AINDA EXISTE AMOR EM NÓS (Versão Jikook)

Capítulo 24

Jungkook

Dois dias se passaram desde a festa que encerrou a primeira fase do acampamento. Eu e Jimin  estávamos em um clima gostoso, cheio de dengo e de amor. Estávamos grudados e sempre que ficávamos sozinhos a gente se amava. E isso resultou em um quase kama sutra, já que fizemos todas posições imagináveis e em todos os lugares possíveis.

Porém o meu preferido foi quando decidimos visitar a cachoeira que ficava para além do bosque. Eu mamei tanto o meu marido que tive que trazê-lo nas costas na hora de vir embora. Mas como tudo não é perfeito, hoje nós voltamos com as sessões individuais com Namjoon, passamos a fazer sessões em grupo com Min-Su  e Yoongi, além de que também teremos a primeira aula com Hoseok, o sexólogo mexicano.

― Meu bem, você não vai comer? ― Jimin  me perguntou curioso. Estávamos no barracão, onde sempre fazíamos as refeições.

― Sim amor, eu acabei me distraindo.
― Entendi. Ei, qual sua programação para agora?

Franzi meu cenho tentando lembrar o que me aguardava, mas não precisei lhe responder, pois Namjoon chegou e sentou-se ao meu lado.

― Está pronto para sua consulta hoje?
Eu assenti e sorri ao perceber que ele não tirava os olhos de seu marido que parecia muito irritado. Jimin  também havia percebido que algo estava errado, mas preferiu fazer o sonso deixando a tarefa das perguntas para mim.

― Dia difícil? ― Eu perguntei colocando um pedaço de melão na boca ouvindo Namjoon suspirar alto ao meu lado.

― Yoongi vai me enlouquecer qualquer dia desse e vai ser por uma coisa muito boba.

Sua fala me pegou de surpresa, pois eu esperava que ele me mandasse deixar de ser intrometido. Namjoon sempre passou uma pose séria, tipo daquelas pessoas que sabem demais e ficam te julgando com o olhar, mas depois que passamos a conviver, mesmo em um relação psicologo e paciente, percebi que Namjoon era alguém sentimental, sempre preocupado com as pessoas ao seu redor e muito apaixonado pelo seu marido.

― Quer compartilhar? ― o fofoqueiro do meu marido falou já sentando ao lado do psicólogo.

― Ele simplesmente quer tirar seis meses de férias, viajar pelo mundo.
Namjoon realmente parecia irritado e olhando para Yoongi podia-se notar que por trás da raiva também tinha muita tristeza.

― Nós trabalhamos juntos, vivemos juntos, fazemos tudo juntos e ele ainda quer deixar o trabalho pra ficar ainda mais junto de mim.

Eu e Jimin  nós olhamos suspirando e percebendo que o ditado é certo "casa de ferreiro, espeto de pau".

― Posso te dizer o que eu acho? ― Eu perguntei virando meu corpo para ficar de frente para ele que assentiu. ― Eu aprendi que um casamento é compartilhar a vida com a pessoa que amamos, mas que a rotina pode ser uma inimiga. Você lembra quando ficou realmente sozinho com ele? Quando foi a última vez que vocês ficaram de bobeira, apenas com seus corpos entrelaçados?Quando foi a última vez que você o notou? O ouviu? ― Namjoon parecia pensativo, cabisbaixo e eu sentia meu coração apertar, pois foi por negligenciar tanto Jimin  que acabamos aqui.

― Nem sempre estar junto significa estar completo. Talvez seu marido queira um tempo apenas com o Namjoon, sem o título de psicólogo, sem o trabalho em volta e sem os problemas de outras pessoas para lidarem. Yoongi não está errado, a insegurança dele não deve ser vista dessa forma. Você mesmo me ensinou isso.

O olhar  do meu marido pousou em mim e eu sorri, pois me sentia orgulhoso.

― Eu preciso me desculpar, não é? ― ele suspirou colocando as mãos no rosto e esfregando. Em um gesto ele colocou os cabelos para trás e pousou o olhar em Yoongi, que sorria de alguma piada contada por Min-Su .

― Por que você não faz algo romântico hoje? Sabe… aquele lugar pra onde vocês nos mandaram, ele é tranquilo e muito confortável. ― eu sugeri e logo me levantei arrastando Jimin  comigo e esperando de todo o coração que eles pudessem se reencontrar enquanto casal.

Os compromissos da manhã foram marcados apenas à tarde com Min-Su  e a noite com Hoseok.

Eu e Jimin  ficamos de bobeira, depois almoçamos e agora estávamos no pavilhão em um círculo com os restantes dos casais. Min-Su  atenderia a todos os casais em uma sala reservada.

Os primeiros casais foram chamados e nós ficamos perdidos em nossa bolha de doçura, sempre notando os outros saírem com feições sérias e entristecidas. Quando chamaram nosso nome, eu já estava apreensivo e com medo de toda a tristeza que nos assolou nos dias anteriores tomasse conta do clima gostoso em que eles estavam.

― Boa tarde casal ― Min-Su  nos recebeu alegremente, com um abraço caloroso me deixando mais à vontade com aquele momento. ― Sentem, sintam-se à vontade. Hoje eu quero ouvir vocês, mas vamos começar devagar, como uma conversa simples. Vocês moram onde?

― Em Berlim. ― foi Jimin  quem respondeu. ― Tem alguns anos que nos mudamos da Coreia do Sul e firmamos residência na Alemanha.

― Que legal essa decisão aconteceu por algum motivo específico?

Min-Su tinha a fala doce e relaxada, deixando a mim e ao meu marido prontos para responder qualquer coisa que ela perguntasse.

― Eu recebi uma proposta de trabalho e decidi que seria melhor para nossa família.

― Oh, e você querido? Estava de acordo com tudo? ― ela direcionou a pergunta a mim, me fazendo lembrar como eu estava mal naquele tempo.

― Na época, eu estava me sentindo muito triste e deprimido, não participava ativamente do trabalho do Jimin  e também estava sem qualquer emprego. Quando ele chegou falando sobre a proposta, eu vi o quanto ele estava satisfeito e ao mesmo tempo preocupado, então eu pensei que uma mudança de ambiente poderia ser boa para mim e realmente acertei nesse palpite.

― Mudanças costumam nos causar medo e apreensão, afinal estamos deixando o lugar que temos como lar para ir para algo desconhecido. Foi muito corajoso da parte de vocês apostarem nessa grande mudança.

Eu e Jimin  sorrimos concordando com sua fala. A consulta seguiu com a gente falando sobre como aconteceu a criação do ateliê, a ida de minha irmã e sobre o trabalho de Jimin. Ela não anotava nada, mas eu percebi um rádio pequeno em cima da mesa e sabia que ela analisaria tudo depois com mais calma.

Depois de uma hora, nós finalizamos a consulta e saímos ainda de mãos dadas daquela sala.