Sombras Do Eclipse: A Saga Lunar - Livro 4 ( Concluído )

Capítulo 1

Um mês depois

—Nick

— Nick? Nick? Calma, vamos com calma — Falava Davi, rápido e apavorado.

- Calma? Davi, já tem meia hora que você está tentando fazer isso de novo, não deve ser tão difícil!  — Falei quase soltando um berro, Davi e eu estamos treinando, quer dizer, Davi estava treinado a transformação.

— Cara, não é tão simples, eu não sei como ter controle ainda — Ele diz se sentando na grama, andei até ele e me sento ao seu lado.

- Escuta, a transformação não é algo que você vá aprender a controlar do dia para a noite, leva tempo, você viu quanto tempo demorou para que eu pudesse me transformar com controle que tenho hoje, né? — Perguntei.

— Eu me lembro, mas é que, é difícil...

- Eu sei que é, e eu nunca disse que seria fácil, me diz, o que você pensou naquele dia? Quando se transformou a primeira vez? — Davi respirou fundo, eu não queria ter quer voltar a falar daquela noite, mas foi preciso, ele fechou os olhos por um período de cinco segundos, e provavelmente voltou a se lembrar daquela noite.

— Eu vi a Sofia, vi imagem dela sendo morta e... — Ele deu uma pausa. — Naquele momento em que cristopher te atacou, eu não ia deixar que ele fizesse igual, não podia perder você de novo!

- Olha, houve muitas vezes em que eu deixei as mágoas e o ódio me dominar durante a transformação, só que, não vai ajudar em nada! Só vai te deixar mais furioso e amargo, e para você se transformar você tem que ter controle sobre si, eu sei que o que houve com Sofia dói, em mim também, mas o passado deve ficar no passado Davi! Eu acredito em você! — Coloquei a mão em seu ombro e dei lhe um empurrão ele, ele sorriu, em seguida, Luiz chegou ao lado de Gabriel e Dylan.

— O que estão fazendo? — Perguntou Luiz.

- Eu estou tentando ajudar o conde drácula com a transformação, mas está sendo bem difícil, eu diria.

— Conde drácula? Sério Nick? Você me respeita seu pacote de pulgas! — Retrucou o meu amigo.

— Transformação? Essa eu quero ver! — Falou Dylan.

— Não me julguem, todos vocês já tem o controle, eu ainda sou novato nessa parte, ainda tô sendo forte e tentando controlar minha sede por Sangue.

— Ei, amigo? Eu também sou novato nisso, se lembra? — Respondeu Dylan.

— Calma lá morcego, uma coisa de cada vez, não se altere. — Zombou Gabriel.

— Morcego? Vê se me respeita também o projeto de pincher — Debochou. — Estão se aproveitando da situação para me zoar, não é?

- Agora você entende o que tanto eu, quanto Oliver teve que passar quase três anos escutando você debochar da gente. — Sorri, ele revirou os olhos. — Certo Davi, vamos tentar de novo! Abram espaço pessoal, eu sei que ele vai conseguir.

Por mais esperançoso que eu me mantinha perante a isso, ele nunca se encontrou passando por algo tão difícil quanto agora, Davi ficou em pé em silêncio e fechou os olhos, ele respirava fundo e tentava controlar a respiração, eu e os outros podíamos escutar o seu coração bater devagar de ágar após ele controlar a respiração, até que seu corpo começou a ser alterado, ele começou a crescer, a cor de sua pele foi se tornando mais clara e as orelhas tornaram a ficar pontudas, as veias do seu corpo ficaram negras e os músculos incharam, mas de repente, ele começou a voltar a forma humana, a transformação não havia sido completa.

- O que... O que houve? — Perguntei curioso.

— Eu não sei, eu... Eu ainda não consigo Nick, me desculpa — Lamentou-se o mesmo.

- Não se desculpe, você tem tempo, vamos parar por aqui e amanhã tentaremos de novo. — Davi assentou, em seguida ele comprou para o santuário junto com os outros garotos.
Eu fiquei por ali mesmo, era um lugar calmo, árvores em volta e um riacho tranquilo cujo a água corria, me sentei na grama sentindo a sua textura seca, foi então que a minha mente começou a me perturbar, eu podia ver flashback's da noite em que ocorreu a lua negra, as lutas, todas as mortes em volta, Cristopher, Raydan, todos os outros?
Tudo vinha em trilhões de pensamentos que deixavam a minha cabeça uma completa bagunça e agonia, até que no meio dessa confusão toda, eu senti uma mão tocar o seu ombro.

— Ei? — Era uma voz doce, calma, a única que fazia eu retornar dos pesadelos.

- Bethany, me desculpa eu...

— O que está acontecendo com você? Parecia estar passando mal, está tudo bem? Você estava com o rosto vermelho. — Ela perguntou se sentando ao meu lado segurando a minha mão.

- Eu estou bem, eu só tive algumas lembranças ruins —  Disse eu, ela me olhava sabendo que aquilo me prejudicava.

— Vem, deita um pouco, — Encostei me a cabeça em suas pernas, onde ela passou a acariciar o meu cabelo.— Posso te fazer uma pergunta? — Perguntou ela.

- Claro!

— Para onde iremos? Digo, depois que sairmos daqui, eu sei que você pensa o mesmo que eu sobre isso e não quer ficar aqui para sempre. — Eu havia me esquecido desse assunto no momento, mas, ultimamente pensei muito sobre isso.

- Sinceramente, Bethany, eu venho pensado muito nisso, poderíamos morar em londres, perto da sua universidade, a gente encontra um espacinho só para nós dois lá.

— Não é uma má ideia, mas e os outros? — Ela questionou.

- Bom, os outros eu sei que também darão um jeito, Davi pensa em seguir com o seu plano, ele quer ter uma vida e estudar. — Parei para pensar por alguns segundos, eu realmente não havia pensado em todo mundo, não é orgulho pensar só em mim e na vida em que eu quero seguir com Bethany.

- Na hora do jantar podemos discutir sobre isso, o meu medo é... Se Cristopher ainda estiver por aí, acho qu...

— Nick? Tenta esquecer um pouco Cristopher, está bem? — Ela me interrompeu. — Nós não sabemos onde ele está agora, mas, não dá para viver correndo atrás dele sempre.

- Mas...

— Nick?! —  Bethany me Interrompeu novamente. — Escuta, para seguir em frente você tem que deixar o passado para trás, eu sei que você tem a certeza de que ele está vivo, eu também! Mas vamos deixar as cosias fluírem, ele está desaparecido e até o momento, vamos pensar em nós, pensa em você! — Ela foi direta, isso me fez parar de me martelar com tudo o que já passou, Bethany estava certa!

- Está bem, eu prometo que vou tentar. — Segurei em sua mão, Bethany apertou a minha. — Eu só quero ter uma vida em paz, ter um trabalho, uma casa, uma vida normal, filhos e... Metas e...

— Pera, o que?!... — Ela chamou a minha atenção, seu rosto corou envergonhada.

- O que, o que? — Perguntei.

— Você disse, filhos?

- Sim, eu disse — Sorri sem graça, pude ver que ela ficou mais envergonhada do que o normal, assim como eu. — Já pensou? Um bebê só nosso para a gente cuidar? — Falo me sentando, ela logo colocou o seu braço em volta do meu ombro e me puxou, fazendo nós dois nós deitarmos na grama, ela ficou por cima do meu braço.

— Ele será lindo, assim como o pai. — Bethany se ajeitou e olhou para mim, tímido, eu abri um sorriu sem graça tentando esconder a vergonha, mas sim, essa era a meta e a vida que eu quero ter com Bethany.