Capítulo 36

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Jungkook

Meus pés estavam congelados no início do corredor, os meus olhos analisavam com cuidado a feição daquele homem que um dia eu respeitei como pai.

Ele não era diferente da última lembrança que eu tinha. Vestia seu costumeiro terno preto, com uma gravata cinza, sapatos sociais e cabelos penteados para trás. Apesar de ter mais de sessenta, ele ainda apresentava boa forma e um rosto livre de rugas. Seus olhos estavam sobre mim e também me analisavam, mas com escárnio.

Jimin segurou minha mão e eu o olhei, percebendo seu semblante fechado, mas recebendo suas energias positivas e a segurança que eu precisava para dar o primeiro passo rumo ao quarto de minha mãe.

― O que você faz aqui? ― a voz grossa do meu genitor preencheu o corredor chamando a atenção do doutor Lee para nós. Eu parei em frente a porta do quarto da minha mãe finalmente encarando aqueles olhos que me assombraram por muito tempo.

― Acho que eu deveria fazer essa pergunta, mas pela educação que eu tenho vou te responder. Estou acompanhando a minha mãe que se encontra doente.

Meu olhar era petulante e eu sabia que aquilo o estava atormentando, mas não recuei.

― Acompanhar? Você perdeu qualquer direito quando saiu de casa pra viver no pecado com esse... ― Antes que ele terminasse eu dei um passo a frente ficando cara a cara com ele.

― Esse o que? ― perguntei vendo ele surpreso com minha ousadia ― Viado? Bicha? Vai realmente ofender meu marido com esses nomes chulos e batidos? O único pecador aqui é você, que traiu sua esposa durante seu casamento, que a abandonou quando soube que ela estava doente. Chamar a gente dessas coisas não vai ferir nosso orgulho, papai. ― eu ri enquanto ele me olhava com fúria.

― Senhores, vamos nos acalmar ― doutor Lee disse, afastando meu pai de mim.

― O senhor não tem autorização para estar aqui e nem ver dona Jeon Jiyu.

A voz de Jimin chamou a atenção daquele homem de mim. Ele olhou para meu marido e logo em seguida começou a gargalhar, como se Jimin fosse um palhaço, porém meu marido continuava com sua postura firme e séria.

― Quem você pensa que é garoto?

― Eu sou Park Jimin, advogado de Jeon Jiyu e o senhor não tem autorização para sequer pisar nesse corredor.

― Foi você seu desgraçado. ― meu pai apontou para Jimin e partiu para cima dele, mas foi impedido por dois seguranças que saíram sabe-se Deus de onde.

― Levem esse senhor pra fora e por conta de uma ordem de restrição ele está proibido de entrar nesse andar e até nesse hospital.

Eles levaram meu pai dali enquanto ele se debatia e amaldiçoava a mim e meu marido de forma ridícula e sem qualquer maturidade. Ji me abraçou forte e beijou minha testa, enquanto eu relaxava em seus braços.

― Eu fiquei tão nervoso ― minha voz tremeu e senti os braços dele me apertarem em uma forma de me deixar mais segura.

― Ele não fará mais nada contra você e nem sua mãe, ok? ― eu assenti e sorri recebendo um beijo terno em meus lábios.

Entramos no quarto e minha mãe dormia facilmente, então apenas deixei um beijo em seu rosto e me voltei para Jimin que estava perto da janela, olhando para o lado de fora.

― Será que podemos ir ver a Luz agora? ― eu me atrevi a perguntar.

― Podemos meu amor, mas... ― ele disse enquanto chegava mais perto de mim e pegava minha mão juntando com a sua.

AINDA EXISTE AMOR EM NÓS (Versão Jikook)Where stories live. Discover now