AINDA EXISTE AMOR EM NÓS (Versão Jikook)

Capítulo 31

Jimin

Era estranho chegar em casa e encontrar tudo em silêncio. Eu sabia que Jungkook estava ali , pois as janelas estavam abertas, mas diferente dos outros dias a calmaria reinava. Apesar de morar apenas nós três, Jun sempre gosta de cozinhar e brincar com Julieta, e geralmente é com esses momentos que eu costumo ser recebido de volta no lar.

Tirei meus sapatos e casaco, deixando tudo organizado e adentrei a sala encontrando Julieta dormindo no sofá. Fui até minha filha e deixei um carinho em seus pelos pretinhos.

Andei até o quarto e para minha surpresa, Jungkook também dormia coberto pelo edredom fazendo um volume fofinho na cama. Eu sorri e me sentei no colchão macio, levando minha mãos aos seus fios pretos e deixando um carinho ali, até ver seus olhos se abrirem com dificuldade e finalmente encontrar os meus.

Me assustei quando os olhos bonitos dele se encheram de lágrimas e ele soluçou de forma doída e angustiada. Sem demora eu já me encontrava deitado junto a ele enquanto era abraçado fortemente. Meu marido chorava baixinho enquanto eu deixava selares e carinhos, respeitando seu silêncio e deixando que ele se acalmasse. Depois de um tempo percebi que ele dormia novamente e sai de seus braços devagar, deixando-o quentinho e confortável.

Fui até a cozinha e busquei meu celular, ligando para minha cunhada.

― Jimin? ― ouvi a voz de Hyeon no outro lado da linha e me sentei de forma mais tensa. 

― O que aconteceu com o Jungkook? ―  perguntei impaciente e de forma ríspida, com meu instinto de proteção me sufocando.

― Hoje encontramos com Jun Seok e Jungkook estava arisco, ficou jogando indiretas e o enfrentando. ―  ela suspirou enquanto eu ficava ainda mais furioso ― No fim, ele saiu e nem me deixou ir junto. 

― Apenas me responda uma coisa ―  eu pedi ― Você deixou que ele enfrentasse o Jun Seok?

―  É claro que não. Eu falei que isso podia esperar, que aquele não era o momento e...

― Esse foi o grande erro, Hyeon. ―  eu disse suspirando pesado.

―  Como?

―  Jungkook ouviu calado tudo o que Jun Seok e seus pais falaram, vi ele sofrer por anos, se achando inferior e se desmerecendo. Quando ele tem a oportunidade e a coragem de revidar, você não deixa? Não existe momento certo, Hyeon. Espero que você se desculpe com ele e não iterfira mais nas falas dele. Eu adoro você, como uma irmã, mas eu amo meu marido e não vou permitir que ninguém mais o coloque em uma caixa, entendeu?

―  Eu não fiz isso, Jimin. Você está sendo injusto e...

―  Ninguém foi justo com ele, Bia... ninguém da sua família o acolheu, nem mesmo você.

Eu sabia que estava passando dos limites, mas só de imaginar Jungkook naquela situação novamente, me deixava nervoso e apreensivo.

―  Você sabe que naquela época eu não podia...

―  Podia sim... você podia muita coisa Hyeon, mas preferiu deixar pra lá. Eu preciso desligar. Tchau!

Não esperei resposta ou mais lamentações dela. Me sentei no sofá e coloquei a mão no rosto sentindo-me cheio de sensações angustiantes. Depois de um tempo parado, resolvi arrumar a casa e pedir comida no restaurante favorito dele.

Quando eu estava secando a louça, senti os braços fortes dele rodearem minha cintura e seu corpo colar no meu. Eu enxuguei minhas mãos e virei retribuindo o abraço e beijando sua testa.

―  Descansou bem amor? ― Minha voz estava baixa e suave. Ele me apertou mais e acenou com a cabeça de forma manhosa. ―  Pedi comida para nosso jantar, então porque você não toma um banho gostoso para relaxar mais?