𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 58

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Voltei para a mansão e fui direto ao meu quarto. Fechei a porta e entrei no banheiro para tirar aquele cheiro horrível que eu tinha. Enchi a banheira e entrei sentindo a água morna entrar em contato com a minha pele. Apoiei minha cabeça na borda enquanto olhava para cima e chorei silenciosamente.

As lágrimas que havia segurado por tanto tempo estavam caindo como cachoeira se misturando com a água da banheira.

Depois de me despir e vestir uma camisola de seda branca que ia até o meio das minhas coxas com alças finas, por cima um suéter creme de gola alta, me sentei na escrivaninha e peguei papel e caneta.

Precisava colocar tudo em um papel para me organizar.

Perdemos muito tempo quando estava fora, ou seja, amanhã teria trabalho dobrado para treinar cada guerreiro de cada Corte. Depois tinha os monstros que tinham possibilidades de estarem em campo, então teria de separar e preparar elementos para acabarmos com eles. Tinha Bjorn também, mas dele eu não estava tão preocupada em relação à guerra. Ele realmente não tinha poder próprio e muito menos força contra os feéricos, mas tinha que tirá-lo do tabuleiro logo. E o verdadeiro Cronos preso Sob a Montanha. Aparentemente pelo que Tarsila havia aberto a boca, Cronos estava vivo e provavelmente iria ficar por bastante tempo, tinha que só tirá-lo de lá. Mas isso só seria possível depois que a guerra acabasse e seria arriscado voltar para aquele lugar novamente.

De repente me lembrei de algo. Os desaparecimentos de antes quando eu tinha acabado de chegar.

Aparentemente pela contagem, mais de vinte pessoas sumiram só aqui nas terras humanas. Mas imagino que ao todo devem ser cem ou mais.

Então o que estava acontecendo? O que aquela mulher estava tramando por baixo dos panos?

Ela estava criando os próprios monstros e enviando para as Cortes, então por que usar pessoas? Talvez o sangue delas para criar algo novo. Ou uma forma de usá-los para nos manipular e usar isso para nos fazer desistir da guerra. A manipulação. Ela era muito boa em usar as pessoas e sabia em segundos identificar suas fraquezas para usá-las contra você.

Batia a caneta repetidas vezes na mesa causando um barulho irritante, mas que estava me ajudando a aliviar a ansiedade.

Não sei por quantas horas estava aqui batucando a caneta e pensando várias maneiras que aquela mulher podia usar as pessoas desaparecidas. Até que senti um cheiro delicioso invadir o quarto e quando me virei, Lucien estava colocando uma bandeja em cima de outra mesa pequena do quarto que ficava perto da janela.

- Ah, é você. - me levantei rapidamente. - Estava tanto tempo que... desculpe. - tento dizer.

- Não precisa se desculpar.

As mangas da camisa branca estavam dobradas até metade de seus braços delineando seus músculos. O cabelo em um coque que ameaçava cair destacava seu rosto.

- Então o que o chefe preparou? - perguntei me aproximando dele. O cheiro era realmente muito bom.

- Batatas assadas, carneiro assado e para complementar um molho que eu mesmo inventei. E para me gabar, está delicioso.

Eu não duvidava que aquilo não fosse bom, mas queria abalar o ego dele. Mesmo que minha boca no momento estava salivando.

- Ah, sim... Mas não estou muito afim de arriscar.

- Desculpe? - ele cruzou os braços.

- Sabe como é, vai que está do mesmo jeito que o bolo de antes. - eu segurei para não rir da expressão dele de indignação.

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