Sombras Do Eclipse: A Saga Lunar - Livro 4 ( Concluído )

Capítulo 21

Após o retorno de Bethany e as outras meninas, o sol já havia dado lugar a noite, o que condizia que já estava na hora de partirmos, tudo estava pronto e decidido, quanto antes reunirmos o grupo, melhor:

— Nick? — Chamou Oliver.

- Sim? - Perguntei me virando para ele.

— Acho que você deveria chamar os outros para o mundo oculto. — Ele olhou para os outros.

— Eu concordo com ele, Nick. — Bethany disse em seguida.

- Certo, e por que? — Perguntei, me perguntando o motivo.

— Vamos poupar tempo, se você der o chamado, eles virão até nós, Lívia, James, Luiz, se formos de cidade a cidade procurar por eles, vamos perder muito tempo. — Oliver tinha razão, eu não havia pensado por esse lado.

— De o chamado Nick, eles virão até nós. — Falou Davi. Me olhando de forma confiável.

- Está bem. — Afirmei saindo de casa, todos vierem atrás de mim, era noite de lua cheia e a mesma já estava nascendo sobre as montanhas no horizonte, me posiciono na beira da montanha, suspirando de forma calma mas, com o coração acelerado, olhei para traz só para ver que todos estavam esperando por mim, fecho os meus olhos e me concentrei, fazia tempo que eu não uivo, e não sei como será agora, espero não ter perdido o costume, puxei o ar pelo o nariz, estufei o peito, e uivei, o que causou um grande ecoo de longa distância, vejo pássaros voando e ruídos e sons vindo da floresta.

- Por favor, escutem-me, amigos. — Suspirei, olhei para traz onde vejo Bethany conjurar o portal, apenas assenti com a cabeça quando todos começaram a atravessar, eu estava deixando o meu mundo para traz novamente, estava deixando a minha vida mais uma vês, e me encontro em meio ao perigo e guerra em busca de Christopher.

Assim que atravessamos o portal onde senti os meus pés tocarem a grama fofa, uma brisa bateu em meu rosto, dando me o prazer de sentir o ar puro do santuário, estava iluminado e não mudou muita coisa desde que saímos daqui, a era percorria pela as grandes paredes até o teto, as tochas iluminavam tudo em volta e balançavam conforme o vento passava sobre as chamas.

— Vamos até a porta. — Anunciou Oliver, caminhando até a grande porta, ao chegarmos lá, a porta foi aberta sozinha, fazendo um grande rangido pesado, estava tudo vazio, mas o clima era quente e aconchegante como da última vez, olhei para o teto onde vi a nossa pintura, estava lá ainda como da primeira vez em que estivermos aqui.

— São tantas lembranças.

- Sente falta, Davi? — Perguntei, ele respirou fundo.

— Desse santuário, sim! — Ele respondeu. Fomos interrompidos por uma voz grossa no topo da escada, era Aharis, ele estava com os pés fora do chão, e planou até nós no solo.

— Meus amigos, como é bom vê-los.

- Senhor! É bom vê-lo também. — Assenti, fazendo uma referência rápida.

— Olha só para vocês, cresceram desde que saíram daqui.

— E o senhor parece mais velho...

— DAVI! — Todos nós o chamamos a sua atenção, onde causou um susto no mesmo.

— A idade chega para todos, mas o senhor continua em forma!  — Ele sorriu, Aharis também.

— Onde estão todos? — Perguntou Dylan ajeitando o casaco.

— Estão todos dormindo, os dormitórios de vocês estão como da última vez em que saíram, podem guardar as coisas de vocês e descerem para o salão, vocês precisam se alimentar. — Disse o feiticeiro. Fizemos o que ele pediu, ele deu as costas e saiu andando, subimos as escadas onde cada um foi para o seu dormitório, Bethany e eu fomos até o nosso onde ajeitamos as nossas coisas, olhei através da janela a lua e o céu escuro, fui tirado da minha reflexão ao escutar mais uma vez aquele coração batendo, dessa vez fiz um gesto com a cabeça que Bethany percebeu.

— Nick? Está tudo bem? — Ela veio andando até  mim.

- Sim, é só que, esse barulho está me incomodando. — Me virei para ela, onde encostei-me na mesa.

— Isso está te incomodando tanto assim? — Ela segurou a minha mão.

- Eu escuto muitos corações bater, o que me deixa maluco. — Sorri. — Mas eu sei identificar quando tem um à mais, e isso está acontecendo desde que estávamos em casa. — Bethany me lançou um sorriso um tanto seco.

- Você está bem? — Perguntei. Ela me olhou, seu coração acelerou muito.

— Nick, tem algo que eu preciso te contar. — Ela apertou a minha mão.

- O... O que?

— Eu queria ter te contado antes, mas não sabia como, e estava com medo de como você iria reagir. — Percebi que os seus olhos lacrimejaram, uma tensão toda surgiu e o clima ficou estranho de repente.

- Bethany, você está me deixando confuso, o que está acontecendo? — Perguntei novamente, ela suspirou fundo, uma lágrima escorreu pelo o seu rosto, levei a mão até ela, e com o polegar a limpei, ela segurou a minha mão novamente, apertando a e acariciou em seguida.
Fiquei confuso e ao mesmo tempo, com medo, o que estava acontecendo com ela que eu não estava sabendo? Criei inúmeras teorias mas, nada que pudesse me dar uma resposta, perguntei novamente:

- Bethany, o que houve? Fala comigo.

— Está bem. Promete que não vai surtar? — Ela perguntou.

- Surtar? E por qual motivo eu iria surtar?

— Você promete, Nick? — Perguntou mais uma vez, não questionei, apenas assento com a cabeça.

- Você está me deixando confuso. — Disse eu, quando ela pegou a minha mão e colocou em sua barriga. Analisei por um tempo.

- Sim, a sua barriga? — Abri um sorriso bobo — O que você quer me cont... — Senti uma pulsação. Automaticamente, escutei o coração bater novamente, a minha mão tremeu quando outro pulsação surgiu, e mais uma, e mais outra, em um curto período de tempo, um coração que não era o dela, batia ali dentro.

- Bethany, você? — Travei, por completo. Eu não consegui raciocinar o que estava acontecendo, ou se será alguma pegadinha dela o que eu tenho certeza que não era, havia um coração batendo ali, eu não sabia como falar e não sabia como me expressar, ela começou a chorar, assim como eu permiti que lágrimas fossem saindo dos meus olhos, escorrendo pelo o meu rosto que corou. Respirei fundo e engoli o seco para tentar falar:

- Bethany... Você...

— Eu estou grávida! — Ela afirmou em seguida, curta e direta, sem dar uma pausa.