𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 19

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒸𝒾𝑒𝓃

Já havia escurecido e estava que nem um louco procurando por ela. Entrei em cada estabelecimento, até mesmo nos banheiros e eu não havia encontrado Lua. Não sentia seu cheiro desde quando estava no quarto da minha mãe. Que merda!

Até que enquanto perguntava para um fêmea na esperança que ela tinha visto Lua e explicava como ela era, dava pra se escutar uma agitação de uma taverna próxima. Eu conhecia aquela taverna, a Amanhecer.

A fêmea disse que não viu ninguém parecido e partiu com sacolas em suas mãos apressada pois já estava de noite e não é seguro por aqui a está hora.

Lua é curiosa mas não tanto quanto Vassa, porém... Sem pensar muito apenas abri a porta pesada e fui recebido com o cheiro bem forte de bebida e a música alta, as pessoas cantavam e batiam palmas. Era uma mistura de euforia e excitação. Comecei a andar entre os embriagados que estavam cambaleando e cantando. Impressionante como nada mudou por aqui.

Eu já havia frequentado essa taverna antes e ela não havia mudado nada. As mesmas mesas e bancos de madeira escura e desconfortáveis que rangiam quando se quer tocavam nelas, os mesmos lustres velhos que não iluminavam o suficiente, as mesmas canecas de vinho e cerveja feérica - todas elas velhas portanto serviam um ótimo vinho devo admitir.

Todos cantavam em voz alta, mas havia outra voz no meio disso. Quando cheguei ao parapeito onde dava visão para o andar de baixo, vi os cabelos brancos de Lua.

Ela estava em cima de uma das mesas dançando, descalça e com os cabelos soltos bagunçados. Seu vestido farfalhava a cada rodopio a cada passo que dava, o decote de sua perna destacava suas coxas magras. A alça fina de um braço havia se soltado deixando o ombro completamente nu.

Ela havia bebido, e não apenas três copos de vinho.

Lua cantava com a voz doce e o músico que tocava violino, estava de joelhos, tocando para ela. Me senti incomodado com aquilo de certa forma, mas meu peito se aliviou ao vê-la. Desci as escadas e fui até ela, empurrando alguns machos que estavam na frente.

Ela passou a girar sem parar até tropeçar no próprio pé.

Foi muito rápido. Eu estava atrás dela e ela cairia no chão se eu não estivesse lá. E lá estava Lua, em meu braços com cheiro forte de vinho, com um sorriso largo e a boca manchada por causa do vinho trazendo uma cor avermelhada nos lábios.

- Oi ruivinho! - disse com a voz embargada.

- Eu estava te procurando, Lua.

- Eu também estava. Só que me distraí.

Ela desceu e antes de cair de novo a segurei pelos ombros.

- Você me lembrou de Feyre. - digo baixo, mais para mim.

Porém Lua aparentemente precisou beber mais de um copo para ficar no estado de Feyre - já que a mesma quando era humana apenas com um gole de vinho fez ela ficar embriagada. Acho que o motivo disso fosse o fato de Lua ser de outro mundo, era a única explicação que encontrei em meio a música extremamente alta.

- O vinho de vocês é muito bom, o que tem nele?

- O vinho feérico é diferente, não deveria ter tomado, Lua.

Olhei em seus olhos e ela demorou até focar em meu rosto.

Me senti culpado porque deveria ter avisado sobre o vinho. Me xinguei mentalmente por isso.

- Como veio parar aqui?

A taverna ficava longe do centro da cidade, isso significava que ela precisava de ajuda para chegar até aqui. Principalmente para passar pela floresta.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarWhere stories live. Discover now