Capítulo 37

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Jimin

Faz dez minutos que Jungkook estava trancado no banheiro. Quando fui acordá-lo para contar sobre o que havia acontecido, ele já estava chorando enquanto apertava fortemente o lençol. Eu tentei ser forte, mas acabei me juntando no choro dolorido dele e ficamos por muito tempo abraçados enquanto sentimos aquela dor esmagar nossos corações.

Era fato que eu nunca gostei da família de Jungkook, com exceção a Bianca, que sempre se mostrou preocupada com ele. Mas nesses últimos dias, foi impossível não me apegar à Jiyu, que soube reconhecer seus erros e pedir perdão.

Depois ele disse que tomaria um banho, enquanto eu deveria providenciar tudo para o velório e o sepultamento, mas antes que eu pudesse fazer algo, ele correu para o banheiro e está lá desde então. Liguei para Seokjin avisando e ele disse que estaria conosco em pouco tempo. Taehyung havia sumido do mapa e minha mãe estava a caminho.

Liguei para a funerária, para o hospital, para o escritório, para Bianca e para o cemitério. Dentro de pouco tempo tudo estava organizado, mas eu ainda teria que ir até o hospital assinar algumas coisas e pagar a conta que havíamos assumido.

O toque da campainha me despertou da letargia em que eu me encontrava. Andei até a porta e não fiquei surpreso em ver Seokjin parado ali.

― Cadê ele? ― foi a primeira coisa que ele disse ao me ver. Seokjin vestia um terno azul escuro, com gravata vermelha e sapatos sociais, seus cabelos estavam penteados para o lado e arrumados com gel.

― Está no banheiro a quase vinte minutos. ― eu falei dando espaço para ele entrar, mas Seokjin me tomou em um abraço trazendo junto consigo as lágrimas que já tinham cessado.

―Eu sinto muito pela perda de vocês. ― ele disse meio abafado por conta do abraço, mas aquelas palavras me anestesiaram um pouco. ― Eu sei que o convívio de vocês foi recente, mas Jungkook me contou como vocês estavam próximos.

― Ela... ela estava sozinha... ― minha voz se perdeu em meio ao choro, mas Seokjin apenas me abraçou mais forte.

― Nós nunca estamos sozinhos, Jimin. ― ele disse me olhando ― Apesar das religiões serem contra nossa forma de amor, eu ainda acredito que Deus tem piedade e não é alguém perverso para nos odiar. Ele nunca nos deixa só, tenho certeza que sua sogra está muito melhor agora.

As palavras de Seokjin me acalmaram um pouco, mas logo voltei a chorar quando minha mãe chegou com seu olhar piedoso e cheio de amor.

― Tudo bem, amor... mamãe está aqui agora. ― foi o que ela disse antes de me arrastar para a cozinha.

Seokjin

Cheguei em frente a porta do banheiro que ficava no quarto de Jungkook e dei duas batidas na porta.

― Jungkook, sou eu. ― minha fala era baixa e o silêncio era ensurdecedor. Fazia dias que eu não o via e me sentia péssimo por toda a situação em que me coloquei. Seojun era uma tentação em minha vida e mesmo eu tendo certeza que não o amava, ainda cai em seus braços e em sua cama. Eu estava cego, até Jimin descobrir tudo e eu me senti envergonhado por estar deixando tudo acontecer. A partir de então eu comecei a ignorar tudo e todos, inclusive Taehyung, que pareceu bem triste na última chamada que fizemos.

Antes que eu me afundasse mais em pensamentos, a porta se abriu e Jungkook apareceu em minha frente. Seus cabelos estavam molhados e despenteados, ele vestia um conjunto preto de moletom e seu rosto estava abatido, seus olhos e nariz estavam vermelhos.

― Jungkook... ― eu disse, mas não consegui concluí, pois meu amigo chegou até mim e me abraçou forte, chorando em meus ombros e me fazendo chorar junto. Era triste ver ele daquela forma, mas esse era o ciclo da vida e nos restava apenas aceitar e lidar com a saudade que ficava.

AINDA EXISTE AMOR EM NÓS (Versão Jikook)Where stories live. Discover now