Capítulo 3

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Jeon Jungkook

Já passava das onze da noite quando Jimin finalmente chegou. Eu fiquei na cozinha martelando tudo o que Hyejin havia me falado naquele dia e acabei fazendo um bolo e chocolate quente, mas tudo pareceu muito sem graça quando me percebi sozinho. Então tomando mais uma xicara de café eu o vi adentrar o cômodo e se assustar com minha presença.

― Oi – ele sussurrou sem jeito e pouco a vontade.

― Fiz bolo, você quer? – levantei me encaminhando para o balcão onde estava o bolo e o chocolate quente. O silêncio de Jimin me incomodou a princípio, mas logo o ouvi suspirar e arrastar a cadeira para enfim se sentar.

Terminei de organizar a fatia do bolo em um pires e peguei sua caneca favorita para lhe servir o chocolate não me esquecendo de colocar dois marshmallows na bebida. Virei e coloquei tudo em sua frente e sentei já colocando uma nova quantidade de café em minha caneca.

Jimin olhava para o lanche em silêncio, seu semblante demonstrava cansaço e sua postura era tensa. Seus olhos começavam a ficar vermelhos, mas antes que lágrimas se formassem ali, sua voz deu vida para aquele momento.

― Obrigado pela comida. – ainda o observando, o vi segurar o garfo e começar a comer. – Está ótimo Jun. – foi o que ele disse enquanto engolia mais um pedaço. Baixei meu olhar e tomei mais um gole de café. O silêncio durou por toda a pequena refeição e quando tudo acabou Jimin juntou sua louça e a minha e se encaminhou para a pia. Ele lavou, secou e guardou enquanto eu encarava seus movimentos, sentindo meu coração se apertar de saudades.

Mesmo ferido, magoado, eu sentia falta dele. Dos seus abraços, dos seus beijos, dos seus toques, eu o queria, eu o amava, mas o orgulho parecia tão, mais tão grande que eu só consegui ficar olhando, rezando para que ele invadisse meu espaço pessoal, que me jogasse contra a cama e me tomasse para si.

Mas Jimin sempre foi muito cavalheiro. Nunca me roubou um beijo ou me pegou de uma forma mais selvagem. Ele sempre foi um doce ou talvez eu não tenha dito que gostava de outras formas.

Depois da conversa com Hyejin eu refleti muito sobre todos os anos em que estive compartilhando minha vida com o mais velho e cheguei a uma conclusão. Eu também colaborei para a crise desse relacionamento. Em muitos momentos eu realmente maltratei a pessoa que sempre me amou. Chegar até aquela conclusão me fez chorar bastante, mas ainda sim eu era orgulhoso demais para pedir desculpas, para falar tão abertamente.

― Jun. ― Seu olhar era temeroso, mas eu podia enxergar a saudade e o desejo em meio ao medo da rejeição. Meu coração bateu descompassado enquanto eu sentia seu corpo mais próximo, as lágrimas já pintavam seu rosto e sua boca tremelicava.

― Eu... Eu não sei o que fazer. – confessei nervoso, sufocando com a angústia que se instalou em todo meu corpo. ― Eu queria ter uma resposta Ji, queria poder ouvir, perdoar, mas dói tanto. – ele se aproximou, tocando minhas bochechas com suas mãos pequenas e frias. Jimin limpou minhas lágrimas e trouxe seu rosto para mais perto, encostando a ponta de seu nariz no meu em um simples beijo de esquimó, coisa que não fazíamos há anos.

― Eu só preciso de você Jun, por favor, apenas hoje... Seja meu. – meu coração palpitou com o pedido e sem dar qualquer moral para a razão, que insistia em me manter longe, eu o beijei.

Deixei minha língua deslizar e entrelaçar na sua enquanto minhas mãos buscavam trazê-lo para mais perto. Seus lábios estavam doces, muito diferente de seus toques afoitos em meu corpo. Ainda em meio a beijos, andamos até o quarto onde seu corpo tocou o colchão enquanto o meu se mantinha por cima.

Jimin abriu o primeiro botão da minha camisa arrancando-a de meu corpo. Seus lábios encontraram meu pescoço, beijando, lambendo e deixando mordidas que me deixava mais excitado.

AINDA EXISTE AMOR EM NÓS (Versão Jikook)Where stories live. Discover now