou olhando para os nossos dois meninos que dormiam como se não houvesse amanhã.

Davi e Isaque. Tudo neles era uma bela recordação do amor da minha vida: os cabelos negros, os olhos castanhos e as charmosas covinhas nas bochechas.

— Eles são iguaizinhos, Lori! — outra vez, Raul exclamou como uma criança, fazendo valer a pena cada sacrifício.

— E iguaizinhos a você — completei, fazendo-o rir.

— Você acha?

Lancei um olhar divertido em sua direção, como se perguntasse: "não é óbvio?". E isso bastou para que Raul risse mais ainda.

Apesar da exaustão, eu estava feliz. Tudo que eu mais queria era ver aquele sorriso largo no rosto de Raul. Claro que não foi fácil. Na verdade, parte de mim sentia-se frustrada por não ter conseguido levar o parto a cabo sem ter que me render à bendita cesariana. Mas, afinal... Que mal tinha?

Eu, finalmente, havia encontrado alguém com quem eu poderia compartilhar os bons e maus momentos da vida. Alguém que me fez acreditar no amor novamente, inclusive, no maior amor que existe: o de Deus.

Com seu jeito tímido, reservado e paciente, Raul me ensinou — às vezes, sem nem dizer nada — que o segredo para ser feliz é ter gratidão pelas mínimas coisas. Ele não tinha nada e, mesmo assim, manteve a fé e a esperança. Eu tinha muito, mas era incapaz de reconhecer Aquele que me deu tudo.

Desacreditada, eu estava a ponto de perder o prazer de viver, mas então Deus me enviou um anjo e me mostrou que, às vezes, Ele é capaz de fazer brotar vida nos lugares onde julgamos não haver chance alguma de revivência.

Quem diria que de um viaduto sairia o homem mais gentil e paciente que já conheci?

De fato, às vezes, a beleza emerge de lugares improváveis, pois, as estrelas, por pura aventura, podem querer refletirem-se em poças de lama.

Raul era esta estrela, este diamante que brilharia para sempre no meu coração.

FIM

O Malabarista - ConcluídaWhere stories live. Discover now